terça-feira, 18 de março de 2008

Cienfuegos "sueño e suerte"

“a partir de agora segure o shift, clique e ouça : http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=10727172
Faixa - Sério
(de play, depois pause e começe a ler o texto abaixo)

Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi zum zum zum capoeira mata um

A ordem dos tratores não altera o viaduto
Eu viajo nas somas e subtraio os produtos
Eu sou o resultado bruto do esforço mútuo
A divisão contínua da sua linha fina
Eu sou o contra regra do seu compasso
A circuferência firme em concreto falso
Eu sou a armadilha do conduite
Quemquiser que acredite
Sou trincheira, trator, grua, demolição
Sou o obvio escondido que não pede permissão

Tardio, fino, repentino rimo
Repentista canto também em outros hinos
Canto eu outros cantos
Sigo em outros trilhos

Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi zum zum zum capoeira mata um

Oi té té tec
Oi tec tec tec
Oi tec tec tec
Té tec tec

É pau é pedra é o fim do caminho
Mudança de estilo sem a perda do instinto
Que segue, intercede, cede, sedimenta
Que alimentar constroi e reiventa
..
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É meio controverso em cada verso
Então escuta, que a batida manda o resto...

(pegue o cursor da música do link acima coloque em 1:50 de música > play e continue a ler)

Se acha que só porque sou branco
Não posso fazer rima
Mas é que minha lingua
já nasceu com ginga
Nativa
do solo brasileiro
Então escuta
Porque eu vou falar primeiro

Sou fruto da miscigenação
Da cidade mais
Cosmopolita da nação
Dois quartos europeu
Um quarto gitano
E o resto é sangue
sulamericano

Nativo

cria da fumaça da indústria do ABC
Acostumado desde criança
As enchentes do Tiête
Dos rôles na Liberdade, Ipiranga e no Centro
Você domestica seu intelecto
Enquanto
eu me reivento

No som desfruto do meu próprio gosto
Sou complexo composto o inverso o oposto
Nesse verso e no outro sou o contrafluxo morno
sem peso morto

O que você imagina ser criativo?
Perceba que é só um som primitivo
Que encadeia as batidas no seu ouvido
Hipnose
Em conjunto
E comigo
Vem comigo nesse caminho
Que você se recusou a trilhar
que é simples de
sentir e falar

É um sentimento que te consome por dentro
um estouro de manada no seu filamento
acústico nesse processo lúdico
de percepção restrita
de audição compacta
Me ouça
Não se esqueça de nada
E repita

Persigo a retórica inflame que eleva o pensamento
A dialética ditante das ruas do movimento
Não sou do hip hop
Não sou só palavreado
Sou ritmista do som todo encadeado
Verbo conjugado
No futuro do pretérito
Sou o resto
Dos escombros do retrocesso
A esquina no processo de criação
Eu sou o filho
Dos rebeldes da visão

Dos visionários
ditadores de ideologia
sou o contrário
refrão puro segue a rima.
Por que?
Por que?
Porque...
Eu levo a sério o negócio...

(agora, se deu tudo certo, você deve ouvir o remix do “Eu levo a sério o negócio”)

...a quem fique quem brinque quem queira e quem passa o que quer que faça sua maneira não disfarça minha experiência é o infortúnio do excesso de sonoridade que reverbera no meu esqueleto e não esqueço da composição da estética da minha danação de cada letrinha que você lê agora que pensei no próposito fora do seu contexto cultural eu sou o elo etéreo aurora surreal não pense você que é tudo ao acaso que cada transeunte no seu passo apertado perdido nos seus próprios pensamentos não vê eu sou a sobra do relato que está vendo eu vou embora mas continue entendendo.

... quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
I wanna rock
Rock!
And roll all night and party everyday
Que te dei era de vidro e se quebrou
Ou ou oh
irene oh irene
Everybody loves somebody
Imagine all the people living for
Today is gonna be the day I gonna throw it back to you
Vou pra pedir pra você ficar vou pedir pra você
Bom sujeito não é
Ou é ruim da cabeça
Ou doente do pé...

