quinta-feira, 19 de março de 2009

Smarkatch

Sibila, suavemente
Enquanto sobe as encostas
Dormentes, sedutoramente expostas
Sob o intenso brilho do sol

E os alados, que outrora gorjeavam
Depressa procuram um abrigo
De plumas negras, amedrontados
Poucos ouvem o tilintar

Agudo, faiscante, ríspido, contrário
Os cabelos longos, enevoados
Lança-se ao céu, num pulo enorme
Risca as nuvens com velocidade
Precipitado

Observa do alto, por toda a parte
Um olhar, fascinado
Digno daquele que elevou-se as alturas
Num ato juvenil, impensado

A queda, livre, leve tornado
Acariciando seu rosto com um sopro gelado
Cada vez mais próximo, já sente o cheiro do mato
Os alados, assustam-se
Fogem, voam, longe, estalados
Estalidos, barulhos, de galhos, folhas, roçados

Adentra as copas das árvores
Como um objeta lançado
Plaina, pluma, no seu belo bailado

Sibila, suavemente
Enquanto sobe as encostas
Dormentes, sedutoramente expostas
Sob o brilho do sol

Alveja, com seu olhar feérico
As linhas tênues que distinguem a verdade do embuste
Parte, em investida rompante, deixando para trás
Apenas poeira, chacoalhantes pedras e uma nuvem de folhas secas

Cortando o vento numa implacável corrida
Pula por entre as raízes e pedras
Escorrega pelos baixios e lança-se por entre espaço diminutos
Gira sob si mesmo, em movimentos acrobáticos
Dignos de nota, se notas fossem

Tamanho ímpeto
Tamanha pressa,
Ai, pressa sem tamanho
Valentia forjada sob seus cabelos enuviados
Carrega na cintura, fatia de metal, afiada,
Pequenos dentes de mordida gelada
Pra mastigar o caminho

Dos nomes, não, não
Rosto angular, face cândida, pele suave de tez alaranjada por sobre as orelhas
Um pedaço de madeira, de formato retangular, amarrado sob o fronte com um faixa de tecido azul.
Sob ele, apenas seus longos, alvos, cabelos cor de lua cheia, enevoados, cor de chuva das montanhas, que dançam, dançam sob o vento cortante.

Segue, caminhador, corredor, percorredor
Dosa os segundos em suas passados
Onde um movimento é meio
E outro passo, aproxima-se do nada
Do quase zero, do espaço perfeito
Tão, tão rápido perambula, caminhante
Nem enxergo seus efeitos
Apenas essa névoa dançante
O choro de suas madeixas cor de chuva de outono.

O receptáculo, era o contrário
Negrume e laviado, vermelho, vinho, negro
Seu pisar era pesado
Trôpego, forte, impacto, negado

O chão recusava-se a ser por ele tocado
Vá-de!Vá-de!
Receptáculo contrário
Olhos cor de mármore, língua ferruginosa
Cabelos, a própria poeira do cosmo.
O escuro do interior do cometa
Congelante, faiscante negatividade
Lágrimas de dor da própria dor, a pureza

Encontro decisivo
Riscam-se como rochas afiadas
Zuncados, zunidos, laminadas
Corre, lança-se ao céus
Como uma serpente indomada

Sibila, suavemente
Enquanto sobe as encostas
Dormentes, sedutoramente expostas
Sob o intenso brilho do sol

“Quando ia a Smarkatch, e via aquele brilho, reluzente, e o bazar do fabuloso. E me perguntava sobre a beleza, daquele, o de cabelos cor de nuvem, me via dizendo: só sei que esse lugar, de caravanas entre éons, é o começo do mundo, ele ou ela, essa neblina que vai, um passo profundo...” - Jeremias Furta-flores, no Diário do Lendário.

terça-feira, 17 de março de 2009

Rust in peace

He was rambling and roaming for three days. The hungry now was even greater than when he flee the army. Old goat meat, given to him by that old witch in Thomas Wood, was the last thing to touch his stomach for, at least, eight days. As he father always said, “these god damn roots would never feed a grown up man”. Right he was. But, after all, after all suffering and lamentations, he had the first blow of a good thought appearing his mind, after all this days of walking, that sweet potato soap of Sally Mc Lean.

