quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Fountaine

Quando todas as criaturas da terra se reunirem
Quando todos os seres mágicos fizerem um congresso
Quando toda a tristeza da terra sair em recesso
Então vocês enxergarão a verdade

Quando todos os vampiros entrarem no vale
E todos os livros baterem páginas pelos ares
Quando todas as baleias voarem
Quando todas as pedras cantarem
Então vocês ouvirão a verdade

Quando toda a imundice humana escorrer para dentro
Quando todo o espaço-tempo parar, repensar e entrar no convento
Quando toda faca for leite materno, quando todo abraço for sereno
Então quando todo som for silêncio, vocês sentirão a verdade

E quando a manada toda parar
Quando as roupas estiverem sujas demais pra rasgar
Quando toda vela for pura demais para queimar
Ai então, todos dirão.
A verdade

Até lá, ela ainda se esconde,
Confesso.
Debaixo da insanidade desses versos
Numa árvore de criatividade e progresso
Ainda mantendo o processo
Que faz toda criatura viva germinar
A verdade vive.

Nos meus olhos.
E no sentido de todas as coisas.
A verdade se move como as horas
E consome tudo e devora a todos.
A verdade se aproxima de você.
Já está em seu espírito e lhe consumirá.

Somente ela, a verdade poderia ser profeta do próprio destino.

E somente ele, poderia proferir a ela a verdade sobre tudo além.

A verdade vive.
Queima nos seus olhos.
No meu espírito.
A verdade.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Aviso aos navegantes

Tem tempos que sou assim
Que estou perto, mas distante
Que estou longe, vociferante
Nadando entre as estrelas do cosmo e além

Como a grande A’tuin, como Rasputin,
Aniquilando as quimeras do passado
Decifrando enigmas de górgonas e seus vassalos

Sou eu.
Constelação austral
Aurora boreal

Tem tempos que sou assim
Que pego minha amada e a levo para longe
Para além daqui, pelo poço perto das amoreiras
E vamos para o lado de lá, conversar com entidades amigas

Conhecer nosso passado
Eu vou estreitar meus laços
Comer torradas estrangeiras noutro condado

Sou eu.
Sem muito problema de compreensão
Sem dilemas de moral de ficção

Meu clã conhece e sabe,
Meu irmão pastoreia os rebanhos
O mais novo reúne as cargas
O mais velho poda as árvores
E outros são viajantes como eu...

Sigo para a terra das montanhas
Para as terras escuras
Pelo caminho puro.

Sou eu.
Viajante de tempos em tempos.
Então não digo nada.
Eu me conheço...

Meu coração é feito de pedras que movem
De amor pela minha esposa
E das vontades do reino de amanhã.

Não devo nada aos pedintes
Nem satisfações aos que tem pensamento
Sou obra de meu próprio artífice
Sou um cão sem condenamento.


Meu uivo reverbera alto
Sou ancestral do meu próprio sentimento
Meus pelos são rubros sobre o queixo
Minha alma é afiada por dentro

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Retórica de Fliperama

Ouça os Sons que reverberam
Ouça os Sons que reverberam
Ouça os Sons que reverberam

A imagem fala e cala
A imagem grita e mente
A imagem fria e quente
A imagem solamente

Ouça os sons
Que reverberam
Ouça os sons
Ouça...


Estão lavando os seus cérebros com água mineral
Que tem sabor de fruta levemente gaseificada
Que coça seus neurônios enquanto tu não faz mais nada

Padronizaram tua forma de pensamento
Seus piercing no septo e o seu par de all star preto
Vem me dizer que é alternativo e super antenado
Me olha torto porque estou de bermuda e agasalho
Ou é o meu chinelo e cabelo sem franjinha?

Ou é minha camiseta que não tem suas listinhas?
Seus verbos e estrangeirismos, que todos eu dispenso
Ou seu excesso de brasilidade para todos os momentos

Sua mpbzice toda cheia de pirraça
Ser cult é ser otário sem usar roupa de marca

Agora vai vir com seu questionamento de moral
Dizendo que sou mano, de calça bag e falo errado
Mas não sobrevive dois minutos no beco que fui criado

Então toma tua linha e vê se volta pros jardins
Tira seu goticismo depressivo do campo belo
E vai morrer na augusta a suas custas só farelo

Tira sua onda de malandro de Itaquera
E sua roupinha de skatista Ibirapuera

De otaku da liberdade
De operário do Ipiranga
De burguezinho do ABC
De moça hippie com missangas

Eu não sou como vocês que vivem nesse abuso
E se calam, e se ladram, e não causam nenhum tumulto!

Não sou punk, nem socialite, imigrante ou exilado
Mas sou único ao deixar o meu recado
Sou aquele desconhecido subestimado
Sou um rebelde bem ordenado
Sou tudo isso que você leu e mais um monte que ficou guardado...

Ouça os sons que reverberam
Ouça os sons que reverberam
Ouça os sons que reverberam


Meu reino é o reino das feras...
Na esfera das idéias...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Deixe seu recado após o sinal... tuuuuu!

Turbilhão de devaneios
nada mais me foge
turbilhão em doses turvas
e tudo mais que me consome...

Se houvesse algo no meu crânio
passível de extração
seria um rugido rouco
descontrolado eloquente e devasso

Nunca me pus mais inteiro
sempre montado de cacos
Nunca fui tão verdadeiro
Como cartola de mágico

Sempre adorei a estética
de versos dividos em quatro
não há forma poética
em que eu não lhe encontre espaço

Minha alma, alma minha
outrora distante e bela
no momento é tão vazia
quanto de abelha colméia

Sou assim nesse instante
e no outro assim quem sabe

Já comi sucrilhos com leite
e engoli lágrimas com saudade

vendi frutas frescas na feira
embrulhadas em meias verdades
já vesti meias de seda
com all stars de caridade

A que maravilhosa verborragia
Poética e dôdecafonica
tão grande quanto exposição do MAM
tão pequena quanto a tabela periódica.

