terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Trovão calado
um calafrio tornado
como um demônio alado
eu passo
Uma tempestade seca
uma árvore sem folhas
um passo
Um degrau
uma escada
um ramo
um rumo
Eu faço
Toda estrada escolhida é um caminho sem volta
cada dom concedido é um conselho déspota
sobre as 9 chaves do paraíso
o que faz sentido?
o que faz sentido?
Quem faz sentindo o que anda sentido?
sente-se, salte, surja, soe
Liberando as válvulas para os novos fluídos
destrancando a chave dos baús escondidos
alimentando os monstros enclausurados vivos
serpenteante orbe cintilante
que singela emoção lhe ofereço neste instante
cosmo caráter
cauda de cometa
reflexo de ampulheta
inverso avesso ambienta
sussurra floresce fornece enaltece
aumenta
sob a flâmula prismática um rompante
envolvido em sua aura mágica cativante
subjetividade
Como véu, faixa, que encobre
recua a luz, recua o mar
Rejuvenesce a vontade
navega, peleja, garimpa, viajar
eterna acolhida define
o recomeçar
todos os sóis que sempre quis
Mais uma vez ouvindo sua canção
Seu refrão suave envolvido feitiço em profusão
Com olhos radiativos
De poderes desconhecidos
Deslumbro um novo continente
Que até então jaz perdido
Na neblina consciente
Da mente camuflada
Sinais de uma aurora roxa
Cajado, capa e espada
Adentrai a dimensão
O espaço a amplitude planetária
Eleva-se
Dogma de retina e córnea
Portal de alma e nada
Como um trovão calado
Que momentâneo se faz presente
Barulho alto inexistente
Esse incômodo, esse arrepio
Esse sopro de ar
Escalando as costelas
Cada fio
De cabelo em pé
O corpo puro de estática
Foi
Há passado
O tempo de feras brandas
De reduto covil e recato
Um brilho
ramo de cor
flor entre as ervas
de ponta-cabeça no topo de mundo
de vento no rosto
braços abertos
passado sombra caverna
futuro fluxo explosão cratera
segue
homem-totem
trovão das eras
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Perscrutador do véu
I wonder, wonder what tomorrow brings
Thanks Gods for music, because music makes me dance and sing...
Tudo é questão de percepção
Percepção e encantamento
Sedução engatilhada nos passos curtos dos momentos
O que é uma hora
Uma certeza intangível
De repente torna-se tão volátil
Tão etéreo, inacessível
E a dúvida perspicaz
Que vem tilintando nas passagens
Num instante torna-se ponte
Porta, portão, paisagem
A certeza do movimento é a única garantia
Que lhe assegura a incertezas que virão
Todo caminhar lento e gradual perante a evolução
Pode dar um salto, apresentar irregularidades, mutação
Todo caminho em direção ao centro
É íntimo de significados, nomes e contradição
Se o universo possuísse memória seletiva
Eu faria parte dos pensamentos no limiar da razão
Se meu pensamento fosse do tamanho do universo
O quão grande seria minha concepção?
Vida, morte, ambição
Ambigüidade contida em cada frase
Palavra escondida na fronteira da ficção
Se sou eu que ocupo ligeiro
O trono do seu pensar
Para onde vou todo segundo
No insistente ciclo de ir e cessar
A fundação de cada casa
Depende de planejamento
A fundação da morada cósmica
É transformação e deslumbramento
Sou eu
Que amarro a teia dos questionamentos
Mas é você
Que possui a chave dos sonhos e devaneios
Juntos
Aliados
Somos arqueado de signos além da razão
Juntos
Aliados
Somos brilho ofuscado de toda constelação
No embolado crivado
Na identidade e revolução
O fio condutor mostra a rota
O destino a transmigração
Mas o coração acerta o passo
Olha em volta
Iluminado
Transcende a visão
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Para você que me lê
Não pelos meus olhos
Mas pelas minhas linhas
Para você que me lê
Não pelos meus pensamentos
Mas pela conseqüência deles em sua vida
Para você que me lê
E me guarda em algum canto obscuro da mente
Permeado em palavras ou em sussurros que imagina que não escuto
Para você que me lê
E sente alegria, prazer, dor e descaso ao mesmo tempo
Para você que me lê
Que me julga com sua mente
Mas que jamais saberá o que é estar na minha
E a grande verdade é que ninguém sabe
Ninguém sabe de nada.
Eu, pelo menos, tento saber de mim mesmo.
E me dou o direito de me conhecer, afrontar, descobrir, viajar
E você, que me lê? Se dá a direito de que?
Saiba, e, se me conhecesse, deveria saber, pois isso eu digo sempre
Saiba que não gosto de fracos
Perdôo o tipo que, por nunca ter possuído pernas, agora tropeça muitas vezes
Este está a aprender
Mas condeno aquele que as tem e insiste em ajoelhar
Render-se é um ato desonroso
Jamais deixe sua face tocar o solo
Ela sempre deve estar voltada para o sol
Para o alto e para o além
Ainda que seu coração esteja enterrado no solo escuro
Permita-se olhar para o céu
Sobre mim, saberá apenas o que quero.
Não que eu tenha sempre o controle de tudo.
Não tenho.
A diferença é que você não tem controle nada, nem sobre si mesmo.
Minha mente sempre estará envolta em névoa
Porque assim ela foi forjada a muitos milênios
Por aqueles que a mim antecederam
Filho do mundo
Corredor de vento
Neto da floresta
Perscrutador do tempo
Meus olhos se voltam com curiosidade
Para tudo que me cerca
E é tão intrigante saber sobre o que você pensa.
Não pense que esta mensagem é dedicada a você
Ou feita para você.
Por que ela não é.
Lembre-se é você que não tem controle de si mesmo
E permite que sua mente ache o que bem quiser
Você está forjando isso para você
Está vestindo a camisa de força
Agora pense
Por que, por que causariam tanto estrago?
São só palavras... ou é você?
Pense nisso.
“um lobo brinca sob a benção da mãe prateada, seus espíritos estavam unidos, ele sempre olharia o céu.”
domingo, 24 de agosto de 2008
Segredos e sinceridade
Nasci sobre a benção de Antares
Mistério é reduto em minha alma
Névoa e neblina meu tempo predileto
Bosque e campina meu habitat mais conhecido
Viagem e comida meus prazeres menos secretos
Oculto e escondido meus estudos discretos
Volto
Novamente
A falar de mim
Egoísmo não é a chave do meu sucesso
Nem a eloqüência nem a veracidade
Não tenho chave
Derrubo ou contorno as portas
Entro pela janela
Não pergunto nada
Rondo a garota deitada
Adormecida sonhando na cama
Vou até a cozinha
Pulo sobre a mesa
Faço barulho nas panelas
Abocanho
E saio
Fujo orgulhosamente
Dizem:
O lobo porque não devorastes?
Eu digo
Só queria algo para jantar
Gosto de salame
Ele sai
Jovem e austero
Sincero e gentil ele sai
Ele some
Como lua nova no céu
Desaparece
Ele retorna
A tempo de saber que descobriram algumas coisas
Que sabem de seus segredos
Tolos
Ninguém sabe de nada
Só sabem o que ele quer que saibam
E isso o deixa contente
Faz com que se sinta poderoso
O eleva ao grau das estrelas
Seus planos são intuitivos
Seu carisma é um feitiço antigo
Relíquias de outras vidas
Que soube muito bem resgatar
As barbas brancas
As cicatrizes só aumentaram
Perdeu pelo
Ganhou peso
O joelho direito já não se comporta bem
Pródigo filho
Retorna como pai
Vencedor de batalha
Arrebanhador de fiéis
Continua intermitente
Importante
Experiente
Sabedor
Ele visita o antigo chalé
Tomado pelas teias e aranhas da descrença
Toca o resto das flores
Senta-se na antiga varanda
Deita no jardim
Quanto tempo se passaram
100 anos
1000 anos
ninguém nunca saberia da guerra se ele não a anunciasse
estava fadado
sabia que jamais entenderiam seu propósito
sua missão
nem os que prezava
levanta-se
horas homem horas animal
olhar de fera
em domínio de gente
astúcia de rei
em domínio de dentes
ninguém mais vive ali
imagina o novo vale o novo campo
para qual se mudaram
quantas famílias se passou
quantas já teve?
Nem ele sabe
Embora nunca admita isso para si mesmo
Ele defende-se da mesma maneira que se ataca
É um paradoxo sobre duas e quatro patas
Orgulha-se disso
Seus defeitos são suas maiores qualidades
Ele tem sim o escondido
Tem também a fidelidade
Traz sim o veneno na cauda
Conduz sim a matilha à segurança
Sabe lamber o rosto de seus filhotes
Sabe estraçalhar a dentadas a ameaça
Aterroriza fere indefere
Sabe se tornar indiferente
Sabe matar as pessoas por dentro
Conhece o melhor e o pior do coração dos homens
O melhor e o pior de si mesmo
Conhece o melhor e o pior das feras
Tenta conhecer o melhor e o pior do mundo.
