quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Para você que me lê

Para você que me lê
Não pelos meus olhos
Mas pelas minhas linhas

Para você que me lê
Não pelos meus pensamentos
Mas pela conseqüência deles em sua vida

Para você que me lê
E me guarda em algum canto obscuro da mente
Permeado em palavras ou em sussurros que imagina que não escuto

Para você que me lê
E sente alegria, prazer, dor e descaso ao mesmo tempo

Para você que me lê
Que me julga com sua mente

Mas que jamais saberá o que é estar na minha

E a grande verdade é que ninguém sabe
Ninguém sabe de nada.
Eu, pelo menos, tento saber de mim mesmo.

E me dou o direito de me conhecer, afrontar, descobrir, viajar
E você, que me lê? Se dá a direito de que?

Saiba, e, se me conhecesse, deveria saber, pois isso eu digo sempre
Saiba que não gosto de fracos
Perdôo o tipo que, por nunca ter possuído pernas, agora tropeça muitas vezes
Este está a aprender
Mas condeno aquele que as tem e insiste em ajoelhar
Render-se é um ato desonroso

Jamais deixe sua face tocar o solo
Ela sempre deve estar voltada para o sol
Para o alto e para o além
Ainda que seu coração esteja enterrado no solo escuro
Permita-se olhar para o céu

Sobre mim, saberá apenas o que quero.
Não que eu tenha sempre o controle de tudo.
Não tenho.
A diferença é que você não tem controle nada, nem sobre si mesmo.

Minha mente sempre estará envolta em névoa
Porque assim ela foi forjada a muitos milênios
Por aqueles que a mim antecederam

Filho do mundo
Corredor de vento
Neto da floresta
Perscrutador do tempo

Meus olhos se voltam com curiosidade
Para tudo que me cerca
E é tão intrigante saber sobre o que você pensa.
Não pense que esta mensagem é dedicada a você
Ou feita para você.
Por que ela não é.

Lembre-se é você que não tem controle de si mesmo
E permite que sua mente ache o que bem quiser

Você está forjando isso para você
Está vestindo a camisa de força

Agora pense
Por que, por que causariam tanto estrago?
São só palavras... ou é você?

Pense nisso.

“um lobo brinca sob a benção da mãe prateada, seus espíritos estavam unidos, ele sempre olharia o céu.”