Então se me permite, vou encerrar com um versinho
com estética bem diferente, de todo o que já foi redigido
ele diz em sons bem profusos tudo aquilo de carce
ele me dá cáries areas em pensamentos vorazes

yaverbrandertorstk yeavarbandertorstk rush o flower god
great oath of winter
great king of north
yaverbrandertorstk yeavarbandertorstk

tanám...

sanidade?
não faz o menor sentido

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Esperich

River river river river river river river river river river river
River plate river flows river mate river goes
River river river river river river river river river river river

Sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun
Straight ahead like a bookstore of smells
Like a package of an old crew
Like a melon lollipop
Like a candy hotspot
Sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun

Ninguém nunca entende as mazelas da lua
Ninguém nunca entende a verdade que é crua
Ninguém nunca assimilia
Ninguém nunca da conta
Ninguém nunca se admira
Ninguém nunca se espanta
Ninguém nunca morreu
Ninguém nunca levante
Ninguém que nunca leu
Ninguém que nunca canta

Entender as formas poéticas de maneira estética
Numa ordem que se estabelece através de um processo complexo de construção
Das estruturas da sonoridade e da sintaxe vazia de eixos
Compreender a suave diferença entre um torço e um seixo
E as minúcias do novo uniforme do homem aranha.

Saber de Renée Magretti e Eric Hobsbawn,
Ser fã da Jeane d’ Arc, Weezer, Manu Chao
Ter a experiência da plurimulticultaralidade
E usar da experiência em prol da diversidade
Revolucionária utópica plástica vivida

Eyes eyes eyes eyes
Pulse breath
Came go
Only that
I’ll not show
Because ye all
Need to know
Te life is more
Than a amazing show

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

La isla e la verdad

Is la verdad
Is la isla
La isla de la verdad la no hay islan
Na isla de la verdad
So tiengo pouco
No hay plata
Mas hay cuba
No hay rima
Mas hay rumba
No hay chicas
Mas hay putas
Mi vida oh mi vida
Cladestino em la ciudad
En mi isla de la verdad