Sabe que renascerá em breve
E voltará no tempo como um lampejo de novo dia
Fará companhia a aqueles que já partiu um dia
Será o cachorro daquele pirata tatuado
Será o viajante que trará notícias aos sitiados
O samurai que negará a ajuda do seu pai
A lamina forjada pelo ferreiro caído em desgraça
O aprendiz de feitiços no reino das lendas
A flauta do bardo furtador de carcaças
Menino
Será novamente
Pois é como lua
Engendrado em mistério, morte, vida, dor e alegria
Sob a eterna névoa que paira
Sabe que manterá para sempre a confiança
E a trancará no seu coração
Jamais perdera a esperança
Ele diz
Esperança devastadora de um único homem
Sabe aonde vai chegar
Contou os passos na última viagem
É filho do velho caolho
E do pai atento
Da mãe acolhedora
Da cobrança e do hábito
Renascerá
Já está vivo
Caminha entre nós
É lobo novamente
Na verdade
Nunca deixara de ser
Apenas encaminhou a si mesmo e
Sua mente para um lapso de tempo deslumbrante
Onde viveu e morreu uma dezena de vezes
Envelheceu seu espírito e animou seu lado fera
Hoje é garoto
Hoje é adulto
Misto de segredo e sinceridade
Jamais esconde nada de ninguém
Não mente
Mas têm em seus pensamentos seus redutos mais abertos
E ao mesmo tempo mais difíceis de compreender
Olhe-o nos olhos
Imagine
Ele o devorará
Isso é certo
Resta saber se apenas de
Encanto ou deterioramento
Sempre foi
Será
lobo
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Reflexão de batismo
Os ônibus que passam no ponto da minha faculdade
Têm nomes que são engraçados de pensar
Jardim Climax
São Paulo – Fábrica Trol
Saúde
Terminal Sacomã
Taboão
Engraçados são os nomes dos ônibus que passam no ponto da minha faculdade
O outro ponto também têm veículos com nomes engraçados
Mas desses eu não me lembro
Muita coisa engraçada eu não me lembro, como as piadas
Mas sempre tento fazer uma piada engraçada com nome de ônibus
- Na sua casa ou na minha?
- Onde você mora?
- Jardim Climax...hmmm [hãn, hãn?]
As vezes eu fico pensando
Nos nomes engraçados
e no mundo todo
e nas coisas que vou fazer
então eu só sento lá no fundo
e deixo os chacoalhões me carregarem com ternura até em casa
num misto de tranquilidade, cansaço e contemplação
nesses ônibus com nomes engraçados
Do ventrículo esquerdo
que é mais que amor
que é mais que vontade
que é mais que saudade
que é mais que respeito
que é mais que admiração
que é mais do que tudo mais
que é mais do que palavras são
minha vida
meu coração
se resume
a você
eu te amo
parabéns
obrigado
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
4 pelo preço de 1
Ratatá ratatatatatatatá
Tatá tatatá
Tatá tatá tá tatáa
Tshi tshiccht...
Oh oh [!]
Tatatá tatatá
Ratatatá
Tatatátátátshcimtatátatátschitschimtáará
Tumdumtudumtumdumtshimtschim
Tatatatátá
Aahn [!]
_______
Ansiedade eletroeletrônica
Viver não é preciso
Navegar é preciso
Navegar é preciso
1,
2,
1-2,
Trêsquatro
Então navegue
Naufrague
Recrie não pare
As ondas curtas em altas horas
Uma freqüência dúbia pra quem está fora
Quem manda quem sabe quem diz e quem é
Quem procura quem acha quem sabe o que quer
Esse povo que é novo, cabelo engraçado
Esse povo que é velho, se veste todo errado
Começar de novo com os meridianos trocados
Me poupe da sua reverberação sinfônica
Ska ska ska ska ska ska ska
Living in a confession
Ska ska ska ska sksa ska
Trumpet
Sax
Trumpet
Dum dum
skaskaska
_________
Cilada silábica
Eu ainda não te escrevi
Você ainda não viu
Você não possui
O que foi ou partiu
O que ficou
Redemoinho
Essa suave sensação
Desacordado eu caminho
Outro rosto na multidão
De inovador e original
Só a leveza do meu traço
Minha retórica ocasional
E as palavras que eu encaixo
Mas chega do meu discurso já cansado
Vamos voltar os olhos para o outro lado
O descaso o abuso
O cenário social
A fome, injustiça
Peste ocasional
Como você se nega a ver
Recusa ajudar um semelhante
Que pessoa é você
Es um ser rastejante
Que não se comove
Com o sentimento
De perda, de dor
E sofrimento
Vem, vem
No raio X da sua vida
Eu sou o palito de dente
Que sangra a sua gengiva
Vida toda criada com carinho amor
Brigas com pais
Do mundo verdadeiro você se retirou
Acesso a rede
msn, orkut
não generalizo
mas não me insulte
não fale que ajude
você não faz nada
sua hipocrisia é só fachada
vai na Ong o diabo
piercing no nariz
enfia a argola no r*7)@%
não quer mais ser feliz
doença tristeza
entra a depressão
o por que? O por que?
molhando o colchão
com lágrimas de vento
sem ter direção
seu problema é pequeno
Seu egoísmo é grande
Cuidado com o veneno
Que percorre seu sangue
Que pinga, respinga
Que sai da sua boca
Víbora, coral, blaquemamba ou outra
No sexo você procura
O carinho que não teve
Seu mal não tem cura
Seu pensamento errôneo
Sua visão de vida em estado catatônico
Não se iluda
Porque o seu mundo eu desmonto
Suas peças de Lego
Eu descarrego
No balde, na caixa, debaixo do sofá
Procura, estica, não vai alcançar
A verdade desmantelada atrai
Como o imã a vida esvaída se vai
Polarizando as escolhas erradas
As mentes mais sãs são as mais perturbadas
Sou um soldado dessa cilada silábica
Sou um sargento nessa cidade sitiada
Sou um som de ésse
Sou essa letra sibiliada
Sou o silvo silfo signo emboscada
Sou um som de tiro
Sou um som de tiro
Sou um som de tiro
____
Epilogo verbal
Vou fazer um texto para você ouvir
De verdana para você ouvir
E se você curtir
Por que quem sabe você vai curtir
E o som repercutir
Se o texto te coagir
O som coagular no seu ouvido
O ritmo batendo movido
Com sílabas amarradas... sentindo
Quero te ver sorrir
Com o som que te faz dançar sozinho
Sozinho
Que começa mudo, baixinho
Vai subindo, bombando, zunindo
Levanta do chão rugindo
Vou fazer um som pra você ouvir
Vou fazer um texto para você ouvir
Esse som vai ser pretexto para agir
E quem sabe se você curtir
Se de verdana você curtir
E o ritmo repercutir
O som coagir o seu ouvido
O ritmo coagular as sílabas amarradas
Com o som que te faz dançar sozinha
Sozinha
Que encadeia, encaminha,
Incendeia... imagina
O som que eu vou fazer para você curtir
Com um texto de verdana para você ouvir
Baixinho, subindo, zunindo, bombando
Mudo
.
..
Vai ser o pretexto pra agir
Quero te ver sorrir
Sentindo
Quero te ver sorrir
Vou fazer um texto para você
Sozinho
Levanta do chão
Vou fazer um som pra você
Vai ser o pretexto pra agir
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Mordedor de caneta bic
Sem nada muito além de vontade e pouco requinte
Desde criança viciados
Na mastigação voraz sem apetite
Corram, e gritem a todos os ventos
E os incrédulos que acreditem
Está chegando a grande horda
Aí vem os mordedores de caneta bic!
Destroem rapidamente
Todo e qualquer vestígio
De tamposa ou de tampinha
E da paradinha de plástico enfiada no fim do tubo
Que embora todo mundo saiba o que é
Não tem nome a dita coisinha...
A mastigam e fazem vácuo
E ainda há quem prossiga
Prendem com o vácuo a tampinha
E a deixam grudada na língua
Depois atiram no primeiro desavisado
Que seu alcance permita
São grandes temores para todo cidadão
Quando começam a mastigar o plástico
É possível ver os farelinhos no chão
Grandes lascas da caneta são arrancadas a dentadas
E lançadas com a velocidade, força e explosão
De uma dúzia e meia de granadas
Protejam as crianças
Acudam a grávida desmaiada
Os mordedores estão se aproximando
De maneira firme e acelerada
Que os deuses todos nos ajudem
Para que eles logo cheguem na carga
Mastigando o tubinho plástico
Esses devoradores acalmam suas almas
E conseguimos fugir antes do golpe fatal
Quando eles rasgam o invólucro de plástico
E estouram a carga da caneta na boca
Que bom que ninguém mais está por perto
Porque a revolta deles não é pouca
Na verdade, sorte deles que ninguém está por perto
Pra ver todo mundo com a boca roxa...
Sorte deles que ninguém está perto
Para ver aquele sorriso azul escorrendo nas coxas
Que pena que não estou perto
E nem vou poder tirar um sarrinho,
Fazer uma firula, uma gozação
Essa vida de mordedor de caneta bic
O filosófico frustar
De perseguir em vão
De nunca obter
De mastigar e perseguir e galgar
De até se conformar, acabar e saber
Que vive mastigando tudo, sem ao menos saber - por que?
Das rotinas da vida,
Das obrigatoriedades das escolhas
Diárias,
Como atravessar ou não o farol
Das escolhas diárias das
Obrigações,
De ser rotineiro ou viver só...
