terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Trovão calado

Como um trovão calado
um calafrio tornado
como um demônio alado
eu passo

Uma tempestade seca
uma árvore sem folhas
um passo
Um degrau
uma escada
um ramo
um rumo

Eu faço
Toda estrada escolhida é um caminho sem volta
cada dom concedido é um conselho déspota
sobre as 9 chaves do paraíso

o que faz sentido?
o que faz sentido?
Quem faz sentindo o que anda sentido?
sente-se, salte, surja, soe
Liberando as válvulas para os novos fluídos
destrancando a chave dos baús escondidos
alimentando os monstros enclausurados vivos

serpenteante orbe cintilante
que singela emoção lhe ofereço neste instante
cosmo caráter
cauda de cometa

reflexo de ampulheta
inverso avesso ambienta

sussurra floresce fornece enaltece
aumenta
sob a flâmula prismática um rompante
envolvido em sua aura mágica cativante
subjetividade
Como véu, faixa, que encobre
recua a luz, recua o mar
Rejuvenesce a vontade

navega, peleja, garimpa, viajar
eterna acolhida define
o recomeçar

todos os sóis que sempre quis
Mais uma vez ouvindo sua canção
Seu refrão suave envolvido feitiço em profusão
Com olhos radiativos
De poderes desconhecidos
Deslumbro um novo continente
Que até então jaz perdido

Na neblina consciente
Da mente camuflada
Sinais de uma aurora roxa
Cajado, capa e espada

Adentrai a dimensão
O espaço a amplitude planetária
Eleva-se

Dogma de retina e córnea
Portal de alma e nada

Como um trovão calado
Que momentâneo se faz presente
Barulho alto inexistente
Esse incômodo, esse arrepio
Esse sopro de ar
Escalando as costelas
Cada fio
De cabelo em pé
O corpo puro de estática
Foi
Há passado

O tempo de feras brandas
De reduto covil e recato
Um brilho
ramo de cor
flor entre as ervas

de ponta-cabeça no topo de mundo
de vento no rosto
braços abertos
passado sombra caverna
futuro fluxo explosão cratera

segue
homem-totem
trovão das eras