quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cosmic Warhog

Júpiter não se contentava com os olhos de um planeta que não podia ver. Espremia a visão pela lente dos instrumentos e nada o saciava. Sedimentos caiam do teto, continua e sinceramente, como algo que pede desculpas por incomodar. Haveria de descobrir de uma vez por todas o que estava acontecendo. O cometa aonde encontrava-se a sua in-torre, rodopiava sem destino. Desceu as escadas, e a gravidade se inverteu. Continou subindo as escadas, que vinha descendo, e chegou a uma sala ampla.

Seus cabelos tinham duas cores. Castanhos escuros como o âmbar e um laranja, entre o violeta e a violência. Amarrava-os de tal maneira por sobre a cabeça que eles pareciam estar sempre atentos, uma cauda de cabelos vigilantes. O rosto era angulado e liso. Uma capa de alta gola azul por sobre um casaco comprido, que mais parecia um roupão. Nas mãos anéis sobre ataduras e ataduras sobre marcas, como tatuagens. No peito, reluzia o peso de talismãs, rodas, chaves e formas de uma geometria sabida só à ele. Não havia pés, ou uma porção na parte debaixo do corpo, só as roupas compridas, penduradas a arrastar a poeira que insistia em cair do chão, em sentido ao teto.

Valamaris, seu irmão, chegou. Entrou. Sua presença fez o cometa entristecer. Ele corria com as palavras e as estrelas se enchiam de mágoa ao ve-lô. Era austero e coberto de toda sorte de peles de animais e outras coisas que não ele. Seus olhos fundos, velozes, fitavam, e as pessoas que os olhavam, não acordavam mais. Seus pés, descalço sob o solo, tinham 5 dedos. Suas pernas eram rajadas como listras, e sob a cabeça uma enorme ondulação, em forma de crista, descia até a nuca. Ele amarrava os cabelos negros de tal forma por sobre detrás da cabeça, que eles pareciam uma longa cauda. E seu cabelo era comprido como um anel de asteroides.

E Valamaris falou com Júpiter.

- Não te asseguro nada. Pois, a mim só cabe correr.

Júpiter pensou no que seu irmão falava. E, sentido na frase não havia. Não havia sentido nenhum. Então, ele, que se arrumava para partir rumo ao planeta que fugia da sua vista lembrou-se que teria de viajar. E, em um instante, perguntou-se como o faria. E, logo lembrou-se que seu irmão ali estava e levá-lo ele podia. Mas, a viagem haveria de ser perigosa. Deveria então, perguntar a Valamaris, o velocista, o que achava. Mas, lembrou-se da frase do seu irmão. E descobriu que poderia ir, sem qualquer garantia. E percebeu então, que era ele também um velocista no pensamento e na audácia.

Júpiter não falava, pois sua voz estremecia os planetas e fazia as dimensões mudarem de lugar. Então, chamou Posha-loo, pois, cabia a ele falar. E Posha-loo subiu as escadas e depois desceu, e chegou a sala mais vasta e ao ver Valamaris, abaixou as orelhas como quem diz que há ter visto Valamaris. Posha-loo tinha uma pele espessa, de tom rosáceo e um nariz curto e com três narinas, e também tinha três olhos, emparelhados no campo de visão. E também tinha quatro braços, e duas caudas torcidas e enroladas. E era grande como um pequeno planeta, mas, seu corpo era de tal maneira impressionante que caberia até no espaço de uma pequena colher se, assim o desajasse. E ele disse a Valamaris.

- Júpiter que vai descer ao mundo além da vista.

Veio Valamaris e tocou nos ombros do irmão, e como uma explosão silenciosa e tão forte e rápida que até mesmo a realidade demora a encontrá-la, eles sumiram. Um grande estrondo estremeceu a asteróide da in-torre. E ele, de tristeza, pois os celestes se enchem de mágoa ao ver Valamaris, o corredor, rachou-se. E Posha-loo voltou-se para a lacuna de onde viera e sorriu.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

19:17

ecoou como o Shadhishivartha
quem é você?

ecoou como o Shadhishivartha.
como o Unabomber.
como todos os vincos nas dobras de páginas.

ecoou.

e me precipitei-me.
como um khazad-dum.
e cai eternamente.