Pobre de ti mordedor
Que desde criança não largou essa mania
De roer e remoer coisas inúteis
Sem significância na vida
E por mais que falem
E mesmo se alguém legal insistir
Tem guardado em seu peito uma reação de fúria
De morder, rosnar e ganir
Mas o que não sabes mordedor
É que no final, no frustrante momento onde tudo é maresia
Você sairá manchado
Na honra, no orgulho, no âmago
Pra sempre um entristecer azulado
quinta-feira, 19 de junho de 2008
RESUMMA
Lindas fotos da França
Hoje eu vi uma garota que eu não conhecia
Ela era jornalista
E uma coisa leva a outra
Por uma matéria bem escrita
Acabei conhecendo o novo apartamento da moça
Na França
Em Paris, na França
Perto do metrô Republique.
Um apartamento térreo, com flores e vãos na entrada,
Com um quarto, sala, cozinha, banheiro e lavabo.
Um apartamento bonitinho, todo decorado.
E vi mais uma porção de fotos da França
Nunca gostei muito da França
Sempre me perguntavam, como é? Não vai a França?
E eu dizia – não! O que há para se ver na França?
Só franceses com croissants doces
Servidos apenas no café da manhã
È um sacre’le bleu colocar queijo num croissant francês
Mas eram lindas as fotos da França
Tantos lugares para se ver na França.
Hoje eu pensei em outros lugares, Japão, Tokyo, Katmandu, Malásia, África, Marraquesh, Berlim, Moscou, Buenos Aires.
Hoje eu pensei num globo, ou num mapa,
Uma mapa seria melhor
Um grande mapa mundi meio amarelado, com gravuras
Onde eu colocaria um alfinetinho por cada um dos lugares que havia passado
Seria um mapa tão grande e bonito.
E com fotos grudadas nos alfinites.
Muitas fotos lindas de lugares como a França
E diferentes, muitas coisas
Hoje meu mapinha só tem uma meia dúzia de alfinetes, no sudeste do continente sul americano.
Um alfinetinho no nordeste do Brasil e um alfinetinho no Sul...
Meu mapa hoje está desbalanceado
E bem pouco espaçado
Meu mapa que eu não tenho
Mas que ainda ficará na sala da minha casa
Eu espero muito que fique
A realidade tem sido tão áspera ultimamente
Tenho tentado engolir minha dose de animo diário
Guardar a revolta e a preguiça numa caixinha
Vestir meu manto ilusório de satisfação e vir para o trabalho...
Mas as vezes sofro desses temporões de desavontade
..
Fico escrevendo coisas e criando textos.
Só porque hoje eu vi fotos da França
E gostaria de estar lá...
quarta-feira, 11 de junho de 2008
O homem de algodão doce
Tudo que tinge o algodão
Horas para azul, horas para preto,
oras vermelho, rosa e amarelo varal...
Sou o homem de algodão doce
Não sou o senhor que vende algodão doce
O que é triste, porque não tenho buzina
Mas sou o homem de algodão doce
Pareço maior e mais volumoso
Mas no fim me resumo a um sumo
Tenro, macio e gostoso
Veja o homem de algodão doce
De cabeça branca e braços azuis
De peito rosa e pernas amarelas
Hey, homem de algodão doce
Que voa para longe com um vento
E que nunca para na mão de criança
Homem que sempre se suja
Trespassado com palito sua esperança
Fincada em suas costas, segue o controle dos homens
Uma haste de madeira, e por lá eles te consomem
Segue o homem algodão doce
De leveza e sabor da vida
Poxa homem de algodão doce, não desmanche
Não caminhe
Homem de algodão doce
Que restou de você
Foram os outros que vos devoraram
Porque suculento na vida fora você
Morreu o homem de algodão doce
Virou glicose, sacarose, se foi
Pobre homem de algodão doce
Tudo que tinha perdido, esvaído numa única mordida
Vá homem de algodão doce
Porque outros irão em seguida
“seus problemas são tão pequenos...
Pare!
Quais problemas são grandes?
Grande deve ser a sabedoria de viver.
Doce, bela, cheia de cor, sabor e perfume...
De momentos engrandecidos deve ser lembrada a vida
Pois viver é caminhar nas lembranças
E lembrar é imaginar o futuro, que já passou...
Qual tempo não passa?
Pare!
Qual tempo é tão grande?
Grande deve ser a sabedoria de viver.”
terça-feira, 3 de junho de 2008
Flamin viságe
Hoje sou um tolo...
Não ouso, nem crio, nem danço, nem domo
Só tomo, como, demo e sono, tanto sono
As vezes ainda me pego sonhando com Helsinque
Que beleza de cidade, se os finlandeses me permitem
Só faria um comentário, pra acrescentar o meu requinte
Gostaria de morar numa das vielas mais quentes
Que por mais que eu goste de frio
E como gosto do frio, acreditem
Nenhum lugar do mundo é tão frio como Helsinque
Na verdade sim, existem lugares mais frios
Friozíssimos, frigintes
Mas de todos esses outros lugares, eu só moraria em Helsinque
Berlim, Moscou, Petesburgo, Reikjavky
Talvez Edimburgo, Medelin, Oyzumi City
Mas por enquanto é tudo sonho,
Se os finlandeses me permitem
Por enquanto o lance é Brooklin, Bandeirantes, ABC
Muito trabalho, pouco dinheiro e nenhum lazer
Já imaginei que ganharia muito dinheiro, que faria sucesso
E viveria mais tranqüilo, sem agonias pra me perturbar
Para que eu pudesse ao menos um dia da semana
Acordar sem o despertar
Massacrante da musiquinha alegre do meu celular
Esse negócio de telefonia nunca se esforçou pra me agradar
E a minha pessoa por sua vez também nunca se esforçou pra gostar
É útil pra ouvir músicas, tirar fotos e as vezes ligar
Que paradoxo da telefonia ser tudo mais e cada vez menos telefone
Celular
Meu organismo insiste em rejeitar
Os remédios, sacrilégios
Pequenos comprimidos sinceros
Comprometidos em fazer melhorar
Ou pelo menos fazer parte dos efeitos
Que a tal da bula mandar
Tornou-se até corriqueiro
O meu diário desespero
De me sustentar
Em pé
Ou sentado
Mais freqüentemente digitando
Calado
Pensando
Em mais coisas pra me preocupar
Que coisa louca
Essa falta de aventura
Que a rotina atura
Para nos agüentar
Que tolice pura
Falta-me travessura
De subir na arvore
De rir e brincar
De pular na piscina
E de fazer da rima
Uma arte muito mais fina
Que uma fuga vulgar
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Diálogo improvável e corriqueiro
Compreender a grande instância das coisas
Compreender da grandiosidade das pequenas
Deixar as mesquinharias e o usual em seu devido lugar
Alguém quem compreenda a grandeza da realidade
Da divindade do terreno e da diversidade
Alguém que chute o portão dos sete reinos com uma balde de tinta nas mãos
Alguém que corra com botas pesadas no jardim florido
Que respeite minhas palavras sem devaneios
Que coma carne de javali ainda quente
Careço de alguém
Que simplesmente entenda
Entenda meu senhor
E o Deus do homem disse a ele:
Pode repetir? Me distrai aqui...
Me diga, você tomou esse shake sabor verão? Estou pensando em pedir um para o lanche.
E o homem disse a seu Deus:
Nem você...
E o Deus do homem disse a ele:
Só queria um shake.
... realidade absurda das pequenas coisas, realidade absurda das pequenas coisas...
As coisas só terminam com um bom passeio de bicicleta de manhã.
Sem fones, sem pensar, só pedal e caminho
Só pedal e caminho
Ouçam: El mato a um policia motorizado, Chica Rutera
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Asteroidía
Homenzinho, girassol
Homenzinho, gira solo
Cometeoro - meta sol
Se eu digo que te adoro
Se o seu olhar me dá um nó
Se toco na sua nuca
Um bate-papo nunca só
Uma mesa na padoca
Conversa, lanche, bebidinha
Só quem sabe dos segredos
E da tua companhia
Quando digo e não cedo
E fico perdido na minha
Própria
Ilha
Pensamento
Estrutura
Ousadia
Minha bela minha bela
Minha dama e menina
Eu só digo que te quero
E te desejo, eu queria
Repetir nesse momento
Aquela instante
Em que valiam
Suas palavras, risadas
toques, curvas em medidas
minha vida não é vazia
minha alma já está nua
e o sentimento que eu visto
é vivência pura de imagem sua
Gira homem girassol, gira!
Gira...
terça-feira, 1 de abril de 2008
Psychobilly Joe
Não tem como resistir
Hipnótica frequencia
Subcutânea(mente)
Sua mente vai reagir
Se minha rima é pobre
O que falo é nobre
(e você mentalmente)
Tenha tempo para ouvir
A canção do terror do deserto
O relâmpago do desafeto
O psychobilly – Joe, que vive em mim
Dança dance, procurando a cauda dos demônios alados
Entre em transe –transe – transe como se o demônio tivesse sido deixado a seus cuidados
Não deixam de ser baralhos velhos, com velhas mesas e velhos homens,
e carros velhos, e Johnny cash e otros locos nombres
mas nem tudo no Texas é petróleo honey
eu odeia a América mas não my Oklahoma Monday’s
eu gosto de hambúrgueres big e de feijoada
meu gosto é de sobremesa mas sou uma salada
De tudo de bom e ruim que existe neste planeta
Sou o humano mais insano desde o cometa
Halley e até os Harleys e Davison why not?