Oi zum zum zum capoeira mata um
Oi zum zum zum capoeira mata um

quarta-feira, 12 de março de 2008

Sou de um tempo

Sou de um tempo em que eu reconhecia nas palavras os sentimentos das pessoas
Sou de um tempo já meio esquecido, por isso vivo assim, sempre meio à toa.
Sou de um tempo em que libido era o cumprimento da sexualidade
Sou de um tempo em que a televisão informava de verdade.
Sou de um tempo de outrora, que me faz ficar meio nostálgico.
Sou de um tempo em que nenhum teatro era mágico, mas que todos os circos eram belos.
Sou de um tempo com seu devido preconceito e aversão as formas.
Sou de um tempo com gosto de leite com groselha.
Sou de um tempo onde minha avó não era velha.
Sou de um tempo em que eu ainda era sozinho.
Sou de um tempo em que amor, amor era coisa de outro tempo.
Sou de um tempo em que crescer era palavra de ordem.
Sou de um tempo bom, e quem não achar, que discorde.
E por mais que o tempo passe, não consigo por tudo em ordem.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Confacto - são três que ninguem vai ler...

the fury stomp

feel the heat feel the beat
the fury stomp
it's not you it's on me
the fury stomp
i'm an weird kind of grump
the fury stomp
and some crazy stamps
the fury stomp
make moves on the air
the fury stomp
give me creeps on the stairs
the fury stomp
makes us feel the rithym
the fury stomp

it can't stop beating
the fury stomp

grop grogromp
gromp grogroomp

groom grromp
like a groove storm
groom grooom-pe
like a old fyord
ho oh oh
makes me feel allright
oh oh oh
in these night's
when the time stop

quando o tempo para
e não me desampara
vê se não repara
na bagunça
e entra

Mas se eu pergunto
não fuja do assunto
não desvia o olhar e
não inventa

nem tenta tentar me enganar
nem precisa se engasgar ao falar
nem termina que eu já vou desligar
não gagueja que eu não vou perdoar
nem me ouça porque eu já não vou falar
é assim que a vida roda é assim que toca o barco é assim que hasteia bandeira do lado oposto ao mastro
tenhos muitas lembranças do meu tempo de infância mas eu nunca lembro das coisas que faço

a criatividade com ferocidade
ocupou a metade no meu cérebro
que estava reservada
para memória adequada
contas com raiz quadrada
e ao ébrio


Não implique com que eu falo
se eu soldado ralo
se faço e tenho, mostro
não me substime
não acha que eu não sei mais do que aparento

Não é só Levinsky, Nietszche, Almodovar ou julgamento

Não é só cult, pop, non-stop-trance de encantamento

é linguagem médica, cética, ranitidina e omeprazol
novalgina, homeopatia, fitóterápicos e tilenol

Nada cult é fantasma, novela, sertanejo,
carrapto, mato e carambola e sossego

não é hilary, sarcozy, nem obama
não é Reyes, Chaves talvez
o da rede mexicana

it ain't a mess if you know where are you entering
make funny noises with your mouth and try it
we can hablar español se te gusta
we can make um rolê na Augusta
a rua mais velha de rima batida
a cadência é tua a poesia é minha

caminho, pereio, perene, contínuo, contiguo, exato enxame
ensino

Está na minha hora de entrar pra faculdade sempre quis ver como era a cidade
grande do tamanho de uma biblioteca
cheia de livros da "fefeletich" ou da "ECA"
não me resumo que eu sou pressuposto
não me assumo como aposto e ponto
tenho raiva daquele que não enaltece
o pobre o nobre todos que merecem
sou fato descaso
impossivel de mesura
se você era o traço eu sou a rasura
se você era o risco eu sou a "basura"
se eu sou traça vou fazer uma fissura
no seu tecido
cerebral
penetrar nos neurônios movido a gás natural
sou impercepitível sou um lampejo
kriptonita cigana no seu vilarejo
burgues
de algum chatô da frança
dança quem sabe
canta quem manda
você falar ou ficar quieto
sou a onda de frio
na noite do deserto

é bom ficar de olhos bem abertos
sou as quinas no escuro que cobre
seus restos
mortais
ou vivos não importa nem tanto
o quanto
você disfarça o seu pranto
não te acalento ou de acalanto
sou o vento norte sempre avanço

meu objetivo é te fazer perceber
quem é enganado nesse jogo é você
está na hora de para julgar
se nunca sentiu na pele
jamais poderá fazer como
eu
que sou o paradoxo
a palavra entreposta
a veia entrecortada
a adaga nas costas
as palmas das mãos suadas

se nas minhas linhas eu misturo histórias
entendo que você é sábio nas escolhas
e filtra dos simbolos o que for importante
para sua viagem que seja relevante
que caiba num espaço na sua mochila
entre uma lobotomia natural e a morfina

quem me afina
se eu instrumento
de destruição eu sou filamento
na rede elétrica
eu vou fio adentro
até seu monitor
é um caminho denso

lotado de micro-partículas
espelhadas
e conceitos de física que não servem para nada
sempre achei graça nos nomes deles
m.r.u.v. vcs e ele?