domingo, 29 de julho de 2007

Story of an Untold Tale - Prologue - Part.02 - Echoes

A sensação era de movimento. De corrida, de liberdade e de fúria. Corriam, corriam pela mata escura, como se suas vidas dependessem disso. Gruíam e uivavam como cães famintos e ensandecidos. Enquanto a mata se curvava submissa ao vento forte, enquanto os astros resplandeciam sua luz no solo frio e coberto de folhas. Eles caçavam. Em bando. Com fúria.
- Aarrugh hauhrhauhr – Um urro malévolo misto de escárnio e fome rasgava o ar. Outros o seguiam, fortes, roucos, torpes, como se buscassem na escuridão algo que pudessem devorar.
- O relevo era irregular, elas avançavam rapidamente entre solavancos e pulos sempre em frente, utilizavam das arvores e rochas como se fossem parte deles, de apóio a impulso a floresta era seu lar, e mais que isso, eles eram a floresta.
- Rugo, rugoo! – pairou o grito no ar
Eles pararam. Na beira do riacho que corria manso, covarde ante as feras que o circundavam. Eram quatro. Tinham mais de dois metros de altura. O maior deles tinha três metros e meio. Curvado.
È difícil descrevê-los. Eram misto de feras e seres humanóides. Eram lobos, enormes lobos, que andavam em duas patas, tinham braços providos de garras pontiagudas e mandíbulas enormes, cheias de dentes. Que nesse momento esbravejavam!
- Rugo daí crar rineckt owr thugor!!!
Quem falava era Yogov, um lobo vermelho de peito largo, olhos amarelos e fundos. Sob a pelagem um saiote cinza, feito da pele de algum animal azarado que cruzara seu caminho numa noite como esta, segurando o saiote, um cordão grosso de couro negro enfeitado com garras, de vários tamanhos e formas, algumas ainda presas aos dedos de seus antigos donos.Sob o braço direito uma fita de couro enrolada adornada com pedras e penas. Sob o peito, espirais pintadas com tinta negra, sob os olhos e abaixo do queixo, mais traços pretos e fortes, nas costas duas enormes cicatrizes, aparentemente de cortes bem profundos, feito abaixo dos ombros para dentro das linhas dos rins, em forma de x.
Yogov rosnava para aquele que, de início, parecia liderar a corrida. Um lobo de pelos pretos e orelhas compridas, com uma trança curta pendendo ao lado esquerdo do rosto. E com uma espada larga rústica amarrada ao grande cinturão.
- Rugo rugoo! Nós já perdemos a trilha deles a tempos! Não adianta, não vamos alcançá-los!
- impaciente yogov – questionava rugo com certa malícia – será porque foi você que não deu conta deles!?
- Rooaaarckt – com essa rosnado Yogov saltou para frente e tentando morder Rugo, que rapidamente, ao perceber a investida do companheiro dá um passo para o lado, escapando por centímetros dos dentes afiados de Yogov e retribuindo a dentada com uma cabeçada, no rosto do rival.
Dando mais um passo para trás Rugo continua, firmente – Sua impaciência só mostra o quanto foi incompetente Yog.. aplaque sua fúria antes que a minha acenda-se.
A voz de Yogov parecia crescer , ficando rouca e cavernosa a medida que dizia – Você não tem autoridade para isso Rugooo. Orth nath alrck rustheforthallf!
- Arck muspelhein in ip sothtier – complementava uma terceira voz, pacífica e serena como sangue seco espalhado pelas folhas. Era Hogarth, o terceiro lobo, ligeiramente mais alto, mas bem menos corpulento que seus outros amigos, de pelo cinza claro que escurecia na extremidade dos braços e das pernas, que além de trapos amarrados ao antebraços tinha apenas um oboé rústico preso ao pescoço, por um cordão de plantas. Usava dentes como brincos nas duas orelhas e parecia, ligeiramente, mancar da pata esquerda.
- embora não seja, ele está sendo, então, trate de respeitá-lo pequenino – dizia ao se dirigir a Yogov, que era o menor do bando.
- e além disso, independente do que tenha acontecido, a responsabilidade sobre eles ainda é nossa. Nossas peles serão alvo da dança negra do ódio e dentes que não o de donzelas ardentes. Caminharemos pois como pares ye?
Yogov parecia resmungar, mas sua fúria vinha sendo aplacada pelas palavras verdadeiras de Hogarth.
Rugo agachou-se no riacho e lavou o rosto com as mãos. Levantou-se, olhou para o maior deles.
- embora andasse sempre curvado, quando erguia completamente seu corpo, Suporath quase alcançava os cinco metros. Só de braços eram quase dois metros. Seus pelos negros como a noite, eriçados nas costas formavam uma espécie de crina que terminava apenas um pouco acima da testa. Músculos, muitos músculos, aparentemente todos eles, se encontravam ressaltados naquele gigante. Seus olhos também negros, pareciam quietos, seus dentes, saltando para fora da boca, pareciam bem afiados, os dois caninos foram adornados com brincos, com mais de 10 cm de diâmetro. Como se não bastasse toda esta imponência outro detalhe chamava atenção na figura, ele tinha dois rabos.
- Ainda consegue farejá-los Supa?
- O cheiro é muito fraco. Eles devem estar evitando. De alguma maneira. Não suficiente pra seguir uma trilha. Segura. Não não!
Fez-se silêncio por um minuto. Hogarth sentou-se numa rocha, coçou a perna direita. Yogov rosnou. Andava em círculos. Rugo também.
- Quantas cruzadas? 15, 20?
- Mais mais, Supa sentiria o cheiro por até 30 cruzadas de distância não é ? – indagou Rugo
O gigante confirmou com a cabeça.
- um graça de chuva? – perguntou Hogarth num lampejo de idéia.
- Demoraria muito – respondeu Rugo
- Chamaria outros – completou Yogov.
O bando continuou parado, pensando. Parece que toda a pressa antiga, se dissipara, precisavam decidir.
Repentinamente Rugo bradou:
- vamos sair do território
- O que? Indagou Hogarth saltando da pedra?
- sabes que..
- Sim sei Yogov.
- sigo-te então.
- Irmãos, sair do território? Se descobrirem arrancarão nossos dentes pela manhã e nos espetarão com eles antes da primeira refeição. É arriscado demais
- Devemos cumprir o chamado. Cumprir.
- embora seja arriscado, embora não devemos, podemos fazer. Precisamos. Somos bons, além do que, vai ser divertido.
- Yogov tem razão Hogarth, podemos pegar a trilha do lança escura, os alcançaremos no próximo entardecer. – afirmou Rugo
- E você Suporath, alguma preocupação?
O lobo saltou a frente e uivou alto.
- Auuuurh.. Os outros o seguiram. Rugo, Yogov e depois Hogarth. E tão repentinamente quanto pararam, eles partiram. Correndo rápido pela floresta a caminho da escuridão para um lugar tão que eles não ao conheciam ao certo, mas de certo, era o único lugar que precisavam ir.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Story of an Untold Tale - Prologue - Part.01 - Footprints

Eles caminharam calmamente.
Tão calmamente quando podiam caminhar, tratando-se de um par de ursos.
É ursos! Grandes. Daqueles que vemos no cinema grunhindo alto e lambendo o rosto do protagonista do filme depois que ele o salva dos caçadores maus.
Esse tipo de urso!
O tipo grande e peludo. E marrom. Bem, um deles, é bem marrom, e um pouco mais baixo. Se eu fosse nutricionista de Ursos diria que este também é um pouquinho mais gordo. Barrigudo.
Mas não diria isso perto dele, afinal é um urso. Grande, marrom e peludo.
O outro parece mais elegante, isso é claro se eu fosse um estilista de Ursos e entendesse de como pentear o pelo deste ou daquele jeito, para conseguir um efeito legal. Na verdade, ele tem um estilo de urso mais largado e um pouco mais desgrenhado que o primeiro, vou assumir.
Mas ainda sim, tem seu charme de urso. Sua pelagem é preta e tem algumas manchas brancas, em forma de semi-círculo ao redor dos olhos, e em volta da barriga clara. As manchas o tornam um pouco mais ameaçador e, surpreendentemente, parecem ter um significado.
Um significado para Ursos.
Eles continuam seu caminho por entre a floresta fria e rasa, de coníferas, que se arrasta sobre a face sul da montanha como se quisesse alcançar algo que estivesse fora de alcance, e estendesse seus braços de mata a ponto de quase estourar seus tendões.
Isso, claro, se florestas tivessem tendões.
Entre um passo e outro é possível ouvir vozes. Vozes não humanas, que se pudessem ser traduzidas num som, seriam vozes com barulho que a água faz ao bater em troncos velhos na parte superior do rio. É bem complexo, mas quem disse que seria simples? O som é esse, afinal essas vozes não-humanas realmente não são humanas, são vozes de ursos.
Dos dois ursos. Na verdade, uma de cada.
E essas vozes diziam coisas.
Claro, na língua dos ursos.
Se os ursos tivessem um língua.E nesse caso tem.
Vamos parar de ser tão questionadores okay? Afinal com tantas perguntas, como vocês esperam ouvir o que os Ursos dizem?
- Não acho que eles darão conta, você não acha que é muito para eles Oshua? - pergunta o urso marrom, as extremidades de seus pelos é avermelhada, o deixando, dependendo da luz com uma tonalidade meio laranjinha, e a medida que chegamos mais perto, afinal, queremos ouvir a conversa dos ursos, é possível ver que ele usa pulseiras de sementes e ossos, e um colar bem grande com diversas pedras verdes e pretas e com aquilo que assim, daqui de onde estamos, parece um crânio humano, ou metade dele, a metade superior, pendurado no pescoço.
Penas de falcão presas atrás das orelhas e uma pequena bolsa de couro, ornada com folhas e pele de doninha completam seu vestuário.
Na verdade, lá de onde estávamos também era possível ver tudo isso, mas, se falasse desde o começo, perderia toda a graça.
O urso negro responde então:
- Talvez, mas se conseguirem só provam que são realmente bons, como esperávamos, caso contrário...
- Caso contrário adeus esperança de conseguir um grupo jovem e bom como eles...
- Talvez, mas, na dúvida é melhor tentar. Acalme seu coração Pedra-de-fogo, eles ficarão bem... Se não se aproximarem demais.
- Esse é meu medo Oshua, esse é meu medo...