Wrestling and others american sports
And punk rock, and country core, and weird love
And far west, mc Donald’s and a hot dog
Certeiro, por inteiro, estou inteiramente certo que primeiro
Não há nada no mundo de devaneio
Nada mais certeiro do que o empaco do burro e a baba na barba do carneiro
De cartola com listras, o uncle is not “god” to you
But star wars is cool and they say that is not good too
And if you like this bizarre saloon
Come to get some shots, drink something, and make love
Because I’m only saying the true
Releasing the pyschobilly freak joe cindy mandy willy
Deep on you
E se meu discurso não convence
Essa retórica indecente e mal estruturada
Essas letras dementes que não dizem nada
Então me desculpe meu caro
É a hora errada de ler esses versos e seguir na estrada
Se a highway é grande
Não há quem agüenta
Se o motor esquenta
Se sua fúria aumenta
Se você se arrebenta se tentar segurar
Então abra seus pensamentos
Para aquele pub em Nashville
Aquele bosque em Minessota
E você com uma guitarra, um ampli e a voz solta
Solta
Pra gritar, cantar, e fazerem todos ouvirem
E quebrar os vidros, e esmurrar os narizes
E jogar garrafas e rolar pelo balcão
Quebrar o taco de bilhar e deixar sangue no chão.
Falando sério, quem não gosta de caminhão
Oeste, dos filmes trash dos 80, de bebida e direção
Pode não entender bem esse refrão
Quem nunca ouviu o Reverendo, Pussies, um baixo acústico bem solado
Ou aquela guitarra de arranhão, tocada até o pobre músico se contorcer no chão
De prazer desenfreado
Pra quem nunca ouviu um Motorhead, um A.C.D.C. ...
Quem nunca comeu um cookie ou um Donut não vai encontrar sentido aqui
Porque eu estou soltando o Psychobilly – Joe que existe em mim
E pra quem não curte um psychobilly, não tira a onda do cabelo
Pra quem não sabe que sou eclético, que sou o hip do rock e roll do violão celo
Que sou o acústico do samba, o batuque africano, as raízes a bossa
E sul-americano, que sou o latino europeu, que tenho meu sangue gitano
Pra quem não sabe nada, continue buscando
Mas fica aqui meu sinal de respeito
Pra quem na big highway foi trilhando
O caminho da areia e seguiu tropeçando
Eu tenho desprezo
E odeio muita coisa
Nascida em solo norte-americano
Mas o extremismo eu também odeio
Por eles não conseguirem enxergar
Nada além da fuça
Que insistem em roncar
Então não vou reclamar
Vou ficar com o que eu gosto
E o resto, meu american dream, me permite estragar
Ser livre para tirar o que não curto
De ficar puto, beber e brigar
A aproveitar para viver num mundo livre
Que não seja tão pouca a terra, tão pouco ao mar
Viver não é preciso, o que vale é navegar
E o se o mar é de asfalto, é pilotando um cadilac seventy-five
É que eu chego lá
Pra terminar em grande estilo
Tatuarei um totem: o urso, o castor, esquilo,
Búfalo e o alce pra finalizar
Sou o lobo do inverno de olho na águia que já está no ar.
“Tire suas listras e encubra-me, debaixo da sombra dos seus crimes, você perdeu a sua doçura
Debaixo desta nogueira de três galhos, eu cavei sua sepultura,
Tenha passo, tenha tempo, tudo segue na penúria
Erguerão seus inimigos, armadas ante precedida vingança sua
A morte é certa, assim como no caule é contada cada fissura
Logo será lembrança sua arqueológica figura
Eu tomarei seu crânio e sua carcaça,
Para afina minha guitar
Psycho Psycho Billy Jhony Joe,
A partir de agora, você já pode gritar...”
Psychobilly Joe – O zumbi que matou a Ámerica, Cap. 19 – Os nós já foram soltos.
terça-feira, 18 de março de 2008
Cienfuegos "sueño e suerte"
Faixa - Sério
(de play, depois pause e começe a ler o texto abaixo)
Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi zum zum zum capoeira mata um
A ordem dos tratores não altera o viaduto
Eu viajo nas somas e subtraio os produtos
Eu sou o resultado bruto do esforço mútuo
A divisão contínua da sua linha fina
Eu sou o contra regra do seu compasso
A circuferência firme em concreto falso
Eu sou a armadilha do conduite
Quemquiser que acredite
Sou trincheira, trator, grua, demolição
Sou o obvio escondido que não pede permissão
Tardio, fino, repentino rimo
Repentista canto também em outros hinos
Canto eu outros cantos
Sigo em outros trilhos
Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi té té tec
Oi tec tec tec
Oi tec tec tec
Té tec tec
É pau é pedra é o fim do caminho
Mudança de estilo sem a perda do instinto
Que segue, intercede, cede, sedimenta
Que alimentar constroi e reiventa
..
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É meio controverso em cada verso
Então escuta, que a batida manda o resto...
(pegue o cursor da música do link acima coloque em 1:50 de música > play e continue a ler)
Se acha que só porque sou branco
Não posso fazer rima
Mas é que minha lingua
já nasceu com ginga
Nativa
do solo brasileiro
Então escuta
Porque eu vou falar primeiro
Sou fruto da miscigenação
Da cidade mais
Cosmopolita da nação
Dois quartos europeu
Um quarto gitano
E o resto é sangue
sulamericano
Nativo
cria da fumaça da indústria do ABC
Acostumado desde criança
As enchentes do Tiête
Dos rôles na Liberdade, Ipiranga e no Centro
Você domestica seu intelecto
Enquanto
eu me reivento
No som desfruto do meu próprio gosto
Sou complexo composto o inverso o oposto
Nesse verso e no outro sou o contrafluxo morno
sem peso morto
O que você imagina ser criativo?
Perceba que é só um som primitivo
Que encadeia as batidas no seu ouvido
Hipnose
Em conjunto
E comigo
Vem comigo nesse caminho
Que você se recusou a trilhar
que é simples de
sentir e falar
É um sentimento que te consome por dentro
um estouro de manada no seu filamento
acústico nesse processo lúdico
de percepção restrita
de audição compacta
Me ouça
Não se esqueça de nada
E repita
Persigo a retórica inflame que eleva o pensamento
A dialética ditante das ruas do movimento
Não sou do hip hop
Não sou só palavreado
Sou ritmista do som todo encadeado
Verbo conjugado
No futuro do pretérito
Sou o resto
Dos escombros do retrocesso
A esquina no processo de criação
Eu sou o filho
Dos rebeldes da visão
Dos visionários
ditadores de ideologia
sou o contrário
refrão puro segue a rima.
Por que?
Por que?
Porque...
Eu levo a sério o negócio...
(agora, se deu tudo certo, você deve ouvir o remix do “Eu levo a sério o negócio”)
...a quem fique quem brinque quem queira e quem passa o que quer que faça sua maneira não disfarça minha experiência é o infortúnio do excesso de sonoridade que reverbera no meu esqueleto e não esqueço da composição da estética da minha danação de cada letrinha que você lê agora que pensei no próposito fora do seu contexto cultural eu sou o elo etéreo aurora surreal não pense você que é tudo ao acaso que cada transeunte no seu passo apertado perdido nos seus próprios pensamentos não vê eu sou a sobra do relato que está vendo eu vou embora mas continue entendendo.
... quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
I wanna rock
Rock!
And roll all night and party everyday
Que te dei era de vidro e se quebrou
Ou ou oh
irene oh irene
Everybody loves somebody
Imagine all the people living for
Today is gonna be the day I gonna throw it back to you
Vou pra pedir pra você ficar vou pedir pra você
Bom sujeito não é
Ou é ruim da cabeça
Ou doente do pé...
Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi zum zum zum capoeira mata um
quarta-feira, 12 de março de 2008
Sou de um tempo
Sou de um tempo já meio esquecido, por isso vivo assim, sempre meio à toa.
Sou de um tempo em que libido era o cumprimento da sexualidade
Sou de um tempo em que a televisão informava de verdade.
Sou de um tempo de outrora, que me faz ficar meio nostálgico.
Sou de um tempo em que nenhum teatro era mágico, mas que todos os circos eram belos.
Sou de um tempo com seu devido preconceito e aversão as formas.
Sou de um tempo com gosto de leite com groselha.
Sou de um tempo onde minha avó não era velha.
Sou de um tempo em que eu ainda era sozinho.
Sou de um tempo em que amor, amor era coisa de outro tempo.
Sou de um tempo em que crescer era palavra de ordem.
Sou de um tempo bom, e quem não achar, que discorde.
