quinta-feira, 24 de abril de 2008

Diálogo improvável e corriqueiro

E o homem disse a seu Deus:

Compreender a grande instância das coisas
Compreender da grandiosidade das pequenas
Deixar as mesquinharias e o usual em seu devido lugar

Alguém quem compreenda a grandeza da realidade
Da divindade do terreno e da diversidade
Alguém que chute o portão dos sete reinos com uma balde de tinta nas mãos

Alguém que corra com botas pesadas no jardim florido
Que respeite minhas palavras sem devaneios
Que coma carne de javali ainda quente

Careço de alguém
Que simplesmente entenda
Entenda meu senhor

E o Deus do homem disse a ele:

Pode repetir? Me distrai aqui...
Me diga, você tomou esse shake sabor verão? Estou pensando em pedir um para o lanche.

E o homem disse a seu Deus:

Nem você...

E o Deus do homem disse a ele:

Só queria um shake.

... realidade absurda das pequenas coisas, realidade absurda das pequenas coisas...
As coisas só terminam com um bom passeio de bicicleta de manhã.
Sem fones, sem pensar, só pedal e caminho
Só pedal e caminho


Ouçam: El mato a um policia motorizado, Chica Rutera

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Asteroidía

Cometa, meteoro,
Homenzinho, girassol
Homenzinho, gira solo
Cometeoro - meta sol

Se eu digo que te adoro
Se o seu olhar me dá um nó
Se toco na sua nuca
Um bate-papo nunca só

Uma mesa na padoca
Conversa, lanche, bebidinha

Só quem sabe dos segredos
E da tua companhia
Quando digo e não cedo
E fico perdido na minha

Própria
Ilha
Pensamento
Estrutura
Ousadia

Minha bela minha bela
Minha dama e menina
Eu só digo que te quero
E te desejo, eu queria

Repetir nesse momento
Aquela instante
Em que valiam
Suas palavras, risadas
toques, curvas em medidas

minha vida não é vazia
minha alma já está nua
e o sentimento que eu visto
é vivência pura de imagem sua

Gira homem girassol, gira!
Gira...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Psychobilly Joe

Quando você ouve
Não tem como resistir
Hipnótica frequencia
Subcutânea(mente)
Sua mente vai reagir
Se minha rima é pobre
O que falo é nobre
(e você mentalmente)
Tenha tempo para ouvir
A canção do terror do deserto
O relâmpago do desafeto
O psychobilly – Joe, que vive em mim


Dança dance, procurando a cauda dos demônios alados
Entre em transe –transe – transe como se o demônio tivesse sido deixado a seus cuidados
Não deixam de ser baralhos velhos, com velhas mesas e velhos homens,
e carros velhos, e Johnny cash e otros locos nombres
mas nem tudo no Texas é petróleo honey
eu odeia a América mas não my Oklahoma Monday’s
eu gosto de hambúrgueres big e de feijoada
meu gosto é de sobremesa mas sou uma salada
De tudo de bom e ruim que existe neste planeta

Sou o humano mais insano desde o cometa
Halley e até os Harleys e Davison why not?
Wrestling and others american sports
And punk rock, and country core, and weird love
And far west, mc Donald’s and a hot dog
Certeiro, por inteiro, estou inteiramente certo que primeiro
Não há nada no mundo de devaneio
Nada mais certeiro do que o empaco do burro e a baba na barba do carneiro
De cartola com listras, o uncle is not “god” to you
But star wars is cool and they say that is not good too

And if you like this bizarre saloon
Come to get some shots, drink something, and make love
Because I’m only saying the true
Releasing the pyschobilly freak joe cindy mandy willy
Deep on you

E se meu discurso não convence
Essa retórica indecente e mal estruturada
Essas letras dementes que não dizem nada
Então me desculpe meu caro
É a hora errada de ler esses versos e seguir na estrada
Se a highway é grande
Não há quem agüenta
Se o motor esquenta
Se sua fúria aumenta
Se você se arrebenta se tentar segurar
Então abra seus pensamentos
Para aquele pub em Nashville
Aquele bosque em Minessota
E você com uma guitarra, um ampli e a voz solta
Solta
Pra gritar, cantar, e fazerem todos ouvirem
E quebrar os vidros, e esmurrar os narizes

E jogar garrafas e rolar pelo balcão
Quebrar o taco de bilhar e deixar sangue no chão.

Falando sério, quem não gosta de caminhão
Oeste, dos filmes trash dos 80, de bebida e direção
Pode não entender bem esse refrão
Quem nunca ouviu o Reverendo, Pussies, um baixo acústico bem solado
Ou aquela guitarra de arranhão, tocada até o pobre músico se contorcer no chão
De prazer desenfreado
Pra quem nunca ouviu um Motorhead, um A.C.D.C. ...
Quem nunca comeu um cookie ou um Donut não vai encontrar sentido aqui
Porque eu estou soltando o Psychobilly – Joe que existe em mim

E pra quem não curte um psychobilly, não tira a onda do cabelo
Pra quem não sabe que sou eclético, que sou o hip do rock e roll do violão celo
Que sou o acústico do samba, o batuque africano, as raízes a bossa
E sul-americano, que sou o latino europeu, que tenho meu sangue gitano
Pra quem não sabe nada, continue buscando

Mas fica aqui meu sinal de respeito
Pra quem na big highway foi trilhando
O caminho da areia e seguiu tropeçando

Eu tenho desprezo
E odeio muita coisa
Nascida em solo norte-americano

Mas o extremismo eu também odeio
Por eles não conseguirem enxergar
Nada além da fuça
Que insistem em roncar
Então não vou reclamar
Vou ficar com o que eu gosto
E o resto, meu american dream, me permite estragar
Ser livre para tirar o que não curto
De ficar puto, beber e brigar
A aproveitar para viver num mundo livre
Que não seja tão pouca a terra, tão pouco ao mar
Viver não é preciso, o que vale é navegar
E o se o mar é de asfalto, é pilotando um cadilac seventy-five
É que eu chego lá
Pra terminar em grande estilo
Tatuarei um totem: o urso, o castor, esquilo,
Búfalo e o alce pra finalizar
Sou o lobo do inverno de olho na águia que já está no ar.

“Tire suas listras e encubra-me, debaixo da sombra dos seus crimes, você perdeu a sua doçura
Debaixo desta nogueira de três galhos, eu cavei sua sepultura,
Tenha passo, tenha tempo, tudo segue na penúria
Erguerão seus inimigos, armadas ante precedida vingança sua
A morte é certa, assim como no caule é contada cada fissura
Logo será lembrança sua arqueológica figura
Eu tomarei seu crânio e sua carcaça,
Para afina minha guitar
Psycho Psycho Billy Jhony Joe,
A partir de agora, você já pode gritar...”

Psychobilly Joe – O zumbi que matou a Ámerica, Cap. 19 – Os nós já foram soltos.