quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

I'm my own Kingdom... King and Doom! Meu reino por uma rúpia

Mira
Me mira
Me revista
Me revira
Absolve meus pesadelos
Minha sina me resigna

Sou o sigilo desonesto
Debaixo da sua retina
A versão do homem suburbano
Subvertendo as versões debaixo dos panos
Avesso as atrocidades do caos mundano
Submerso nas imagens
Da inércia das vontades que me garantem
A fúria, a rebeldia, e o rompante
Que enchem meu peito de
Ar e monóxido de carbono
No asfalto esburacado e canônico
Quase como o ozônio crônico
Perfurando as camadas finas

Sou a opressão de quem respira e reprima
Das letras de quem imprime
A expressão que me anima
Em sua redenção latina e sulista
De uma américa oitentista
Cheias de indies na paulista
E das putas de Calcutá.

E mi hermanos
Como és bueno estar de vuelta
Fui a Cuba por uma vela de sete
Dias sobre a porta
Onde o se tem pro - messa (ias)
Setembro ness (a) h-ora
Parece tão longe mas há de vir

Agora
Laranja e preceder o outubro
Não mais roxo da revolução
No sentido mais antigo
E utópico da evolução
Das rimas que criam
Como os lobos que uivam fundo
Nos preâmbulos dos livros
Que um dia haverão
De forrar o fundo do meu caix-ão

Erra quem acha que meu desleixo
É um acaso
Como os seixos que cobrem os lagos
Mais brilhantes de Reikjavyk
Há quem duvide
Mas você acredite

Que minha dodecania sinfônica
É uninanimaeunanicamente atônita
Quase sem voz diante do brutal
Que eu algoz
Da voz
Farei

Porque os sons que eu suprimo
Se repetem sob os trilhos
E as teias que eu enlaço
São trabalhos dos pés descalços honrados
De todo honesto agricultor

E não me venha com a sua dor,
Sua lamúria
Você não é nada diante da fúria
Que consumirá seu coração

Você não é nada diante do mundo
Você é areia
Nós o vulcão, você não é nada
Nada nesse mundo meu pobre irmão

Você é fruto do descaso
Ocasionado pelo sistema
Enaltecido pela televisão

Você é a vida consumida em
Outras porque seu espírito
Grita mas você não

Ouve
Reage
Retome
Escale
Equacione

Eu sou um poema de muitas linhas
E nunca foi um problema grande escrever
Conceber
Descender

Como descendo
E ascenderemos
irmão
Do nosso humilde nada
Para o panteão

Contemplaremos os Montes Urais
Respiraremos a paz que será exalada
Do carvão queimado
Do sangue derramado
E da vontade dos que não desejam mais nada

Em vão
Antes mesmo de nós
Já tentaram
E morreram
E se arrependeram
E lamentaram sua escolha
No momento final

Para cada covarde morto
Eu cavei um poço para enterrar a tristeza
Para cada estupro violento
Eu criei um besouro comedor de carne
Para consumi-lo por dentro

Para cada desgraça sob os olhos de Rá
Eu visto uma capa para quando o sangue espirrar

E não se assuste diante da minha vassal crueldade
Não é nada diferente do que você vive na sua cidade
Do que você sente quando deita para dormir
E não tenta omitir porque eu sei que sente
Não tente se esconder
Pois você vive
Dormente
Acordado querendo fugir
Querendo paz procurando sair o local
Onde pudesse contemplar o

O Sol
Sol
Ol
O
Ohm
Ohn
Oh
Ostrich

È bom estar de volta
Numa epifania bem humorada
Meu irmão estragou minha entrada
Mas eu não importo com nada

Eu sou a gargalhada condensada
Numa latinha de leite moça
- Hey, moça!
- Nossa! Você por aqui
- Eu já te vi, ali, de onde vim...
Eu sou quase um Noé
Um Enoque e não me provoque
Porque eu sei cantar Raul
Talvez não seja nenhum mal
Mas algum karma
Você
Calma...
Assim
Devagar
Se você sente o ritmo
Então eu acredito
...
Se dança comigo
Então eu me sinto
Vivo
Eu consigo
Pisei no seu pé
Sorry
Mas não demore
Eu gosto de Dominguinhos
Desse shot mansinho
Que vem rodear...

È minha eterna busca para o infinito
Lendo teen titans e Foucault
Ao som do motorhead
Sou born to kill
Se rola um offspring
Me tragam o Vinil
Com a Maria Rita e a Roberta de Sá

Calma!
Se o Brasil é nosso
Não é educado atravessar o samba
A quem bole, mas quem é bamba
Sabe o que rola, sabe quem manda

Sabe da saudade que eu sinto dela
A que bom seria e os beijinhos e os carinhos
E dela bossa que me arrepia
Do violão no cantinho que é pra vir devagarzinho
Nublando a sua visão

Calma

Me segure e repita:
-
A calopsita não é reptante!
Nesse instante eu repudio os répteis
De mentes férteis e os quelontes
De dura fronte e quem demonstre
Que não é amigo do Onça
Mamífero
Umas pitas e uma fita
Caleidoscopeante
Sou a jibóia no circundante
Devorando suas idéias num abraço delirante

Segura a Tatu-bolA é sua
Já guaranti ricA que a sua risCa
valoU uni córneA transplante
Aracnizou o meu instinto
Belo de Libelular
Vamos o neogilizar?