E por mais que o tempo passe, não consigo por tudo em ordem.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Confacto - são três que ninguem vai ler...
feel the heat feel the beat
the fury stomp
it's not you it's on me
the fury stomp
i'm an weird kind of grump
the fury stomp
and some crazy stamps
the fury stomp
make moves on the air
the fury stomp
give me creeps on the stairs
the fury stomp
makes us feel the rithym
the fury stomp
it can't stop beating
the fury stomp
grop grogromp
gromp grogroomp
groom grromp
like a groove storm
groom grooom-pe
like a old fyord
ho oh oh
makes me feel allright
oh oh oh
in these night's
when the time stop
quando o tempo para
e não me desampara
vê se não repara
na bagunça
e entra
Mas se eu pergunto
não fuja do assunto
não desvia o olhar e
não inventa
nem tenta tentar me enganar
nem precisa se engasgar ao falar
nem termina que eu já vou desligar
não gagueja que eu não vou perdoar
nem me ouça porque eu já não vou falar
é assim que a vida roda é assim que toca o barco é assim que hasteia bandeira do lado oposto ao mastro
tenhos muitas lembranças do meu tempo de infância mas eu nunca lembro das coisas que faço
a criatividade com ferocidade
ocupou a metade no meu cérebro
que estava reservada
para memória adequada
contas com raiz quadrada
e ao ébrio
Não implique com que eu falo
se eu soldado ralo
se faço e tenho, mostro
não me substime
não acha que eu não sei mais do que aparento
Não é só Levinsky, Nietszche, Almodovar ou julgamento
Não é só cult, pop, non-stop-trance de encantamento
é linguagem médica, cética, ranitidina e omeprazol
novalgina, homeopatia, fitóterápicos e tilenol
Nada cult é fantasma, novela, sertanejo,
carrapto, mato e carambola e sossego
não é hilary, sarcozy, nem obama
não é Reyes, Chaves talvez
o da rede mexicana
it ain't a mess if you know where are you entering
make funny noises with your mouth and try it
we can hablar español se te gusta
we can make um rolê na Augusta
a rua mais velha de rima batida
a cadência é tua a poesia é minha
caminho, pereio, perene, contínuo, contiguo, exato enxame
ensino
Está na minha hora de entrar pra faculdade sempre quis ver como era a cidade
grande do tamanho de uma biblioteca
cheia de livros da "fefeletich" ou da "ECA"
não me resumo que eu sou pressuposto
não me assumo como aposto e ponto
tenho raiva daquele que não enaltece
o pobre o nobre todos que merecem
sou fato descaso
impossivel de mesura
se você era o traço eu sou a rasura
se você era o risco eu sou a "basura"
se eu sou traça vou fazer uma fissura
no seu tecido
cerebral
penetrar nos neurônios movido a gás natural
sou impercepitível sou um lampejo
kriptonita cigana no seu vilarejo
burgues
de algum chatô da frança
dança quem sabe
canta quem manda
você falar ou ficar quieto
sou a onda de frio
na noite do deserto
é bom ficar de olhos bem abertos
sou as quinas no escuro que cobre
seus restos
mortais
ou vivos não importa nem tanto
o quanto
você disfarça o seu pranto
não te acalento ou de acalanto
sou o vento norte sempre avanço
meu objetivo é te fazer perceber
quem é enganado nesse jogo é você
está na hora de para julgar
se nunca sentiu na pele
jamais poderá fazer como
eu
que sou o paradoxo
a palavra entreposta
a veia entrecortada
a adaga nas costas
as palmas das mãos suadas
se nas minhas linhas eu misturo histórias
entendo que você é sábio nas escolhas
e filtra dos simbolos o que for importante
para sua viagem que seja relevante
que caiba num espaço na sua mochila
entre uma lobotomia natural e a morfina
quem me afina
se eu instrumento
de destruição eu sou filamento
na rede elétrica
eu vou fio adentro
até seu monitor
é um caminho denso
lotado de micro-partículas
espelhadas
e conceitos de física que não servem para nada
sempre achei graça nos nomes deles
m.r.u.v. vcs e ele?
cadê ele onde se esconde
híbrido de baphomet e lobisomem
se minha retórica é desvairada
é porque sou esvaido de lógica marcada
já dizia a música e o poeta
cada cabeça uma sentença
cada qual com sua diferença
Se você reclama que não sou refinado
é porque em estado bruto faço valer o recado
que uma hora começa e uma hora termina
como um dragão que sobrevoa a China
Beijing ostenta mais de mil ladrilhos
minha locomotiva subverteu os trilhos
o tornou estrelas descomunais
de proporções espaciais
e se agora entramos via láctea a dentro
não repara
na bagunça do momento
esse é meu jogo é o que eu sei fazer
ordenar as palavras e fazê-las crescer
em sonoridade e significado
é falar bem alto
para tornar um quadrado
oculto
tímido e obscuro
no mais brilhante dos sóis
do mundo
e se você não compreende
não se preocupe
o importante é que você escute
essa batida
que é ancestral
que anseia o bem
e elimina o mal
mas que déspota
que disritimia
esse mundo dual nunca foi
a minha
casa
na árvore
é muito bacana
formiga vermelha e saúva
inflama
quando pica
doi para caramba
se coçar
é que a criança reclama
quando inchou é que acham estranho
a criança cresceu e mudou o tamanho
me diz menina
e na sua infância
quem era a saúva e quem era criança?
Me disseram um dia
impreterivelmente
era uma noite que me lembro raramente
onde comtemplei os céus e acordei de dia
não ressucitei no terceiro filha
mas levantei já passava do meio dia
essa mistura
é o que reflete
esse som que se repete
que é impactante e que diverte
que faz a vida valer a pena
aquele seu momento na cena
dentro do palco
do seu espétaculo
abram a cortina
rufem os tambores
raios e trovões
nessa chuva de cores
sons, formas movimento
estático
eu também aguento
criar essa é a minha diversão
minha função de vida e minha danação
minha maldição resignada com uma observação
tenho
fome
doze e trinta
vou indo então
foi bom te ver
e blablablá
fala garoto
voltamos já...
.
..
...
..
.
A paciência
E o futuro
Em rumo
Expresso
Na xícara do café
Eu confesso
Também
sou réfem
do progresso
Certo?
Mas não cesso
Este processo
Minha rima dribla
Mais um verso
Em velocidade
Não programada
Silenciosamente
Avança pela retaguarda
Quem preveria
Esse recesso?
A profecia ou o inverso?
Nem Nostradamus
E nós estamos
Simples urbanos
Sem outros planos
Nesse mundo
Quase moribundo
Sem nenhum destaque
E não há quem ataque
A minha rima
Ponteiro de esgrima
Sobre sua pele
Um golpe desfere
Na sua íris
E não há quem retire
Nem se desespere
Ou se enterre
Se exonere
Se discuta
Se esconda
Filha da puta
Diante da onda
Que tudo consome
A esperança devastadora
De um único homem
A vanguarda digressora
Direto da fonte
Um estouro de manada
No horizonte
O levante da fumaça e na poeira
Some
A revolta condensada
Que você está defronte
Me olhe nos olhos
Se tiver peito
Nunca se humilhe com respeito
A meus inimigos
Mesmo ingratos
Não assino contratos
Não compactuo com ratos
Minha fúria em cada gota de sangue
fervendo
minhas palavras ritmadas traduzindo
eu não aguento
elas afloram e desenrolam
e desengolem
e criam e percorrem
finjem e fogem
desviam desatam redescobrem
reinventam
criação costante
a todo momento....
.
..
...
..
.
Alma mecânica
Acordecedo
Vátrabalhar
Tenhafome
Doiabarriga
Nãotemdinheiro
Afome fica
Vá trabalhar
Vá trabalhar
Trabalhe em doses grandes
Pro ombros cansarem e se perguntar
Porquediabos nomundo tenho que trabalhar
Dinheidinheirodinheiro
A maisvalia
As contas no fim do mês
Agualuzfaculdade – vazio
Na barriga
Estomago doi
É a fome ainda
Trabalha trabalha
Hora de sair
A chefe te chama
Vamos chefa você manda
O que me diz?
Vatrabalharvátrabalhar
Trabalha bastante
Se atrasa pra almoçar
Sai pra comer
Finalmente
Antes da fome tomar
Conta do seu corpo
Chega no restaurante
E percebe
Que todos já se serviram
Antes
Come o resto do alface
Aquele de borda preta
Que ninguem quis pegar
Come meu filho o alface
Porque é a única coisa que sobrou
Pra você matar
A fome
Porque demourou tante
Antes tinha tudo
Lasanhadepalmito
Cenourinha refogada
Agora tem restinho de maionese
E salsão
Puro
Os talos
Mastiga bem se não engasgo
Eu como como como
DEvoRO
Arroz, feijão, ovo, farofa e lingüiça
Preguiça
Doi o estomago
Comeu rápido demais
Doi doi doi
Não aguento mais
Me deixa ir embora
Me deixa ver o sol
Respirar algo que não seja
CO² ou ar condicionado
Me deixe andar, tomar chuva
Sou desgarrado
Porque eu não vou?
Largo e tudo e saio agora
Tenho coragem
Tenho vontade
Que me falta?
