quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Fountaine

Quando todas as criaturas da terra se reunirem
Quando todos os seres mágicos fizerem um congresso
Quando toda a tristeza da terra sair em recesso
Então vocês enxergarão a verdade

Quando todos os vampiros entrarem no vale
E todos os livros baterem páginas pelos ares
Quando todas as baleias voarem
Quando todas as pedras cantarem
Então vocês ouvirão a verdade

Quando toda a imundice humana escorrer para dentro
Quando todo o espaço-tempo parar, repensar e entrar no convento
Quando toda faca for leite materno, quando todo abraço for sereno
Então quando todo som for silêncio, vocês sentirão a verdade

E quando a manada toda parar
Quando as roupas estiverem sujas demais pra rasgar
Quando toda vela for pura demais para queimar
Ai então, todos dirão.
A verdade

Até lá, ela ainda se esconde,
Confesso.
Debaixo da insanidade desses versos
Numa árvore de criatividade e progresso
Ainda mantendo o processo
Que faz toda criatura viva germinar
A verdade vive.

Nos meus olhos.
E no sentido de todas as coisas.
A verdade se move como as horas
E consome tudo e devora a todos.
A verdade se aproxima de você.
Já está em seu espírito e lhe consumirá.

Somente ela, a verdade poderia ser profeta do próprio destino.

E somente ele, poderia proferir a ela a verdade sobre tudo além.

A verdade vive.
Queima nos seus olhos.
No meu espírito.
A verdade.