Dear Sally,

A Guerra apenas causa dor aos homens. A todos os homens Sally. E como sabe, nunca fui exceção.
Esta, provavelmente, é a última carta que lhe escrevo. Pois, Sally, não existem cartas que consolem o coração de um homem da guerra Sally. Realmente não há.
Ouvi que bandos de homens do exército já começaram a invadir as fazendas e propriedades vizinhas as rotas de suprimento das trincheiras de Jugh Town. Estão todos famintos, a dias não comem um pedaço de pão ou tomam um gole de leite.
Estou de partida, querida. Não há um outro lugar que esta vida me levará, a não ser a morte, e mais morto do que estou, não quero ficar. Rogo a Deus, que, antes do fim, possa encontrá-la.
Parto hoje daqui, espero que, quando essa carta chegar as suas mãos, eu esteja mais próximo de encontrá-la do que jamais estive nos últimos 2 anos.

Com amor,

Janota, já mostrava sinais de fraqueza. Sem energia para caçar, eu o via definhar. Mais do que eu talvez. Embora, me fizesse companhia, todo esse tempo, acho que, fui eu, mais instrumento da sua ardilosa esperteza canina, que ele, da minha aventurice humana. Não importa, sei que, mesmo cansado, o velho Janota se recuperará rápido, tão breve consiga algo decente para comer. Maior que um pardal comido pelos vermes ou os ossos quebradiços de um esquilo.
Pelo menos, ele não se preocupa com o frio. Que já está a me doer os ossos. Não me visto. Me enrolo em trapos, trapos tão sujos que, se lavados fossem, se desfariam, imagino que, apenas a sujeira, mantenha esses fios presos uns aos outros.
De noite, quando a neve se fazia sentir no suave toque sob minha barba e na pelagem do velho Janota, avistei uma casadela. Um galhinheiro, com umas três galinhas, a madeira molhada estalando ao vento, e a fumaça da lareira a esvaziar-se no seu.
Bati a porta:
- Um prato de comida a um velho soldado.
- Um prato de comida a um morto de fome.

Nada.

Virei as costas, dei alguns passos, perto da cerca a porta se abriu. Se Deus permitir que você não faça nenhum mal, que ele permita que você entre. Subi os degraus.
Avistei essa jovem mulher, de cabelos negros ondulados, com um vestido verde, gola alta, olhos profundos.
Tenho um pouco de sopa, disse ela. Aceitei de bom grado. Sentei com Janota perto da lareira, um caixote velho me serviu de apoio e ela sentou-se, desconfiada, numa velha cadeira.
Perguntou meu nome. Disse que se chamava Paula.
A guerra lhe tirou tudo. Consumiu seu marido em suas trincheiras. Dois filhos, mortos. O mais novo, que havia ficado em casa, tentou defender seu último porco de um ataque de urso. Morreu uma semana após os ferimentos. Eles batem como uma marreta, esses animais. Ela não o culpa. Devia apenas estar faminto, como eles. Sem ter esperanças de ver sua família reconstruída, hoje, sobrava comida.
Embora fosse jovem, o sofrimento lhe acariciou com muitas marcas sobre a pele e, com uma saúde, já débil e fragilizada. Mas, eu podia enxergar por detrás das olheiras profundas, daqueles cílios claros, a mulher forte que já havia morado ali. Recolhida na sua cadeira, em algum lugar.

Ela se retirou para o quarto. Fiquei com Janota, de frente ao fogo. Algum tempo depois, me ofereceu algumas roupas, que foram de seu marido. Agora, sem utilidade, a não ser trazer lembranças dolorosas. Por sorte minha, serviram. Ganhei um casaco, um par de calças, boas botas e um chapéu. Graças a Deus. Joguei meus trapos no fogo, dei graças e tentei, também, queimar as memórias dolorosas do passado.

I was dreaming about the beatiful yellow glow of Sally’s hair.
I heard the door craking. Janote, lifting up the ears. I saw that feminine figure, dressed up in a long white sleep cloak.
Could you, would you, please, come with me. I stand up. Follow her to the bedroom.
She lay down on the bed. She had tears in the eyes. Could you, would you, please, lie down here, and please, don’t go any further, just, just, stand by my side.

Achei aquilo confuso. Ela pediu novamente. Por favor.Tirei o casaco. Deitei.
Janota me olhava desconfiado, mas logo deitou sob o pé da cama e lá ficou.
Depois de alguns segundos, Paula começou a chorar.
Soluçava. Entre soluços e um som de grande agonia, agarrou minha mão.
Pediu desculpas. Pediu que eu ficasse ali. Pediu por favor.