Dinheirodinheirodinheiro
Que hora amarga escolhi pra crescer
E pra pagar as contas e comprar as roupas
E ter que viver, e pagar a faculdade,
Água, luz, gás, o fretado, o busão o cinema
Meu ensino
Que recrimino
Na verdade bem na verdade
Não me ensinaram nada que eu não poderia aprender
Sozinho
Dormindo
Que sono
Sono
Se pudesse dormiria
Aqui
Cabeça no prato que não tiraram da mesa
Não ´posso dormir
Tenho que desembolsar esse assalto que me cobram
Sem sobremesa
Agora sim eu dormiriadormiria
Mas não posso dormir
Porque a barrigadóidóidói
Desabafa
Ligo pro meu amor
Que se acha?
Por favor? Me sequestra, vamos fugir?
Me animameanima
Não pode desistir
Não quero desistir
Não sou fraco
Sobre toma remédio remédio
Remédio frasco, tampa verde, tampa azul, tampa vermelha 2
Chefe, reunião,trabalha trabalha...
Saindo daqui vou dormir
Peeeé
Respostaerradaman!
Faculdade
O trabalho
Esqueci
Corre
Estressa
Liga
Descabela
Espera
Agonia
Faz faz
Na última hora
E entrega
.
Dói a cabeça
Em harmonia com a barriga
Doi o pé
Dói a mão
Dói os dedos
Ardem os olhos
Ai
Que sono
Trabalha
Vátrabalhar
Quesono
Dói
Remédio
Dói
Sono
Dói
Trabalho
Trabalho trabalho
Agora sim eu quero ir embora
Não aguento
Chamem outro
Me peçam pra carregar caixas
Pra escrever um jornal
Me peçam para trocar a lampada
Pra fazer um texto legal
Mas isso
Isso me mata
Isso sufoca meu espírito
Isso me enforca
Me espaspera
Eu insisto
Aan
Vai vai.,sai
Sai!
Saisaisai!
Tolivre
Por10min
Viaja
Chacolha
Quem mandou ser grande
E o onibus apertado
Não mexe as pernas
Bate, balança
Chega 1hhoraemeiadepois
Com os dois joelhos inchados
Que fome
Que fome
Padaria
Pega um pão
2 pães
Frances
Baratinho
Come seco
Puro
Hmm quegostinho
Bom
De pão
Sobe correndo pra aula
Conversa
Pensa
Programa
Aprende
Bem pouco
Mas fica
Até o final
Ai sai!
Sai correndo
Pra não perder o busão
Na chuva
De noite
Cansaçado
Com fome
E o velho dói dói dói
Que a essa alturaneincomodamais
Sai sai
Entra sobe
Lotado
Eradeesperar
Mas não de esperar sentado
Chega em casa
Fome
Jantar
Já passa da meia noite
A janta é o café de quem levanta antes
Quase uma da manhã e você comendo
Arroz, feijão, cenoura e bife?
Não é pesado?
Não pro meu vazio, acredite...
Comecomecome
Dá um beijo de boa noite na testa do irmão
Dormindo
No quartinho escuro
Desliga a TV
Tira o carrinho da hot wheels
Do caminh
Para ninguem pisar
Amanhã
Deixa recado pra mãe
Toma banho
Que alivio
Queria viver num banho quente eterno
Sepudesselavarasgravatasascamisassociaispalitos
Inferno
Outro trabalho da faculdade
Liga pra amada liga
Conversa
Conversa gostosa
Casa comigo?
Casa agora?
Não podemos
Eu sei
Dinheirodinheirodinheiro
Eu mato esse dinheiro
Tudo tudo ele complica
Não consigo me sustentar quanto mais
Casar
Quanto mais que sono
Não esquece trabalho da faculdade
Umaepoucasdamnhãevocênocomputador
É, só eu, aqui, cuspindo palavras
Vai vai vai
Chega
Ufa que alivío acabou
Cama
Nossa que sensação boa, quanto?
Duasdamanhã
Trêshoras de sono
Que bom que bom que bom
Vou dormirvou dormir
Péepéepée
Celular
Alarme
Já passou?
Acordar?
Nem vi?
Tão cansado.. tão cansado
Que hora são?
Atrasado?
Corre corre para pegar o fretado
Vá trabalharvátrabalharvátrabalhar
Não estou reclamando
Só estou cuspindo as palavras
Que teimam em me engasgar
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
I'm my own Kingdom... King and Doom! Meu reino por uma rúpia
Me mira
Me revista
Me revira
Absolve meus pesadelos
Minha sina me resigna
Sou o sigilo desonesto
Debaixo da sua retina
A versão do homem suburbano
Subvertendo as versões debaixo dos panos
Avesso as atrocidades do caos mundano
Submerso nas imagens
Da inércia das vontades que me garantem
A fúria, a rebeldia, e o rompante
Que enchem meu peito de
Ar e monóxido de carbono
No asfalto esburacado e canônico
Quase como o ozônio crônico
Perfurando as camadas finas
Sou a opressão de quem respira e reprima
Das letras de quem imprime
A expressão que me anima
Em sua redenção latina e sulista
De uma américa oitentista
Cheias de indies na paulista
E das putas de Calcutá.
E mi hermanos
Como és bueno estar de vuelta
Fui a Cuba por uma vela de sete
Dias sobre a porta
Onde o se tem pro - messa (ias)
Setembro ness (a) h-ora
Parece tão longe mas há de vir
Agora
Laranja e preceder o outubro
Não mais roxo da revolução
No sentido mais antigo
E utópico da evolução
Das rimas que criam
Como os lobos que uivam fundo
Nos preâmbulos dos livros
Que um dia haverão
De forrar o fundo do meu caix-ão
Erra quem acha que meu desleixo
É um acaso
Como os seixos que cobrem os lagos
Mais brilhantes de Reikjavyk
Há quem duvide
Mas você acredite
Que minha dodecania sinfônica
É uninanimaeunanicamente atônita
Quase sem voz diante do brutal
Que eu algoz
Da voz
Farei
Porque os sons que eu suprimo
Se repetem sob os trilhos
E as teias que eu enlaço
São trabalhos dos pés descalços honrados
De todo honesto agricultor
E não me venha com a sua dor,
Sua lamúria
Você não é nada diante da fúria
Que consumirá seu coração
Você não é nada diante do mundo
Você é areia
Nós o vulcão, você não é nada
Nada nesse mundo meu pobre irmão
Você é fruto do descaso
Ocasionado pelo sistema
Enaltecido pela televisão
Você é a vida consumida em
Outras porque seu espírito
Grita mas você não
Ouve
Reage
Retome
Escale
Equacione
Eu sou um poema de muitas linhas
E nunca foi um problema grande escrever
Conceber
Descender
Como descendo
E ascenderemos
irmão
Do nosso humilde nada
Para o panteão
Contemplaremos os Montes Urais
Respiraremos a paz que será exalada
Do carvão queimado
Do sangue derramado
E da vontade dos que não desejam mais nada
Em vão
Antes mesmo de nós
Já tentaram
E morreram
E se arrependeram
E lamentaram sua escolha
No momento final
Para cada covarde morto
Eu cavei um poço para enterrar a tristeza
Para cada estupro violento
Eu criei um besouro comedor de carne
Para consumi-lo por dentro
Para cada desgraça sob os olhos de Rá
Eu visto uma capa para quando o sangue espirrar
E não se assuste diante da minha vassal crueldade
Não é nada diferente do que você vive na sua cidade
Do que você sente quando deita para dormir
E não tenta omitir porque eu sei que sente
Não tente se esconder
Pois você vive
Dormente
Acordado querendo fugir
Querendo paz procurando sair o local
Onde pudesse contemplar o
O Sol
Sol
Ol
O
Ohm
Ohn
Oh
Ostrich
È bom estar de volta
Numa epifania bem humorada
Meu irmão estragou minha entrada
Mas eu não importo com nada
Eu sou a gargalhada condensada
Numa latinha de leite moça
- Hey, moça!
- Nossa! Você por aqui
- Eu já te vi, ali, de onde vim...
Eu sou quase um Noé
Um Enoque e não me provoque
Porque eu sei cantar Raul
Talvez não seja nenhum mal
Mas algum karma
Você
Calma...
Assim
Devagar
Se você sente o ritmo
Então eu acredito
...
Se dança comigo
Então eu me sinto
Vivo
Eu consigo
Pisei no seu pé
Sorry
Mas não demore
Eu gosto de Dominguinhos
Desse shot mansinho
Que vem rodear...
È minha eterna busca para o infinito
Lendo teen titans e Foucault
Ao som do motorhead
Sou born to kill
Se rola um offspring
Me tragam o Vinil
Com a Maria Rita e a Roberta de Sá
Calma!
Se o Brasil é nosso
Não é educado atravessar o samba
A quem bole, mas quem é bamba
Sabe o que rola, sabe quem manda
Sabe da saudade que eu sinto dela
A que bom seria e os beijinhos e os carinhos
E dela bossa que me arrepia
Do violão no cantinho que é pra vir devagarzinho
Nublando a sua visão
Calma
Me segure e repita:
-
A calopsita não é reptante!
Nesse instante eu repudio os répteis
De mentes férteis e os quelontes
De dura fronte e quem demonstre
Que não é amigo do Onça
Mamífero
Umas pitas e uma fita
Caleidoscopeante
Sou a jibóia no circundante
Devorando suas idéias num abraço delirante
Segura a Tatu-bolA é sua
Já guaranti ricA que a sua risCa
valoU uni córneA transplante
Aracnizou o meu instinto
Belo de Libelular
Vamos o neogilizar?
