terça-feira, 3 de junho de 2008

Flamin viságe

Já fui criativo
Hoje sou um tolo...

Não ouso, nem crio, nem danço, nem domo
Só tomo, como, demo e sono, tanto sono

As vezes ainda me pego sonhando com Helsinque
Que beleza de cidade, se os finlandeses me permitem
Só faria um comentário, pra acrescentar o meu requinte
Gostaria de morar numa das vielas mais quentes

Que por mais que eu goste de frio
E como gosto do frio, acreditem
Nenhum lugar do mundo é tão frio como Helsinque
Na verdade sim, existem lugares mais frios
Friozíssimos, frigintes
Mas de todos esses outros lugares, eu só moraria em Helsinque

Berlim, Moscou, Petesburgo, Reikjavky
Talvez Edimburgo, Medelin, Oyzumi City
Mas por enquanto é tudo sonho,
Se os finlandeses me permitem

Por enquanto o lance é Brooklin, Bandeirantes, ABC
Muito trabalho, pouco dinheiro e nenhum lazer

Já imaginei que ganharia muito dinheiro, que faria sucesso
E viveria mais tranqüilo, sem agonias pra me perturbar
Para que eu pudesse ao menos um dia da semana
Acordar sem o despertar
Massacrante da musiquinha alegre do meu celular
Esse negócio de telefonia nunca se esforçou pra me agradar
E a minha pessoa por sua vez também nunca se esforçou pra gostar
É útil pra ouvir músicas, tirar fotos e as vezes ligar
Que paradoxo da telefonia ser tudo mais e cada vez menos telefone
Celular
Meu organismo insiste em rejeitar
Os remédios, sacrilégios
Pequenos comprimidos sinceros
Comprometidos em fazer melhorar
Ou pelo menos fazer parte dos efeitos
Que a tal da bula mandar
Tornou-se até corriqueiro
O meu diário desespero
De me sustentar
Em pé
Ou sentado
Mais freqüentemente digitando
Calado
Pensando
Em mais coisas pra me preocupar
Que coisa louca
Essa falta de aventura
Que a rotina atura
Para nos agüentar
Que tolice pura
Falta-me travessura
De subir na arvore
De rir e brincar
De pular na piscina
E de fazer da rima
Uma arte muito mais fina
Que uma fuga vulgar

5 comentários:

Elsa Villon disse...

Voltou! Que saudade...

Os finlandeses permitem tudo. Reza a lenda de que são muito liberais.

Se celular é tudo, menos telefone, coloque a foto de Helsinque como papel de parede e sonhe.

No caminho da Bandeirantes todo lugar é perto. Até Helsinque.

Guarde todos os seus sonhos no bolso. Mas certifique-se de que ele não está furado.

Beijão, abração e saco de pão.

Elsa Villon disse...

Eu já fui e voltei de Pasárgda meu caro.

E te convidei junto com a Feh para irem também...

Elsa Villon disse...

Retificando: Pasárgada.


Só eu posto aqui...

Elsa Villon disse...

Ah, eu divulgo... tem do lado, na minha lista de tripulantes...

Não sei como ajudar mais...

Anônimo disse...

Pronto. Não é só a Elsa que posta aqui.

Adorei o texto. Tem uma empatia no ar. Provavelmente não acontece só comigo. rs

Beijo