terça-feira, 10 de novembro de 2009

Firaga Blizzaga e Acordeon

Hoje minha banda predileta de outro país faz show em São Paulo.
eu não vou.
já fui.
Foi um dos melhores shows da minha vida.
sozinho, dancei e pulei e gritei tanto que no final, cai exausto no show. Levantei só uns 10 minutos depois que a galera tinha começado a ir embora.
Amo a música que eles fazem.
Mas, no momento, não disponho da módica quantia de 60 reais e uma lata de leite em pó para apreciar o show.
Gostaria de entrevistar Eugene, que, além de grande frontman é um dos meus ídolos. O cara fugiu de Chernobyl com 13 anos e, passando por trocentos lugares ao redor do mundo, sobreviveu. E sobrevive, e faz o que gosta e vive disso.
Um puta ucraniano gente fina!
Mas, tem coisas e coisas na vida. Algumas a gente pode fazer, outras, infelizmente, não pode.
Eu não posso fazer uma viagem cruzando todos os estados do Brasil.
Não posso cruzar todas as fronteiras dos países, se eu decidir desembarcar na França e seguir de moto até Bangladesh.
Não posso escrever meus textos e viver pura e simplesmente disso.
Não posso convencer todas as pessoas do mundo, ou da linha verde do metrô, que cara feia não leva a nada e que seria muito melhor começar o dia bem, disposto a conversar e conhecer gente nova.
Não posso tomar sol quando está calor.
Ou chuva quando chove.
Não posso assistir aulas na Escola Livre de Cinema, no MIT ou na Universidade Federal de Santa Catarina, simplesmente porque gosto de determinado assunto.
Não posso andar armado com armas brancas não letais com lâminas maiores de 10 cm.
Não posso comer o meat balls do Subway sem ficar com azia.
Tem coisas nessa vida que a gente pode e coisas que não pode fazer. E isso, pra te dizer a real, really sucks!
O Gogol vai voltar outras vezes, porque o Eugene adora o Brasil.
Eu ainda vou ganhar dinheiro suficiente para realizar todas as outras vontades, sem ter qualquer tipo de problema.
O lanche do Subway eu vou continuar comendo, mesmo ficando com azia, porque azia não mata e se matasse, morria, ao menos, de barriga cheia.
Já as pessoas emburradas da linha verde do metrô e do mundo, bem, não se pode ter tudo.
Quem sabe daqui a muitas encarnações os espíritos sejam mais livres, como os pensamentos são, e neste claustro de observar, pensar, agir e fazer, realizar seja o verbo de ação. Realizar.
Intransferível como bilhete único.
Poderoso como uma chuva às 18h em São Paulo.
E meu reino, todo ele, por um centavo de mulher.
"I bet you look good on the dancefloor..."

2 comentários:

Anônimo disse...

E o acordeon?

Luis Gustavo Brito Dias disse...

-você pode viver de seus textos.
E com isto ir não só a Blangadesh, mas a qualquer outro lugar que queira.