Vamos pintar um grafite
Fazer um filme
Escutar um CD
Deixa de mp que?
Lá no pantanal é só viola
Na Mato Grosso atola
No Oklahoma não pega
A minha geografia mental

Nega
E aceita
O consumismo
A pirataria
De corsários que residem no vigário
Mas jamais de vigários que nos acham
Mais o – claro que essa rima é batida
Mas os padres que batem nas crianças
E abusam nas bebidas também
Todo mundo tá cansado de saber
Então deixa de reclamar da minha vida
E vai reclamar você!

Vai corre pro Procom
Pra você nada tá bom!
Mas se ta bom demais é
Conformismo
Eu não convivo
Eu sou o domador de um circo sem animais
Mas eu sempre tenho mais
De onde essa saiu
E se você chegou até essa estrofe
Garanto-lhe que estou em choque
Pois você se mostrou interessado
Mais que a hipotenusa ao quadrado
Aos quadrados
Posso ser útil
Num ângulo circunflexo agudo
Eu sou o til na matemática lógica

Eu também adoro aquela pipoca do Cinemark
Que é um roubo
Um assalto
Um tiro no peito
Mais respeito!
Quanto você acha que eu ganho?
Se você sabe, não acha no mínimo
Estranho assim
Querer me extorquir
Nem me venha
Desço lenha!
Fez pouco caso!?
Desço o braço!

Nado raso
Duzentosmetros
Não sou bom eu confesso
Mas eu insisto em tentar
Eu sou o complexo da sílaba
Na medida certa para te desorientar
Minha parabólica estava fincada na lama
Mas a última enchente fez o favor de carregar
Só ficou um último poema enquadrado
Que consegui salvar
E divido contigo esse último regalo
Num convescote mesclado
De letra imagem e olhar


SERIA
EU
RINDO
INDO
ADORMECER
SONHANDO

...
concretismo é pra quem gosta de coisas estáticas
minhas palavras são arenosas
suaves de deitar e ficar pensando sobre

8 comentários:

Elsa Villon disse...

Deve ser difícil dormir com um dicionário poético na cabeça...

Elsa Villon disse...

E parece uma epopéia...

Elsa Villon disse...

AHAHa... o Who am I? foi proposital...

Bleh, você e sua falsa modéstia... sabe que seus textos são ótemos...

• Yuri Kiddo • disse...

E quem há de entender se não você(s).

Texto bem escrito. Mas diga-me, lil'dicekido... se a banana é natural da África e um pé de banana só brota platando. Como existem bananas nas costas brasileiras, desde antes dos escandinavos, muito antes do Cabral??
...
Parece idiotismo ou alguma outra doença mental, mas eu estou falando sério.
A resposta da pergunta é a mesma resposta para o que você precisa melhorar no seu texto.
E eu adoro charadas...embora sejam incovenientes as vezes..

Enfim..
é só minha humilde opinião.

Keep this way.
Vemo-nos
-----------------------
vamos lá ogami:

talvez seja porque a banana não seja natural somente da África! Não sou um especialista em bananas, África-Brasil, ou naturalidades. Mas sua pergunta é realmente pertinente, porque não consegui relaciona-la com meu texto.

Sua inconveniência me faz pensar, mas não me faz chegar a lugar algum em relação ao que precisa ser melhorado. E agora quem está se sentindo idiota sou eu.

Vê, seja mais específico para não continuarmos na ignorância.

Milla disse...

Momentos e idéias transformados em uma ótima epopéia!

Fantástico. Garanto que o tamanho do texto pode assustar, mas fluiu muito bem, na medida certa do caótico.

Fazendo, destruindo, refazendo.

Mistura de cotidiano, consciência, agressividade e sensibilidade.

Cadência perfeita.

E olha hipotenusa nunca me interessou, gosto mesmo de palavras como essas que li aqui.

Beijo!

*A pipoca do Cinemark é boa mesmo e é um roubo!

Yuri Kiddo disse...

certo, li tudo como falei que leria. certo, li tudo porque quis, não por firmar compromisso.

"E não me venha com a sua dor,
Sua lamúria
Você não é nada diante da fúria
Que consumirá seu coração

Você não é nada diante do mundo
Você é areia
Nós o vulcão, você não é nada
Nada nesse mundo meu pobre irmão

Para cada estupro violento
Eu criei um besouro comedor de carne
Para consumi-lo por dentro

Eu sou a gargalhada condensada
Numa latinha de leite moça
- Hey, moça!
- Nossa! Você por aqui"

esses trechos em particular ficaram realmente do caralho! o diálogo do leite condensado condensou o texto HA! [sou muito engraçado ¬¬] a parte da pipoca do cinemark também! estudante deveria pagar meia na pipoca uhuull revolução, vamos às ruas!!

no contexto geral, poderiam sair montes de histórias daí, mas você contou tudo de uma vez, tudo engasgado num parágrafo só.

prefiro as coisas mais lentas, mas gosto também das mais violentas!

=***

Elsa Villon disse...

Apoiado...

Estudante paga meia pipoca!

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny