terça-feira, 9 de outubro de 2007

Aviso aos navegantes

Tem tempos que sou assim
Que estou perto, mas distante
Que estou longe, vociferante
Nadando entre as estrelas do cosmo e além

Como a grande A’tuin, como Rasputin,
Aniquilando as quimeras do passado
Decifrando enigmas de górgonas e seus vassalos

Sou eu.
Constelação austral
Aurora boreal

Tem tempos que sou assim
Que pego minha amada e a levo para longe
Para além daqui, pelo poço perto das amoreiras
E vamos para o lado de lá, conversar com entidades amigas

Conhecer nosso passado
Eu vou estreitar meus laços
Comer torradas estrangeiras noutro condado

Sou eu.
Sem muito problema de compreensão
Sem dilemas de moral de ficção

Meu clã conhece e sabe,
Meu irmão pastoreia os rebanhos
O mais novo reúne as cargas
O mais velho poda as árvores
E outros são viajantes como eu...

Sigo para a terra das montanhas
Para as terras escuras
Pelo caminho puro.

Sou eu.
Viajante de tempos em tempos.
Então não digo nada.
Eu me conheço...

Meu coração é feito de pedras que movem
De amor pela minha esposa
E das vontades do reino de amanhã.

Não devo nada aos pedintes
Nem satisfações aos que tem pensamento
Sou obra de meu próprio artífice
Sou um cão sem condenamento.


Meu uivo reverbera alto
Sou ancestral do meu próprio sentimento
Meus pelos são rubros sobre o queixo
Minha alma é afiada por dentro