Vamos pintar um grafite
Fazer um filme
Escutar um CD
Deixa de mp que?
Lá no pantanal é só viola
Na Mato Grosso atola
No Oklahoma não pega
A minha geografia mental
Nega
E aceita
O consumismo
A pirataria
De corsários que residem no vigário
Mas jamais de vigários que nos acham
Mais o – claro que essa rima é batida
Mas os padres que batem nas crianças
E abusam nas bebidas também
Todo mundo tá cansado de saber
Então deixa de reclamar da minha vida
E vai reclamar você!
Vai corre pro Procom
Pra você nada tá bom!
Mas se ta bom demais é
Conformismo
Eu não convivo
Eu sou o domador de um circo sem animais
Mas eu sempre tenho mais
De onde essa saiu
E se você chegou até essa estrofe
Garanto-lhe que estou em choque
Pois você se mostrou interessado
Mais que a hipotenusa ao quadrado
Aos quadrados
Posso ser útil
Num ângulo circunflexo agudo
Eu sou o til na matemática lógica
Eu também adoro aquela pipoca do Cinemark
Que é um roubo
Um assalto
Um tiro no peito
Mais respeito!
Quanto você acha que eu ganho?
Se você sabe, não acha no mínimo
Estranho assim
Querer me extorquir
Nem me venha
Desço lenha!
Fez pouco caso!?
Desço o braço!
Nado raso
Duzentosmetros
Não sou bom eu confesso
Mas eu insisto em tentar
Eu sou o complexo da sílaba
Na medida certa para te desorientar
Minha parabólica estava fincada na lama
Mas a última enchente fez o favor de carregar
Só ficou um último poema enquadrado
Que consegui salvar
E divido contigo esse último regalo
Num convescote mesclado
De letra imagem e olhar
SERIA
EU
RINDO
INDO
ADORMECER
SONHANDO
...
concretismo é pra quem gosta de coisas estáticas
minhas palavras são arenosas
suaves de deitar e ficar pensando sobre
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
La rompante
Buena sorte
A la malavida
Tienes tempos tuya estrada
Longevidad enaltecida
Longa vida comandante
Patria nuestra as esculpido
La formosa niña blanca
La verdad ja a vencido
Y si yo tengo una plata
Una fuente de los pedidos
A ti desejo una bela muerte
En su tempo e su destino
Cambiando de las regras tolas
Mi capitán adormecido
Cuerpo fraco la cara dura
El pelo blanco entorpecido
Verdes fardas verdes almas
Sierra Madre de los santos Dios
Escuchai com atencion
Mira el pueblo todo unido
Son tu hijos comandante
Espirito siempre fortalecido
Si necessito
No hesitarei
A las armas mi amigos!
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
De quem você fala quando não consegue impedir seus olhos de pararem de sorrir
Agora não há mais nenhum pensamento ruim, somente as coisas simples. Sabe, não sei se já te disse, mas poderia escrever assim por horas, dias... Criar jeitos, estilos, músicas... consigo criar uma porção de coisas.
Só não sei fazer barquinhos de papel. Me enrolo com as dobraduras. Mas faço aviões. Já é um avanço, deve ter alguma vantagem nisso não é?
A gente sempre quer tirar vantagem das coisas, todas as horas, somos egoístas e estúpidos. Somos o Gollum e tudo aquilo que nos interessa é o Um anel. Somos mesquinhos, o ser humano é um baita bicho mesquinho. Droga... já estão começando minhas críticas, se não parar e pensar agora, de nada adiantará. Logo minha revolta e indignação tomarão o meu corpo, renderão meu cérebro com as mãos para cima e eles têm lenços enrolados no pescoço. Pelo menos é assim que eu imagino. Depois, a revolução e a rima tomarão conta do meu ser e será difícil me desvencilhar.
Poucas pessoas me ligaram no meu aniversário. Menos ainda no Natal, mas isso não quer dizer nada. Só fico um pouco triste. Eu fico triste às vezes, triste porque sou mesquinho, queria tudo para mim. Felicidades, ligações e tudo mais. Pena que não tenho. Só tenho pena do meu egoísmo.
Meu jeito de aprender é escrevendo, meu jeito de conhecer é escrevendo. Redigir e raciocinar são sinonimos no meu Aurélio. E Aurélio para mim é lutador de Judô. É assim que eu penso. Não aprendi a ter vergonha do meu mundo.
Não aprendi muita coisa ainda. Mas tenho redigido bastante...
Pare e pensa!
Imagina quantas pessoas passam por você na rua, no metrô, no trem. Você nunca se pegou perguntando o que elas fazem, o que pensam, porque agem assim ou assado? Sem julgamento, por pura curiosidade, você já parou pra pensar quantas pessoas são importantes na vida daquela pessoa ali, sentada no banco do busão? As pessoas se perguntam pouco. Ou talvez seja eu que me pergunte demais...
Em todos os casos, nada ainda foi resolvido.
Redenção e redação também têm o mesmo sentido.
Se sou ou não ouvido.
Se você vem aqui comigo.
Não guardo mais sigilo
Não guardo mais cilada.
Minha experiência não é nada.
Além de palavras desordenadas em telas brancas recém-tocadas
Pelo pisque-clique de um cursor
Eu sou o condutor da minha vida
Mas na minha linha
Eu sou o som.
Que você pronuncia em sua mente.
Secretamente, quando lê o visor
Eu sou uma coisa abstrata
Mas aceito cartas, carinho e calor
Mas na verdade, acredite
Sou só um homem simples
que já conheceu a dor
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Esse eu fingi que era um e-mail para Barbara. Eevon ele se chama.
É um engasgo comprido misturado com falta de ar.
Renúncia é não desejar ter o desejo do que pulsa, é ousar morder a própria carne, é uma pronuncia sem anunciar.
Renúncia não é a mais forte das dores, mas é tão lastiante quanto tudo mais que posso enfrentar.
A ti eu renuncio
A ti eu não aceito
Pretexto e preconceito
Enganos que conceberá
Mundano
Será sempre mundano
Reforçado de prantos
Enforcado no manto
Que um dia arrastou
Quem sou eu senão a dor?
Solidão
Tu que foste sempre meu consolo
Apoiai minha cabeça no seu colo
Porque é você tudo que tenho
Escureceu
Tudo que era lindo se apaga
Tudo que era oposto se pos às claras
Me forçando a voltar por onde eu já passei
Minha amarga solidão composta de valores
Tão cheia de temores
Que me recuso aceitar
A verdade tão cheia de malícia
Sua falta premissa
De me esquecer e deitar
O olhar indignado do seu semblante
O momento tortuoso naquele instante em ouso não querer mais falar
Minha pronuncia
Foi renunciada
In these dark days
Without any cloud in the sky
Who am I to ask?
Who are you that try...
I do not want to see you cry
Not anymore
Please leave me no pleasure
Our tresaure
Or give to me that message
The papers over the floor
The hand that cleans the musk out
The man that closes the door
Speaker that only laughs
Laugh that last for hours
Isn’t all my fault
Isn’t a clever hint
Please don’t make my speak
Your name forever more
At this very moment
I only wanna chose the fountain
To spend my last romance
Deep in outlaw trance
Away in my mind to dance
A construção está completa
Se propaga em linha reta
As profecias estão certas
Jamais saberei sonetar
Pois pegue todos os sonetos
E todos mais os seus concertos
Todo o fluxo de cultura
Toda a carne humana crua
Toda erva daninha suja
Que brota do seu altar
Toda lama negra e viscosa
Que escorre de onde brotam rosas
Que suas filhas vem cheirar
Aumente meu poder de foco
Desprove o que eu provoco
Ou desprovoque o que vou provar
Pois a palavra expande
E entende
Que todo esse encadaiamento
Que cada letra que respeito
Res peito
Res pecto
Res peito
Ei de falar
Res peito
Falar
Aumente pois a palavra expande
Peito o que vou provocar
Ou desencadeio o que eu provo
Entende que cada letra respeito
Meu poder de foco
Res peito
Res pecto
Res peito
Ei de falar
Res
Rés
Peitos
Lances
Lanças
Prumos
Meios
Ameadas
Gargulas
Criaturas
Terra
Chão
Fissura
Maldição
Da
Rima
Sobre
Minha
Figura
Não
Me
Deixa
Pensar
Res pei tar
Eu sei que você chega nessa hora. Como as crituras preguiçosas.Eis que chega minha vontade dissertativa.Alusões a cerca de vida, vontade de mostrar o que sei, de passar para qualquer alguem a mensagem que estou a teclar.
E como fazem barulho as teclas
E como fazem barulho as teclas
Res pei tar
Res pecto
Res peito
Respeito
Ei de falar
Guardo você pra outra hora
Deixo, a górgona me devora
Vem a vírgula, o silêncio, a hora
Eles vem me fazer calar.
Nas noites que despido busca a solidão em seus braços.
São os diabos dos grafites e os traços que solamente vou me afastar
E nesse pérfido romance me enebrio aluviante.
Não sou só eu que vou falar.
São as dezenas em mim perdidas.
São as centenas e as medidas
São as vontades de todo o lugar
As teclas falam a mim.
Res pei tar. Tak, tar, tak...
Nem sempre o ponto é fim.
Nunca paro de pensar.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Lacuna de um mundo desavisado. A vitória do lírio branco. A marca da extrumunção. O jubilo da tristeza.
Porque só sei gritar em palavras
Só sei chorar em lágrimas
Silábicas e confusas
Não é toda regra que se usa
Mas a mensagem que acusa
Que aquilo que desfruta
Sempre demonstra no fundo
Que a lingua não é tão pura
E se o mundo não é tão belo
Quem, senão as cores
Como o tenro toque dos odores
Para transmutá-lo em arte
E afetá-lo em partes
Tão pequeninas
Que cabem na mão da minha donzela
E ela que sobe dentre as escadas
Ameias e debruçadas
Sob o chão sujo de fardas
Sobre a onda limpa do mar
Ès minha pequena fúria
Minha egoísta clausura de coração
Minha altruísta aqua-marina espelhada
Minha amada vestida de roxo
Minha rainha desocupada de cesto ou trono
Eu sou seu campeão de outono
Só sei lutar quando as folhas caem
Quando o céu da tarde
Coroado do vermelho
Aboboda que incendeia a mais pura e vil arte humana
Quem derá fosse semeado
Tal qual o agosto ressecado
Cada turva alma sã
Despertaria as manhãs
Tocaria as chaves
Trocaria as noites
Desmontaria os luares
Encadearia os risos
Num turbilhão de olhares
Minha mãe me deu um nome
Uma cor e uma razão
Meu irmão se chama fome
Minha irmã lamentação
Meus animais todos em segredo
Me espiam a palma das mãos
Sabem que o que acaricia mata
Sabem da cega paixão
Pela minha amada e lasciva
Pela morte da escuridão
Por todo ser que perambula
Entre as trevas e a penumbra
Que guincha e se contorce
Se desmancha e é forte
Como as cinzas do vulcão
Vem de a mim fruto de todos os bosques
Ventos de todos os nortes
Golpes de todas as sortes
Fantasmas de todas as mortes
Diga-me
Que chamo Ego
Que minhas entranhas entrego
Que o despero que prego
Seja alastrado no seu corpo são
Que essas letras contaminem
Que a metade se inicie
Que se contrariem os nãos
Afinal
Qual é o segredo?
Se sou o consolo azedo
Da sua amarga presunção
*Um dia a muito tempo atrás, um homem morreu de forma injusta, condenado por um crime que não cometera. Um dia um homem morreu de forma súbita atraiçoado por sua própria maneira. Um dia um homem morreu afogado na própria culpa. Desde então, quando o caminho desses três fantasmas se cruzou, ergueu-se no céu uma lacuna. Uma barreira estreita, suficientemente aterradora para assustar os sentimentos.
Esses três homens a viram por dentro. Desde então, eles cantam essa canção e evocam esse lamento.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Em busca da verdade derradeira – a dança cambaleante dos ciclopes
Empossado deste corpo como um grileiro no norte do Acre
Desmatado e desmorrido,
abrigado num desabrigo de não me obrigar quando a briga se avisa
Me arredeio e me coloniza
Sua metrópole que não tem escrúpulos
Não terá o luxo
Da minha face estampada em sua avenida
Sou recém-batizado num mundo encantado que toda a criatura habita
No alto do cosmo, no frio da estrela cadente mais decaída.
Sou devasso e tirano
Imperador deste plano de duas dimensões e rimas pobres
Sou o ícone piscante o dois cliques do cisco
O olho dos Ciclopes
Poseidon, meu caro me perdoe
Pela ofensa tola a qual rogarei.
Mas este mar tão pouco governa
Que a Petrobras se encarrega de te vasculhar
Ah meu senhor que zombaria...
Que vergonha seria, se ao fim das costas minhas
Encontrassem também, um poço de gás.
Não é falácia, te digo
Poseidon meu amigo, não vá se vingar
Embala as nereidas no ninho
Que sigo sozinho
Já sei soluçar
E entre soluço e solução só há saída
Quando a desmedida das mesuras eu ouço galgar
De patinete em milhas náuticas de tiros e dardos não vou te alvejar
Afio minha alma estampada
Tal figura ilustrada
Do Ronaldo ou Kaká
Minha crítica autocolante é dura
e na sua janela vai se destacar
Num ataque no mais puro impulso
Sou eu muito intenso ou você
Fraquejar?
Me diga, levante agora
Tenha ousadia seja petulante
Me diga, pobre criança que fazes agora pra conter o levante?
No Quênia as mortes se somam
Os monstros devoram as almas no altar
As igrejas e pedras em chamas, Deus te clamam
Porque não vai os salvar?
Entre Nietszche e McFarlane
Peça a US pra lhe amparar
O santo das causas perdidas
Minha chuteira da Adidas
Minha canção de ninar!
Sua existência me ofende
Es mais que um afronte tua covardia
Se mexa, se mova, ou se morra
Se castre, se case ou se esconda
Porque até tua sombra tem medo da vida
Seja mais desregrado
Mas não pule do muro sem antes olhar
Seja um Chavéz armado, Sputnik apressado, seja condenado
Mais saiba condenar
O jubilo do julgo é jogado
Atirado ao Hades para o Niflheim habitar
Te juro que nada no mundo
Canhão ou esconjuro
Bala ou muro
Poderá me parar
Sou a resistência indomada
Minha Digressora Vanguarda
Há de sustentar
A bandeira de todas as cores
Hinos de mil letras iremos cantar
Por um fim em sua existência
Sem dó nem clemência
Sua centelha apagar
E quando isso acontecer
Perderei o juízo
Serei consumido pela insanidade de meus atos
Para sempre grato de tudo que fiz
Se ainda não entende
Não se preocupe
Apenas se ocupe
E espere chegar
Ou virá seu tempo
Ou será tarde demais para se lamentar
Não sou grave, nem clave, nem justo
Nem clava, nem pulso, nem nada que possa pensar
Sou membro da Vanguarda Digressora
A Esperança Devastadora
Que irá consumar
A rebeldia e a revolução
No reino em que nenhum irmão vivo ou não ousará reinar.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Inverso contigo (a.k.a Pertenesiste a uma raça antiqua)
Plasma liqueifeito é meu estado
Estado bruto - Inalterado
Um soviete socialista
Não-registrado
O capital
brutalizado
A vida escorrida nos cadafalsos
A ilusão
monocromática
O barulho estrondoso da estática
O paradoxo no panorama
E o pindarama, a pátria que não me ama
Embelezado dentre raízes
Operários, raios vesgos e atrizes
Multiplicado de tal maneira
Velocizado
Que o neologismo
se torna sigla no seu descaso
intrometido empoeirado
na força-motriz das diretrizes dos seus cadarços
emudecido - paralisado
inconfundível - indefinível
indefensável
abastecido
motorizado
dó sustenido
pneu de carroça - recauchutado
Se sou movido ou intencionado
O questionamento de rimas pobres é meu aliado
Se estou vencido ou se serei louvável
São meus conceitos os meus diretos não o contrário
Ufanecido e apatriado
Morro por fim em ter assim meu jeito calado
Cabrero firme - Descabelado
Indivisível
Mais que morto-vivo
Vivo amortizado
Em queda plena
Penalizado
Sou destemido
Meu inimigo - Atemorizado
E o meu refúgio
Inalcançável
Recém-criado, gênese pura
Atormentado
Amovível, dissolúvel em água
Quase salgado
Sabor de amor
Cheiro de flor
Versos nos quartos
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Ode das mil letras
Furacão de cores
É minha dor
Que lhe envolverá e engolfará em chamas e rochas
Sua vil milícia
Meus cães lhe roeram os calcanhares
E as garras das criaturas que conheço romperão seus tendões
Num estalo tão alusivo que a própria morte se afastará de ti
E você permanecerá inerte entre a barreira dos mundos
Vulnerável o bastante para que o metal atinja seu espírito
Tolo o bastante para se opor a luz que se irradia todas as manhãs
Minha mãe e meu pai são esse solo, o tempo soprou meus ouvidos até que pudesse caminhar
E conhecer os livros e folhas que sustentam as músicas dos relâmpagos
Afastei-vos, ante nossa bandeira
Ouçam meu chamado meus irmãos
Aproximem nossa ilha, nossos canhões
Distintos como o gelo das profundezas da terra e o vapor quente das montanhas
Nos unidos podemos ultrapassar o limite de vossa sanidade
Arrancaremos a carne de teu corpo e a devolveremos ao grande fluxo que tudo percorre
Meu espírito ruge
Tenho a visão e o brilho
A sensação e o instinto
Rasgarei tua vontade
Quebrarei teu poder em mil pedaços
Esta luta não é só minha
Criação e filhos partilham dessa vontade
Somos além da explicação
Somos o mais complexo paradoxo
Meu passo é profundo
Sinta o medo ruir com força das explosões
Somos ousados e prudentes
Rebeldes e indolentes
Punhos, sangue e dentes
Somos todos filhos de uma entidade dormente
Irmãos da flâmula da aurora espectral
Corpo e espírito da Revolução Mágica
Brados e gritos somados
Ouvi meu irmão o chamado
E vislumbre-se diante da esperança devastadora
De todos nós, a verdadeira força
A Vanguarda Digressora.