segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Punk’s not dead

Ratatá ratatatatatatatá
Tatá tatatá
Tatá tatá tá tatáa

Tshi tshiccht...

Oh oh [!]

Tatatá tatatá
Ratatatá
Tatatátátátshcimtatátatátschitschimtáará
Tumdumtudumtumdumtshimtschim

Tatatatátá

Aahn [!]
_______
Ansiedade eletroeletrônica

Viver não é preciso
Navegar é preciso
Navegar é preciso

1,
2,
1-2,
Trêsquatro

Então navegue
Naufrague
Recrie não pare
As ondas curtas em altas horas
Uma freqüência dúbia pra quem está fora

Quem manda quem sabe quem diz e quem é
Quem procura quem acha quem sabe o que quer

Esse povo que é novo, cabelo engraçado
Esse povo que é velho, se veste todo errado

Começar de novo com os meridianos trocados
Me poupe da sua reverberação sinfônica
Ska ska ska ska ska ska ska
Living in a confession

Ska ska ska ska sksa ska
Trumpet
Sax
Trumpet
Dum dum
skaskaska
_________
Cilada silábica

Eu ainda não te escrevi
Você ainda não viu
Você não possui
O que foi ou partiu
O que ficou

Redemoinho
Essa suave sensação
Desacordado eu caminho
Outro rosto na multidão
De inovador e original
Só a leveza do meu traço
Minha retórica ocasional
E as palavras que eu encaixo

Mas chega do meu discurso já cansado
Vamos voltar os olhos para o outro lado

O descaso o abuso
O cenário social
A fome, injustiça
Peste ocasional

Como você se nega a ver
Recusa ajudar um semelhante
Que pessoa é você
Es um ser rastejante
Que não se comove
Com o sentimento
De perda, de dor
E sofrimento

Vem, vem
No raio X da sua vida
Eu sou o palito de dente
Que sangra a sua gengiva

Vida toda criada com carinho amor
Brigas com pais
Do mundo verdadeiro você se retirou
Acesso a rede
msn, orkut
não generalizo
mas não me insulte
não fale que ajude
você não faz nada
sua hipocrisia é só fachada
vai na Ong o diabo
piercing no nariz
enfia a argola no r*7)@%
não quer mais ser feliz
doença tristeza
entra a depressão
o por que? O por que?
molhando o colchão
com lágrimas de vento
sem ter direção
seu problema é pequeno

Seu egoísmo é grande
Cuidado com o veneno
Que percorre seu sangue
Que pinga, respinga
Que sai da sua boca
Víbora, coral, blaquemamba ou outra
No sexo você procura
O carinho que não teve
Seu mal não tem cura
Seu pensamento errôneo
Sua visão de vida em estado catatônico

Não se iluda
Porque o seu mundo eu desmonto
Suas peças de Lego
Eu descarrego
No balde, na caixa, debaixo do sofá
Procura, estica, não vai alcançar

A verdade desmantelada atrai
Como o imã a vida esvaída se vai
Polarizando as escolhas erradas
As mentes mais sãs são as mais perturbadas

Sou um soldado dessa cilada silábica
Sou um sargento nessa cidade sitiada
Sou um som de ésse
Sou essa letra sibiliada
Sou o silvo silfo signo emboscada
Sou um som de tiro
Sou um som de tiro
Sou um som de tiro
____
Epilogo verbal

Vou fazer um texto para você ouvir
De verdana para você ouvir

E se você curtir
Por que quem sabe você vai curtir
E o som repercutir
Se o texto te coagir
O som coagular no seu ouvido
O ritmo batendo movido
Com sílabas amarradas... sentindo
Quero te ver sorrir

Com o som que te faz dançar sozinho
Sozinho
Que começa mudo, baixinho
Vai subindo, bombando, zunindo

Levanta do chão rugindo
Vou fazer um som pra você ouvir
Vou fazer um texto para você ouvir
Esse som vai ser pretexto para agir

E quem sabe se você curtir
Se de verdana você curtir
E o ritmo repercutir

O som coagir o seu ouvido
O ritmo coagular as sílabas amarradas
Com o som que te faz dançar sozinha
Sozinha
Que encadeia, encaminha,
Incendeia... imagina

O som que eu vou fazer para você curtir
Com um texto de verdana para você ouvir
Baixinho, subindo, zunindo, bombando
Mudo
.
..

Vai ser o pretexto pra agir
Quero te ver sorrir
Sentindo
Quero te ver sorrir
Vou fazer um texto para você
Sozinho
Levanta do chão
Vou fazer um som pra você
Vai ser o pretexto pra agir

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mordedor de caneta bic

Sou dessa raça distinta
Sem nada muito além de vontade e pouco requinte
Desde criança viciados
Na mastigação voraz sem apetite
Corram, e gritem a todos os ventos
E os incrédulos que acreditem
Está chegando a grande horda
Aí vem os mordedores de caneta bic!

Destroem rapidamente
Todo e qualquer vestígio
De tamposa ou de tampinha
E da paradinha de plástico enfiada no fim do tubo
Que embora todo mundo saiba o que é
Não tem nome a dita coisinha...
A mastigam e fazem vácuo
E ainda há quem prossiga
Prendem com o vácuo a tampinha
E a deixam grudada na língua
Depois atiram no primeiro desavisado
Que seu alcance permita

São grandes temores para todo cidadão
Quando começam a mastigar o plástico
É possível ver os farelinhos no chão
Grandes lascas da caneta são arrancadas a dentadas
E lançadas com a velocidade, força e explosão
De uma dúzia e meia de granadas
Protejam as crianças
Acudam a grávida desmaiada
Os mordedores estão se aproximando
De maneira firme e acelerada

Que os deuses todos nos ajudem
Para que eles logo cheguem na carga
Mastigando o tubinho plástico
Esses devoradores acalmam suas almas
E conseguimos fugir antes do golpe fatal
Quando eles rasgam o invólucro de plástico
E estouram a carga da caneta na boca
Que bom que ninguém mais está por perto
Porque a revolta deles não é pouca

Na verdade, sorte deles que ninguém está por perto
Pra ver todo mundo com a boca roxa...
Sorte deles que ninguém está perto
Para ver aquele sorriso azul escorrendo nas coxas
Que pena que não estou perto
E nem vou poder tirar um sarrinho,
Fazer uma firula, uma gozação

Essa vida de mordedor de caneta bic
O filosófico frustar
De perseguir em vão
De nunca obter
De mastigar e perseguir e galgar
De até se conformar, acabar e saber
Que vive mastigando tudo, sem ao menos saber - por que?

Das rotinas da vida,
Das obrigatoriedades das escolhas
Diárias,
Como atravessar ou não o farol
Das escolhas diárias das
Obrigações,
De ser rotineiro ou viver só...

Pobre de ti mordedor
Que desde criança não largou essa mania
De roer e remoer coisas inúteis
Sem significância na vida

E por mais que falem
E mesmo se alguém legal insistir
Tem guardado em seu peito uma reação de fúria
De morder, rosnar e ganir
Mas o que não sabes mordedor
É que no final, no frustrante momento onde tudo é maresia
Você sairá manchado
Na honra, no orgulho, no âmago
Pra sempre um entristecer azulado