Tentando consolar seu amigo Pedra-de-fogo, Oshua, o urso preto dá-lhe um tapinha nas costas. Se eu tivesse recebido aquele tapa, provavelmente estaria agora, estendido no chão, esperando que alguém chegasse me dirigisse um sorriso triste e recolhesse meus ossos para usar como giz, mas como não fui eu e sim o preocupado Pedra-de-Fogo, ele nem ao menos sentiu cosquinhas, e os dois continuam sua caminhada, embora, os dois ainda tenham certeza, algo os preocupa.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Silk Road

Easy, easy on me...
Eu já deveria estar dormindo à horas...
Devia ter começado a dormir quando meu corpo começou a dormir
Agora estou aqui, inquieto e com os músculos formigando, com aquela sensação de sentir não sentir nada.
Noites cheias de lua.

É bom voltar pra casa depois de uma longa ausência.
Não é física, é um outro tipo de ausência.
E não ache que estou me dirigindo a você. Pois não estou.
É complexo falar dessas coisas, a essa hora, sem estar me dirigindo a você.

Mostre-me do que você é capaz. Se você quiser.
Se não quiser, já mostra que é incapaz.
Cruel, não reclame nos meus ouvidos.

É o punk rock.
É a disritmia, é o maldito antibiótico.
São os Transformers no cinema.
São as pedras que me contam histórias.

Não vou te mostrar minhas mil sinfonias.
Você não nos conhece. Nem um pouco.
Talvez a ele, blábláblá... week fool.
“you know i’m such a fool for you...”
“in my head... in my head...”
Quem não gosta de Cranberries.
Você não me interrompa.
Hhauhauauaha... hahaha...

Compreenda isso.
É metade do caminho é seu.

Mad chest old key in your chest hold ye
So c’mon make to me that old soup your good in it
Try so hard, try to fit
Will are you all, so fuckin’ week???
Die in my arms.. taste my blood
Maybe I’ll keep by my side.
Mad chest mad ye
Minhas palavras são feitas apenas para confundir

Para te amarrar como ameias e te fazer pensar que não há sentido nenhum em tudo que acabo de escrever.
Qual o seu caminho? Acreditar na falta de sentido? Acreditar na existência de sentido? Na falta do sentido da existência? Não acreditar na existência de uma falta de sentido?

Eu escreveria um livro forastero.
Eu escreveria por inteiro.

Cabron!
Now ya?

Qual a principal diferença entre os ostrogoths e os visigoths?

Quantos milhares de vândalos atravessaram o Estreito de Gibraltar para invandir a Espanha? Córsega? Tenochit’clan?

Quem é você? Quem é você? Quem sou eu?
Eu sei quem eu sou. Quem é você?
Essa é uma pergunta retórica?

É bom estar de volta.
Afinal,
Lobos não migram...

terça-feira, 10 de julho de 2007

Forastero

Forastero
Desafomeado das intrigas
Movido a punk rock e hip hop das antigas


Forastero
Livre de todas as mentiras
Caminhador sobre os trilhos frios da linha fina


Forastero
De chapéu e faca no cinto
Não omite suas palavras, nem segura o seu grito

Forastero
Quem anda pelo os lugares que nem eu sei
E que sabe de tudo um pouco sem saber quem vem a ser

Forastero
Que multiplica os números pulando os que lhe incomodam
Procura seu caminho mais nos músculos que na moda

Forastero
Que mais te importa?
A arte da poesia já está morta

Solto a sua própria sorte
Fuzilado sem pena de morte
Inexpugnável de traços fortes
De matizes cinzas
Matizes cinzas e seu brasão da morte

Forastero de outros tempos de outras trilhas.

Minha conjunção de palavras não é nova, nem bonita, é apenas minha.
E a amo como uma garota que conheci num sonho
Que existe em algum metro quadrado daqui até Bankog
A amo como pessoas que amam cão sem dono
Daqueles molhados e cabisbaixos na garoa fina do céu rubro da minha cidade
Si me tri sem metria si me tria sem metria, sim metria, sei sim metri, sei sei sem sim me tri a
Ninguém entende quase nada do que eu digo
Consumi meu cérebro com fósforos e gibis da marvel
Me gastei no ócio e nos ostracismos clérigos
Dei-me algo pra beber, saciar a sede abrasiva de meus ossos.