Aquela mulher, aquela fortaleza, aquele ser humano.
Chorando de frente a um desconhecido, fedido e maltrapilho como eu.
O abrigando em sua cama, em seu íntimo.

Apenas para se sentir segura. Se sentir amada. Viva.

Eu permaneci parado. Eu a abracei. E cantei a velha canção que a bruxa, em Thomas Wood, havia cantado para mim.

Oh I’m going
Oh I’m going
My dear
Soon my home will be near me
And by the falls and grace of the Lord
Soon I’ll be home, just after the storm

Even if the mountains grown up
Even if the valley stay down
Foot after foot, day after night

Oh I’m going
My dear
To home
My dear
Until the leaves fall
Until the leaves fall

A Guerra Sally, eu pensei, é a cólera de todos os homens.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Break on through

No fim, tudo é um jogo de luzes
Uma caligrafia de padre
Ou um sabor inusitado

Quantos eu não conheci?
Realmente, quantos, eu realmente conheci?
Um universo de amarras, chamado sociedade nos prende e nos liberta
Como um autêntico dharma, uma samsara

E pensar, pequeninos, que nem arranhamos a superfície do tempo deste planeta
250 milhões de anos atrás, éramos todos iguais, tínhamos até um cara engraçada,
Embora, naquela época, humor ainda não existisse

Sabe o que tudo isso simboliza, meus queridos
Que nossas cores tão breves brilharão, como a bandeira que hasteia
Nossos heróis e hinos serão silenciados, tão logo chegue o primeiro suspiro

Ainda que morrêssemos, fugíssemos ou defendêssemos
seria, tudo, jovens alunos, o caminho natural.

Venham, aconcheguem sob a copa reluzente das folhas
Sob o véu turvo dos sonhos, e ouçam essa canção
Mais antiga que o tempo
Sentem-se aos meus pés, subam por meus ombros, aconcheguem-se.

Ouçam-na

Com seus pés bem lavados
Tocou o chão
E ele rugiu

Com seus pés abençoados
Tocou o céu
E ele fugiu

Com sua voz aveludada
Chamou Deus
E ele ouviu

Veio até ele envolvido
Num manto de brilho vivo
Deixando os cabelos dançarem ao sol

Com suas mãos abençoadas
Tocou Deus
E ele sorriu
Com seus pés abençoados
Andou só
Partiu

Com sua mente aveludada
Com o calor de alma pura
Emergiu
Mergulhou no cosmo profundo

Encontrou partiu o mundo
Saiu
Não cansou.
Não dormiu.
Não chorou.
Só reconheceu a beleza
A natureza
O velho pulsar
Só observou a sua teia
As certezas
Deixou lá

Vejam
Vejam
Quem surgiu
No horizonte
Estou de fronte
Sob seus pés

E seu olhar me tocou
E eu nasci
Cantando

Que boa paisagem
Grande viagem
Eu nasci
Sou o som.

Eu nasci.
Sou o som.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Letter-o-rama