cadê ele onde se esconde
híbrido de baphomet e lobisomem
se minha retórica é desvairada
é porque sou esvaido de lógica marcada
já dizia a música e o poeta
cada cabeça uma sentença
cada qual com sua diferença
Se você reclama que não sou refinado
é porque em estado bruto faço valer o recado
que uma hora começa e uma hora termina

como um dragão que sobrevoa a China
Beijing ostenta mais de mil ladrilhos
minha locomotiva subverteu os trilhos
o tornou estrelas descomunais
de proporções espaciais
e se agora entramos via láctea a dentro

não repara
na bagunça do momento
esse é meu jogo é o que eu sei fazer
ordenar as palavras e fazê-las crescer
em sonoridade e significado
é falar bem alto
para tornar um quadrado

oculto
tímido e obscuro
no mais brilhante dos sóis
do mundo
e se você não compreende
não se preocupe
o importante é que você escute

essa batida
que é ancestral
que anseia o bem
e elimina o mal
mas que déspota
que disritimia
esse mundo dual nunca foi
a minha

casa
na árvore
é muito bacana
formiga vermelha e saúva
inflama
quando pica
doi para caramba
se coçar
é que a criança reclama
quando inchou é que acham estranho
a criança cresceu e mudou o tamanho

me diz menina
e na sua infância
quem era a saúva e quem era criança?

Me disseram um dia
impreterivelmente
era uma noite que me lembro raramente
onde comtemplei os céus e acordei de dia
não ressucitei no terceiro filha
mas levantei já passava do meio dia

essa mistura
é o que reflete
esse som que se repete
que é impactante e que diverte
que faz a vida valer a pena
aquele seu momento na cena
dentro do palco
do seu espétaculo
abram a cortina
rufem os tambores
raios e trovões
nessa chuva de cores
sons, formas movimento

estático
eu também aguento
criar essa é a minha diversão
minha função de vida e minha danação
minha maldição resignada com uma observação
tenho
fome
doze e trinta
vou indo então
foi bom te ver
e blablablá
fala garoto
voltamos já...

.
..
...
..
.

A paciência

E o futuro

Em rumo
Expresso
Na xícara do café
Eu confesso
Também
sou réfem
do progresso

Certo?

Mas não cesso
Este processo

Minha rima dribla
Mais um verso
Em velocidade
Não programada
Silenciosamente
Avança pela retaguarda

Quem preveria
Esse recesso?
A profecia ou o inverso?

Nem Nostradamus
E nós estamos
Simples urbanos
Sem outros planos

Nesse mundo
Quase moribundo
Sem nenhum destaque
E não há quem ataque

A minha rima
Ponteiro de esgrima
Sobre sua pele
Um golpe desfere
Na sua íris
E não há quem retire
Nem se desespere
Ou se enterre
Se exonere
Se discuta
Se esconda
Filha da puta
Diante da onda
Que tudo consome
A esperança devastadora
De um único homem
A vanguarda digressora
Direto da fonte
Um estouro de manada
No horizonte
O levante da fumaça e na poeira
Some
A revolta condensada
Que você está defronte

Me olhe nos olhos
Se tiver peito
Nunca se humilhe com respeito
A meus inimigos
Mesmo ingratos
Não assino contratos
Não compactuo com ratos

Minha fúria em cada gota de sangue
fervendo
minhas palavras ritmadas traduzindo
eu não aguento

elas afloram e desenrolam
e desengolem
e criam e percorrem
finjem e fogem
desviam desatam redescobrem
reinventam

criação costante
a todo momento....