Forastero
Que canta suas canções
Seus motes, seus hinos e falhas

Forastero
Que carrega no corpo marcas de cem navalhas
E tropeça na vida sem carregar toalha

Forastero
Breve, fortuito, breve

Forastero
Eis o segredo da arte do mundo inteiro
Escreveria, sem parar um livro forastero
Escrevia por inteiro
E se por acaso, por ventura
Viesse nele uma mensagem sua, forastero
Toma-va-os em teus braços e seguia sem bradir mais nada

Forastero
Aquele de breve passagem e nobre linhagem
Esquecida no tempo
Vem forastero ao meu território, meu domínio, meu contento

Vem

Forastero
Nome que damos pra aquele que passa
Forastero
Não sou é, eu, não é parte de nenhum de nós
È algo mais
Forastero

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Doravante

Faz tempo que não te conto dos meus confrontos
Faz tempo que ninguém ouve meus berros
A ninguém vê o sangue que jorra,
Ninguém mais se degladia com cutelos

Não fugi, pelo contrário, estou de volta
Ouço sua voz querida, que tantas vezes senti chorada, sofrida
Mas você está morta.
Ando conversando muito com mortos, como você.

Talvez esteja chegando a minha hora
Tambores tocando, cores que rodopiam sinuosas e secas
O molhado dos meus pés no chão...
Sangue, sangue dos meus inimigos por todas partes

Enquanto uivo alto, o sangue deles entra pela minha garganta
Quando dá, eu cuspo fora, quando não dá, eu engulo
E eu adoro...
A minhas feridas expostas, a ardência, a dor, dor localizada,
Dor espalhada, dor de ossos quebrados, dor de pele rasgada,
Dor de magoa, dor de cheiros que ardem, cheiros de guerra

Cheiro de guerra, cheiro de morte, cheiro de carne morta,
Cheiro de entranhas, cheiro de ferro, cheiro de chamas
Cheiro de grito

Gritos de dor, de ódio, de sangue...
Que beleza minha amada, não é lindo tudo isso?
È definitivamente estou de volta.
Até gostaria de estar contigo, mas você sabe, você já morreu...
E no fim das contas não daria certo.

Melhor seguir sozinho... cantando
Talvez eu precise de um banho ou dois...

Guardo comigo o espírito dos meus adversários
Trapos, olhos, dentes, algo que retenha seus valores, sua ferocidade
Respeitar o adversário, a morte e a guerra.
Dos adversários menos valorosos eu entrego a terra, quem sabe ela os renasça grandes guerreiros, arvores, rochas...
Ou que ao menos sirva de alimento as aves, aos vermes, pequenos roedores, órfãos de guerra...

Como é bom voltar pra casa...
Conheço cada arvoredo, cada pedaço de grama, cada entranha da terra, cada coruja que pia
A meus irmãos recebei-me de mandíbulas abertas, trago boas novas e um alce para saciares a fome.
Sim, foi fácil... Ostrogoths do norte do rio...
Talvez quatro, no máximo cinco dezenas, todos montados... Mas deu pra sair bem...
Não esse osso é meu, é a parte mais gostosa do alce, além de que, deu-me um puta trabalho arrastá-lo até aqui, coma e não reclame.
Seu pelo, sim estou vendo, gostei do vermelho, combina com sua pena yougling...
Ahn isso aqui? Fraturei, mas a hemorragia já parou... é talvez uns três meses...
Claro...
Não trouxe dessa vez, oras, estava guerreando não a passeio.
Passo oito semanas e batalha e nem perguntam se estou bem, são uns selvagens mesmo.
...
A claro se não estivesse bem não traria um alce, é parece lógico, mas você nunca foi muito lógico o que aconteceu, tomou uma mordida na cabeça?
Duas.. ahn
È bom estar de volta...

Canteremos a noite é longa.
Canteremos porque estamos vivos
Canteremos porque o tempo é curto
Canteremos porque é preciso
Canteremos a vida nossa
Canteremos eles estão ouvindo...

terça-feira, 3 de julho de 2007

Taquicardia Cerebral

Queria escrever algo interessante
Mas me perdi
Só penso em ti só penso em ti
Queria escrever algo divertido
Mas acabou
E eu também vou e também vou
Queria tudo, mas tem o tempo
Ahn descontentamento
Querotudo, mas outrahora
Porque não agora? Porque foi-se em bora?
Bora daqui bora de lá, porque foi se casá?
porque–foi-se casa
Queria outro mas que momento?
E ainda tem o tempo e descontentamento
Queria você e palavra pura,
Quanto tempo dura? Quanto tempo dura?
Queria ti que só penso,
Mas também vou nesse momento
Queroescrever mas outrahora
Escrever agora escrever agora
Ahora hoy se foi-se embora
Acabou o tempo
já perdeu a hora
Agora pura palavra dura,
quanto tempo muda? Quanto momento dura?
E eu também vou
Divertido casou divertido causou divertido caso divertido casô di ver ti di ver ti di ver te de ver ti ca sou sou de ver ti sou de te ver sou de te ter tido caso sou de ver te cansou de ver te
Caos...
Casou-se
Acabou
Acabou o tempo
Já perdeu a hora
Pura palavra já foi-se em bora
E eu também vou e eu também vou
Des com tem tamento e a queria tudo
E mudou-se o mundo
e embolou-se tudo
escrever as horas escrever as horas
horas de agora desse momento
escrever o tempo, esquecer o tempo
ta mento, ta mento, lamento, minto, sinto, sento
escreveragora mentir o tempo
lamentar as horas
sentir momento
esquecer soneto
sento sento sento
Acabou-se
Me perdi
Interessante
De ser um instante
Embora, foi-se instante
Agora, ahora, lá fora.
Foi-se o tempo
Demora, tarda, mento, minto, sento, penso, canto, sento
Canto assento – cansei de ver te
Minto
Tento, descontentamento nesse momento
Só penso em ti só penso em ti
Queria escrever, me perdi
Queria escrever, te pedir
Sente?
Casou-se, acabou, foi-se embora
E agora?
E agora tempo, hora, instante, momento
E agora?
Escreveroutrahoraescreveroutroagora.
Escrever

domingo, 10 de junho de 2007

Devil on horses

Produzo..
Quando eu estou assim eu produzo bastante
Não sei se é culpa sua.
Talvez seja, já que você me instiga
Não sei.. talvez instigue outra pessoa, mas a mi parece que soy yo, entonces..
You know honey...
As coisas ficam mais difíceis pra mim, você devia virar e dizer:
- Hey é você, gostei de ti, e quero mais beijos, abraços, carícias, sexo..
Você devia me dizer isso honey...
oh yeah you should..
but okay.. as vezes você me confunde
você é toda confusa... vida confusa, cabeça confusa.. e sozinha
sei que precisa do meu abraço
e não to te cobrando nada, gosto de te abraçar, sempre gostei...
sei lá.. esse charme meio cabrero do seu signo intempestivo
ou minha total falta de descrição ao falar das coisas
sei lá amor. As vezes você me confunde
e não gosto de estar confuso, como você, eu penso numa saída
e escrevo.. write write write.. quem saiba eu ache a saída baby…
quem sabe tudo continue assim
quem sabe nada muda.. não sou nenhum deus pra saber dessas coisas.. mas conheço os deuses de perto e eles me contam coisas
sobre nós eu apenas não quis perguntar ainda, capiche?
Estranho como vão passando as coisas e outras vão ficando.
E o tempo e esse solzinho suave mas quente aqui na minha orelha
Soldando as energias..
Evil é o demônio que sobe as minhas veias em sentido contrário...
E hoje eu o soltei...
Pra onde ele vai honey, você pode me dizer?
who knows..
Tudo sempre só depende da maneira como é exposto.. ou escondido
Lá vem ele, dilatando minhas atérias dinovo...
Dammit!
Támbém estou me envenenando aos poucos...
Kiss me?

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Anacronismo Myself

Muita coisa muda na vida da gente
O tempo passa a gente vive
E a vida muda coisa no tempo da gente
Passa...

Eu sou a curva da vida da sua estrada.
Eu já estou lá...

terça-feira, 10 de abril de 2007

Together

Poesia de chuva, sol e luz

Certas coisas que acontecem
Que o destino nos oferece
Que nos surpreende e fortalece
Que nos mantêm e que não nos esquece

Que a beleza da vida
É feita de momentos assim
Feita de cores, de sol e de chuva
E de estrelas para ti
Para mim, para nós...

O momento de alegria conjunta
De risadas, goteiras, sinucas
De escolher a mesa menos fresca.
De querer um ao outro, de ter certeza.

Que a beleza da vida é
Feita de momentos assim
Quando nossos corpos estão juntos
Quando você sorri pra mim
É feita de carinhos e faróis
É feita de caminhos e telefonemas
É feita como pipocas de cinema

Certas coisas acontecem
Numa explosão que surpreende os sentidos
Como um arco-íris mágico
Só com você o meu mundo faz sentido

A beleza da vida é feita de momentos assim
Quando estamos juntos num abraço eterno, sem fim
A beleza da minha vida é você

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Olhe para os meus olhos... pecador!

Ghost Flavor

Ainda sinto teu gosto em minha boca
Ainda sinto o cheiro de teus cabelos
Ainda sinto a maciez de tua pele
Ainda sinto falta...

Por mais que me despeça
Não há o que me afaste
O tempo tem pressa
Mas não faço alarde

Ainda sinto teu gosto, cabelos...
Ainda quero... como quero, pele, desejo, anseios
Achar me escondido atrás do teu pescoço
Ainda quero, cabelos, pele, teu gosto

E em sorriso de mãos dadas
E com carícias enfeita a estrada
E com danças belas e engraçadas
Faz perder-me enevoada...

Ainda quero,
Por mais que me despeça
Ainda quero
Não há o que me afaste
Ainda quero
O tempo tem pressa
Ainda quero
Não faço alarde
Ainda sinto
Teus beijos...

Beijos, cabelos, pele, carinhos e gostos
Ainda quero e sinto falta...
Não há caminhos se não seguir
Não há porque não querer ir
Não há caminhos se não olhar
Não há curvas é só guiar
Não há caminhos se não este
Ainda falta e sinto...quero!

terça-feira, 3 de abril de 2007

Bom Voyage

Ontem a noite eu sai.
Hoje eu ainda não voltei.
Ontem eu quase te senti.
E pela primeira vez ousei.
Perdi-me prazer e luxúria
Nem sequer me preocupei
Teu semblante envolvido
Em ternura e toda libido
Que é possível a um ser só ter

Queria a como queria
Ter te assim em meus braços
Fazer forte as amarras que
São as correntes desses laços

Queria e até ousaria
Seguir-te em todos os passos
Trilharmos esse caminho
Tão suave, belo e devasso

Passo, provoco, repito
Seu rosto ainda em meu encalço
Quase toco seu corpo quente
Quase morro e me desfaço

Sentir-lhe em nobre verdade
Ilusão e prazer, foi de fato
Mas há não que nunca sofreste
E quem nunca voou tão alto?

Ainda não voltei dos céus
Ainda não voltei...

domingo, 1 de abril de 2007

Paster Noster...

Não sei se sou assim
Não sei ao certo de mais nada
Caminho sinuoso
Tortuosa escura escada

E agora, que fazer?
E agora há mais nada.
Sabia desde o começo
A incerteza da empreitada
Sabia desde começo
De um inverso machucado
Sabia desde o começo
Que era um sentir errado

Ah perturbação...
Que me consome horas a fio
Ah meu coração...
Que insiste em ouvir seu canto
Seus encantos, abraçar seu corpo
Enxugar seu pranto, tocar seu rosto
E sentir seu corpo...

Ao menos em pensamento
Eu tento, mas nem assim me convenço
Descrente...
Das formas diferentes de amar
Enclausurado, em meu próprio seixo
Engaiolado lar...

.
Lúcifer fora o mais belo anjo do Senhor
Fora comandante de todos os anjos
Viu a terra e os seres vivos serem criados
E por ambição e vontade de reinar
Por achar que poderia fazer melhor
Fez o impensável
Desafiou o todo poderoso
Da sua base no Castelo Oostegor
Os insurgentes rebeldes junto a Lúcifer enfrentaram
os anjos da cidade de prata.
Lúcifer derrotou Miguel e suas legiões
E chegou aos salões dourado dos anciões pra enfrentar Deus
Seu filho, sentado a direita do pai, levantou-se e prostou-se em frente a Lúcifer, para defender ao senhor.
Com o brilho de mil sóis o puniu por sua indolência arremessando ele e seus
companheiros rebeldes no abismo... ficariam ali por toda a eternidade para refletirem sobre
o que fizeram...
Porém, os anjos que se mantiveram neutros na guerra, que não apoiaram nem Lúcifer nem Deus também foram punidos, com a rigidez típica dos governantes “justos e bons”da cidade de prata. Foram expulsos do céu.
Confinados a viver na Terra até o fim dos tempos. Porém, estes Nephalim, como eram chamados, mantiveram parte de sua natureza divina, e embora transformado em humanos, lembravam de todas suas encarnações, no instante em que nasciam. Não importam quantas vidas eles tinham perdido na Terra, ao voltar a reencarnar, saberiam de tudo que acontecera, novamente...
Eles juraram vingança contra a injustiça divina.
.
..
Deveria eu ser condenado pela minha neutralidade diante de tal situação, de tal fato?
Deveria eu ser punido?
Não sou cristão. Nem católico. Nem temente a este todo poderoso, que pra mim, de nada vale, minha fé repousa em outra crença. Mas respeito todos aqueles que nesta fé acreditam.
E me pergunto, como os Nephalim, deveria eu ser punido?
Talvez... talvez deixar-se levar seja um ato imprudente, impensado, que me abandonará a deriva, ao relento.
Pensando bem, acho que deveria ser punido.
Porque ao menos, independentemente de quantas vidas se passassem, de quantas encarnações eu vivesse, eu sempre me lembraria de você...
...
..
.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Ecce Homo

Afogar

Confusão
Acalmai meus delírios
Adormeça meus anseios
Fuzile minhas dúvidas

Confusão
A ti lhe rogo em prece
Antes de tudo vá
Desaparece
Enquanto busco ainda em vão

Solução
Para os problemas que me tomam
Para os martírios que me zombam
Paras intempéries do coração

Solução
A ti procuro o fardo
Em meu futuro ainda vago
Feito de bolhas de sabão

Adição
De formas e soluções presentes
E de todo modo inconseqüentes
Que nublam minha visão

Indiferente
A tudo isso que se passa
A uma discussão que se arrasta
Não quero viver em vão

União
Dos caminhos diferentes
Das idéias dissidentes
Dos gêmeos sem irmãos

Há na mais derradeira presença
Dúvida que alastra-se em crença
Forte vórtice de confusão

Confusão
Não faz de mim tortura
Achai em meu peito a fissura
Que de rompante florescerão

Comunhão
De toda sorte de culturas
De dias e luas
De vida e paixão

Cavalgo a toda morte e vida

Pra que mesmo desmedida

Anoiteça meu coração

segunda-feira, 26 de março de 2007

Contém Glútem

Doppelganger

Agrilhoado...
Por querer
Muita coisa muda na vida gente
E de repente nada é mais como queria
As pessoas não mais me encantam
Preciso de novos sons novas cores
Em teus olhos vi novas cores
Vi lugares que nunca havia visto
Histórias que nem sequer imaginava
Senti sabores com aroma de vida
Mas meu grilhão, meu querer algoz
Minha confusão não me permite mudar
Não me permite querer-te
Aliás, permite, mas não posso, temo
Não quero, não devo, mudo, receio
Confuso, alheio, me consumo
Ah o grilhão que prendi-me por vontade
As juras que fiz,
em verdade que já lavei...
Quisera eu que isso tivesse acontecido algumas semanas
Alguns anos
Alguns dias
Porque você é tão envolvente?
Mais envolvente do que as correntes que me prendem.... ?
Me perderei no meu destino?
Ou me perderei dentro de você?
Quero tanto...luto tão pouco
E o tempo só agrava a situação
Me mostra o que eu tenho e o que eu acho que quero
E desgasta o ferro dos grilhões
E atenua o fogo das velhas paixões...
A questão principal não é querer ou ter
É saber...
O que realmente passa na sua cabeça.
Antes que tomado por paixão e delírio
Eu enlouqueça.

sábado, 24 de março de 2007

Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo... pelo?