É nessas noites quentes de verão, que ela torna viva minha lembrança. De mansinho, sem ao menos deixar que eu notasse, lá se faz ela presente, ali, me olhando meio escondida, na tristeza de tela da minha janela.
Esta é a única época do ano que consigo vê-la sem esforço, ou sem ao menos procurá-la, permanece ali, envolta em seu véu brilhante, minha conselheira de tantos dias.
Houve tempo em que ela era mais bajulada, adorada, alvo de rituais, peregrinações, poesias... Hoje, segundo ela mesma, ela apenas contrasta. Contrasta com o Sol, contrasta com as Trevas, embora, vez ou outra inspire um poeta mais eloqüente ou um jovem louco de ácido.
Esses dias, coincidentemente ou não, também são os que meus aposentos ficam mais quentes, dado ao, como vocês sabem, intenso calor. Dessa maneira, são os dias que mais procuro ficar perto da janela, olhando as luzes da cidade, os barulhos da madrugada e meus pensamentos silenciosos. Com sua sorrateira presença, ela ilumina meus momentos de introspecção, de tomar alguma coisa gelada, ou de espiar a vida dos vizinhos. Afinal, sou curioso e não sou santo.
Tomada como amante ou como amiga, houve minhas confissões, devaneios e velho e bom rock’ roll, que me faz companhia com o monitor desligado.
The Descendents, Voodoo Glow Skulls, Gogol, Nofx, Thee Pirates, o reverendo, a coisa toda…
E, enquanto escrevo essas linhas, e ela me sorri meio rabo de olho, eu ouço aquela da Didi sabe?
Whatever Didi wants she’s gone get it, whatever Didi wants she’s gone get it, whatever Didi wants she’s gone get it… ouçam pra sentirem o ritmo que sinto enquanto escrevo essas palavras.
As vezes, gostaria de poder descrever-lhes com precisão o ritmo das coisas que penso, como dessa música. Mas, por mais artifícios gramaticais, líricos e loucos que eu utilize, ainda não consegui chegar no exato momento que gostaria de passar, na exata batida, no exato solo de baixo.
Entender de ritmo, porém, é tarefa para poucos, transmiti-los bem, quanto aos meus, posso afirmar, que ainda não consegui.
É como diz aquela música do H20: because we’re faster than the world, faster than the world, faster than the world, we can’t slow down! Como num pogo gigante sabe? Rodando os cotovelos, ouvindo o grave do baixo levantar poeira do piso, vendo o brilho do buraquinho do cadarço dos coturnos passando como estrelas cadentes, e um mar de desodorante barato, suor e bateria.
A vida é feita das escolhas que fazemos, do ritmo que pensamos, queremos agimos... por isso, não tem nada de errado comigo. Além do que eu acabo de dizer.
Chega uma hora que temos que decidir coisas importantes, coisas que rumam, que podem realmente influenciar o o que e o como do futuro. Não como que roupa escolher ou se vou no pirulito de morango ou no azul com chiclete. Eu escolheria o azul com chiclete. Agora, pro futuro, que escolha eu faria?
Pena que não estamos no tempo futuro, retificando, que farei?
Eu decidi tantas coisas a tanto tempo que nem me lembro quando se sucederam. Embora, acabe de me ocorrer que, outras grandes decisões, foram feitas no íntimo de um instante inspirado. Num telefonema, numa preguiça ou num “eu compro o celular pra você” rsrs. Boas escolhas, de fato, cada uma no seu tempo ou no seu momento mais preciso.
Nesse momento, mais preciso, eu preciso disso. Novamente, das escolhas e do momento, que vou me dar ao luxo de me dar. Preciso, posso, então, por que não?
Acho que vai ser bom, e, mesmo que não seja, vai me ajudar a decidir, a escolher, a pegar o velho esquadro pra medir a distância das estrelas.
Se me perguntasse o que poderia fazer, diria que poderia vender grandes idéias. Mas, no fim, ninguém as compraria. Mas eu poderia, novamente, me perder dentro do universo do criar, do conceber, do viver segundos, caminhando nessa direção.
E ela lá, endourecendo pro negro, sem chuvas, do seu da minha capital favorita, e, única conhecida, da América.
Sempre me ensinaram, que com, trabalho, esforço e economia, dê pra você arranjar uns trocados. Mas eu sou fissurado em pular essa parte, oras, porque não? Não disse a pouco que venderia grandes idéias? Essa, todos comprariam.
Até eu.
Tenho dois grandes adversários, a organização e o cochilo. Seria eu fraco o suficiente pra deixar que imperassem tanto assim na minha vida? Vos digo, que sou.
Um homem derrotado pela sua mente cômoda e seu organismo vadio. Que há de se fazer? Sincero, ao menos, eu sempre fui. Com tudo. Não me pergunte a resposta que não quer ouvir. Não sou esse tipo de pessoa.

Sou do tipo que tomaria um gelinho agora. Aquele do tio da ETE, que tinha de beijinho, brigadeiro e um outro sabor, acho que era leite condensado, que eu gostava tanto. A essa altura, o velho já morreu e levou pro túmulo a receita das gostosuras. Deus, ele fazia um bom dinheiro nesses verões. A gente passava lá depois da aula, ou no meio dela mesmo, pra pegar uns gelinho e ir no Chicão jogar um basquete.
Os nômades de Copacabana...rsrsrs, com regras da prisão. Só porque o time dos sem camisa, costumava as amarrar na cabeça, o que muitas vezes, impedia nossa visão de jogo, o Renée nos alcunhou de nômades de Copacabana. Uma mente insana de um garoto que aprendeu a falar inglês ouvindo metal... rsrsrs. As regras da prisão vieram alguns minutos depois, quando decidimos, depois de tomar uma lavada, que precisaríamos ser mais diretos, para obter algum tipo de Vitória. Então começaram os empurrões, as joelhadas, e os arremessos contra as grades da quadra... afinal, eram regras da prisão.
Quantas manhãs e tardes não passei da exaustão ao divertimento num único passo. Quantas risadas e momentos não vivi, com uma única escolha que fiz no passado. Desse tipo de escolha que eu falo, desse tipo de momentos que eu digo. Desse ritmo, do solo na minha cabeça agora, que, infelizmente, só eu posso ouvir. Se nada der certo, vou ganhar um rio de dinheiro fazendo vídeo-clipes. Porque eu sou dessa época, sabe? Dos videoclipes.
Lembra não? Shakira, blink 182, nirvana, sabe, essas coisas? Ah, desculpa, você é emo..rsrs
Cada um é cada um, já dizia minha boa mãe.
Se foi, endoureceu por detrás do prédio de frente a minha humilde residência. Volta amanhã e depois, até chegar em meados do mês e ela se encher, e vir brincar de cabra cega as 2 da madrugada.
Quanto mais brilhante ela fica, menos ou durmo. Fechar a janela não está entre as opções... já te falei do calor que faz aqui?
Caminhando a gente envelhece, fica experiente, aumenta a vontade de fazer sexo, enfim, um montão de coisa. Coisa boa e porcaria.
A diferença, a grande diferença, é o ritmo da sua cabeça. Uns engatinham, uma idéia de cada vez. Alguns sustentam umas idéias, por algum tempo. Outros andam, mais ousados, determinados e cabeças dura. Uns poucos fazem “copper”, inconseqüentes, insanos, alegres, ricos... Algumas boas almas correm... Agora eu? Eu faço le parkour. Como naquele momento, antes de começar música, quando o baterista está prestes a bater na caixa e estourar o bumbo, quando a guitarra acabou de fazer aquele tananaam da introdução, naquela paradinha depois de vocalista cantar a primeira estrofe, como o momento que sua mão dói, depois de você acertar aquele murro no queixo, como naqueles segundos que antecedem o gozo, como naquele momento que você está tão feliz, que antes das lágrimas caírem, seus olhos se enchem d’água, como quando você termina um desenho bom ou quando acaba de perceber que alguém está apaixonado por você, como no último suspiro antes do afogamento, como quando te empurram na piscina, como quando o CD faz aquele barulhinho e você espera a música começar, como quando você corre, com todas as forças, pra não perder aquele busão de manhã, como quando a maquininha do tatuador está prestes a tocar sua pele, como quando você recebe aquela má notícia por telefone e finge que não entendeu, como quando você dorme, e acorda sem saber se estava mesmo sonhando, ou se hoje é terça ou é quarta. Como quando você mergulha na cachoeira gelada, antes de ver a temperatura da água.
Minha vida é assim. Nessa exata medida, sem um por que de saber, mas sabendo um porque de por que não perguntar.
Eu volto logo. Afinal de contas, amanhã a lua vai brilhar de novo na minha janela.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Carbuncle crying in the mountains of Andra Padresh

When i walk by the night
Ou quando acordar de manhã
Em transe, insone, disrupting my neurons
Yeah
Let me out
Qdo eu for dobrar a esquina
Folhear a revista
Olhar nos olhos
Google something
Or laugh alone
Yeah
Drop me in
In this treasure island
Nessa coisa toda
Me deixe lá
Me deixe lá
E então, let me out
Let me out
Let me out
Quando eu pegar aquela moto
Subir naquela pedra
Dormir naquela grama
Tremer daquele frio
When i’m doing that bass solo I’ve made
Drinking with the lights down
Sabe
Let me in
Drop me out
Quando eu estiver praticando yoga
Jogando poker with the Indra God
Yeah
Me deixe levantar da mesa e sair
Levantar os pensamentos
Levantar minha mão
Pra nenhum de vocês
Only that old jass trumpet i know i like
Miss me
Já não tenho rimas
Nem nada
Over over over and over again
The same faces odd places
Make it agora
Moksha
Kanishka
Babur
Akbar
Tails
Robinson
Poe
Well
Na multidão
Que rosto falta e que rosto sobra?
Drop me out let me out
Let me in drop me in

Os punks diziam assim
O o oo
Eu gosto
Vou dizer assim
O o ooh
Hey
Yeah
Take
Vai
Sim
Drop
By
Me
I
N

Minhas lembranças à lógica