.
..
...
..
.
Alma mecânica


Acordecedo
Vátrabalhar
Tenhafome
Doiabarriga
Nãotemdinheiro
Afome fica
Vá trabalhar
Vá trabalhar
Trabalhe em doses grandes
Pro ombros cansarem e se perguntar
Porquediabos nomundo tenho que trabalhar
Dinheidinheirodinheiro
A maisvalia
As contas no fim do mês
Agualuzfaculdade – vazio
Na barriga
Estomago doi
É a fome ainda
Trabalha trabalha
Hora de sair
A chefe te chama
Vamos chefa você manda
O que me diz?
Vatrabalharvátrabalhar
Trabalha bastante
Se atrasa pra almoçar
Sai pra comer
Finalmente
Antes da fome tomar
Conta do seu corpo
Chega no restaurante
E percebe
Que todos já se serviram
Antes
Come o resto do alface
Aquele de borda preta
Que ninguem quis pegar
Come meu filho o alface
Porque é a única coisa que sobrou
Pra você matar
A fome
Porque demourou tante
Antes tinha tudo
Lasanhadepalmito
Cenourinha refogada
Agora tem restinho de maionese
E salsão
Puro
Os talos
Mastiga bem se não engasgo
Eu como como como
DEvoRO
Arroz, feijão, ovo, farofa e lingüiça
Preguiça
Doi o estomago
Comeu rápido demais
Doi doi doi
Não aguento mais
Me deixa ir embora
Me deixa ver o sol
Respirar algo que não seja
CO² ou ar condicionado
Me deixe andar, tomar chuva
Sou desgarrado
Porque eu não vou?
Largo e tudo e saio agora
Tenho coragem
Tenho vontade
Que me falta?
Dinheirodinheirodinheiro
Que hora amarga escolhi pra crescer
E pra pagar as contas e comprar as roupas
E ter que viver, e pagar a faculdade,
Água, luz, gás, o fretado, o busão o cinema
Meu ensino
Que recrimino
Na verdade bem na verdade
Não me ensinaram nada que eu não poderia aprender
Sozinho
Dormindo
Que sono
Sono
Se pudesse dormiria
Aqui
Cabeça no prato que não tiraram da mesa
Não ´posso dormir
Tenho que desembolsar esse assalto que me cobram
Sem sobremesa
Agora sim eu dormiriadormiria
Mas não posso dormir
Porque a barrigadóidóidói
Desabafa
Ligo pro meu amor
Que se acha?
Por favor? Me sequestra, vamos fugir?
Me animameanima
Não pode desistir
Não quero desistir
Não sou fraco
Sobre toma remédio remédio
Remédio frasco, tampa verde, tampa azul, tampa vermelha 2
Chefe, reunião,trabalha trabalha...

Saindo daqui vou dormir
Peeeé
Respostaerradaman!
Faculdade
O trabalho
Esqueci
Corre
Estressa
Liga
Descabela
Espera
Agonia
Faz faz
Na última hora
E entrega
.
Dói a cabeça
Em harmonia com a barriga
Doi o pé
Dói a mão
Dói os dedos
Ardem os olhos
Ai
Que sono
Trabalha
Vátrabalhar
Quesono
Dói
Remédio
Dói
Sono
Dói
Trabalho
Trabalho trabalho
Agora sim eu quero ir embora
Não aguento
Chamem outro
Me peçam pra carregar caixas
Pra escrever um jornal
Me peçam para trocar a lampada
Pra fazer um texto legal
Mas isso
Isso me mata
Isso sufoca meu espírito
Isso me enforca
Me espaspera
Eu insisto

Aan
Vai vai.,sai
Sai!
Saisaisai!
Tolivre
Por10min
Viaja
Chacolha
Quem mandou ser grande
E o onibus apertado
Não mexe as pernas
Bate, balança
Chega 1hhoraemeiadepois
Com os dois joelhos inchados
Que fome
Que fome
Padaria
Pega um pão
2 pães
Frances
Baratinho
Come seco
Puro
Hmm quegostinho
Bom
De pão
Sobe correndo pra aula
Conversa
Pensa
Programa
Aprende
Bem pouco
Mas fica
Até o final
Ai sai!
Sai correndo
Pra não perder o busão
Na chuva
De noite
Cansaçado
Com fome
E o velho dói dói dói
Que a essa alturaneincomodamais

Sai sai
Entra sobe
Lotado
Eradeesperar
Mas não de esperar sentado
Chega em casa
Fome
Jantar
Já passa da meia noite
A janta é o café de quem levanta antes
Quase uma da manhã e você comendo
Arroz, feijão, cenoura e bife?
Não é pesado?
Não pro meu vazio, acredite...
Comecomecome
Dá um beijo de boa noite na testa do irmão
Dormindo
No quartinho escuro
Desliga a TV
Tira o carrinho da hot wheels
Do caminh
Para ninguem pisar
Amanhã
Deixa recado pra mãe
Toma banho
Que alivio
Queria viver num banho quente eterno
Sepudesselavarasgravatasascamisassociaispalitos
Inferno
Outro trabalho da faculdade
Liga pra amada liga
Conversa
Conversa gostosa
Casa comigo?
Casa agora?
Não podemos
Eu sei
Dinheirodinheirodinheiro
Eu mato esse dinheiro
Tudo tudo ele complica
Não consigo me sustentar quanto mais
Casar
Quanto mais que sono
Não esquece trabalho da faculdade
Umaepoucasdamnhãevocênocomputador
É, só eu, aqui, cuspindo palavras
Vai vai vai
Chega
Ufa que alivío acabou
Cama
Nossa que sensação boa, quanto?
Duasdamanhã
Trêshoras de sono
Que bom que bom que bom
Vou dormirvou dormir
Péepéepée
Celular
Alarme
Já passou?
Acordar?
Nem vi?
Tão cansado.. tão cansado
Que hora são?
Atrasado?
Corre corre para pegar o fretado
Vá trabalharvátrabalharvátrabalhar


Não estou reclamando
Só estou cuspindo as palavras
Que teimam em me engasgar