O Domingo de Ulisses

Quando Ulisses foi a feira
Não sabia o que comprar
Queria imã de geladeira
Pra enfeitar seu frigobar

Quando Ulisses foi a feira
Decidiu comprar banana
Fruto doce evita câimbra
Prata sul-americana

Quando Ulisses foi a feira
Foi na banquinha de caqui
E depois subiu no morro
Para ver Itáca dali...

Mas pobre Ulisses viu
Que Itáca lá não estava
Tinham ido embora quase todos
Depois da revolução escrava

E lá vai o velho Ulisses
Por Penélope buscando
Ali estava a fiel dama
Como sempre esperando

Ulisses disse que precisava
De mais corda pro varal
Comprou logo 12 metros
E luizinhas de natal

Aproveitou do fim da feira
Pra comprar umas chinelas
Comprou umas do Hawaii
Que também era ilha distante
Mordeu mais um caqui
E não se tardou mais um instante

Ulisses parou um momento
Pra se perguntar o que faltava
Mas encontrou um amigo que a muito não falava
O que inspirou o nerd Sófocles em sua peça encenada
Era Ájax o bravo, filho de Telamon
Que um rebanho de gado inteiro, sozinho matou
E Ájax dizia:
Odisseu que fazes aqui?
E Ulisses respondia:
Vim comprar fruta caqui, muito boa saborosa, quer desta um pedaço?
E disse Ájax ao navegante:
Estou satisfeito, obrigado
E você Ájax do escudo, que vem a feira fazer?
Venho comprar cortador de unhas, porque as minhas insistem em crescer.

E Ulisses foi pela feira
Levando a amada pelo braço
Decidiu comprar um pastel
Pra amansar o estômago fraco
Pediu pra doce Penépole,
Garapa com limão
Ela muito agradecida
Colocou as sacolas no chão

E como todo bom estrategista
Aqueu e aquivo de fato
Segurou o pastel com a esquerda
Pra não ser pego desarmado
A mão direita no gládio
Ainda que embainhado
Faria de tal modo estrago
De por toda a barriquinha a baixo

Velho Ulisses comeu
Seu pastel sabor palmito
Muito feliz com o fato
repetiu o mesmo pedido

Quem o atendia era
um suave e simples ancião
Seu nome era Shang Tsung
Mais um chineizinho padrão.

E Ulisses se foi
Como veio da mesma maneira
Só não lembrou de comprar
Seus imãs de geladeira

Chegou em casa estafado
Vestindo novas chinelas
Com mais de doze metros de corda
E luizinhas azul e amarelas

Percebeu então por um instante
Ter perdido seu favorito programa
Smalville já tinha passado
E aquela outra série bacana
Era tudo muito triste
Digno de batalha trojana

Quando deu por si
Já havia adormecido
Quase como o ciclope
Que há muito tinha defendido

Lá jazia o velho Ulisses
Pela manhã de domingo rendido

sexta-feira, 23 de março de 2007

Hoje é dia 23...

Periapto de Grandeza

Pessoas criam coisas. Homens criam casas, pontes, postes, pôneis, homens criam coisas. Coisas criam o homem, ambiente, oportunidades, geografia.
Na tarrafa da vida somos só mais um nozinho frouxo de fio de nylon, somos nada menos e nada mais do que aqueles abaixo e acima de nós.
Se para a maioria das pessoas no mundo, o paraíso fica no céu, e o céu fica em cima, por que continuam enterrando seus mortos?
Mais perto pra descer? Highway to Hell? Se não fosse a ironia, seria apenas uma boa música.
No meio do processo de criação, na verdade o ponto culminante do mesmo, é o abraço cálido da inspiração.
Tal como virtú maquiavelesca domar-te dama é difícil tarefa. Acolher-te ainda que no mais quente dos leitos é herculeanamente perigoso.
Destrói homens com a mesma facilidade que fascina almas.
Walking Dead in Living Body a inspiração salta de seu epitáfio para um novo começo sagaz, tênue e agudo como giz de cera raspando a lousa.
...
Presidente por que o senhor bebe tanto whiskey?
- Oras bebo por que é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia...
Sábio Jânio...
Defenestro-me em intertextualidade redundante para dessa forma enaltecer minha skáldica eloqüência e perder-me em devaneios policromáticos.
Tenho raiva do Euclides, e sua tridimensionalidade, balela! Quem disse isso?
Cadê o Pitágoras, perguntaram - Tá na Índia, mas se você quiser esperar, vou mandar o escravo servir um café.
Deuses Polinésios com Cthullu são temíveis, insanos e bermudáticos...
Na bandeira de Belize tremulam os dizeres: Sob Umbra Floreo
“Floresço sob tua sombra”
Disse Caius Julius César : “ Nos confins da Ibéria há um povo que nem governa-se nem deixa-se governar”

Um periapto é uma jóia lapidada usada como adorno que repousa belamente sob o colo feminino.
Como toda pedra dessa maneira trabalhada, ele tem várias faces, assemelhadas em tamanho e idênticas em proporção.
Porém ao olharmos através da jóia a distorção da luz causa-nos efeitos calidoscópios.
Como imaginação é um caos bruto, matéria mais inefável e volátil possuída pelos seres, só um ímpeto de mesma maneira volúvel, porém rígido e intenso, é capaz de lapidá-la.
Aos loucos a coroa dos artífices: a inspiração a mãe de todas as histórias.
Tão reais como qualquer história pode ser.
A verdade sempre enganou o mundo e a cegueira nunca foi obstáculo para que se pague a conta de luz.
Bem venidos aqueles dispostos a olhar muito além da sua córnea a caleidoscopia do universo, do homem e de suas criações.
Pessoas criam coisas...Homens criam pessoas...Coisas criam homens..Criam pessoas e homens...Homens coisas e criam...Pessoas homens e coisas...criam...