No fim, tudo é um jogo de luzes
Uma caligrafia de padre
Ou um sabor inusitado
Quantos eu não conheci?
Realmente, quantos, eu realmente conheci?
Um universo de amarras, chamado sociedade nos prende e nos liberta
Como um autêntico dharma, uma samsara
E pensar, pequeninos, que nem arranhamos a superfície do tempo deste planeta
250 milhões de anos atrás, éramos todos iguais, tínhamos até um cara engraçada,
Embora, naquela época, humor ainda não existisse
Sabe o que tudo isso simboliza, meus queridos
Que nossas cores tão breves brilharão, como a bandeira que hasteia
Nossos heróis e hinos serão silenciados, tão logo chegue o primeiro suspiro
Ainda que morrêssemos, fugíssemos ou defendêssemos
seria, tudo, jovens alunos, o caminho natural.
Venham, aconcheguem sob a copa reluzente das folhas
Sob o véu turvo dos sonhos, e ouçam essa canção
Mais antiga que o tempo
Sentem-se aos meus pés, subam por meus ombros, aconcheguem-se.
Ouçam-na
Com seus pés bem lavados
Tocou o chão
E ele rugiu
Com seus pés abençoados
Tocou o céu
E ele fugiu
Com sua voz aveludada
Chamou Deus
E ele ouviu
Veio até ele envolvido
Num manto de brilho vivo
Deixando os cabelos dançarem ao sol
Com suas mãos abençoadas
Tocou Deus
E ele sorriu
Com seus pés abençoados
Andou só
Partiu
Com sua mente aveludada
Com o calor de alma pura
Emergiu
Mergulhou no cosmo profundo
Encontrou partiu o mundo
Saiu
Não cansou.
Não dormiu.
Não chorou.
Só reconheceu a beleza
A natureza
O velho pulsar
Só observou a sua teia
As certezas
Deixou lá
Vejam
Vejam
Quem surgiu
No horizonte
Estou de fronte
Sob seus pés
E seu olhar me tocou
E eu nasci
Cantando
Que boa paisagem
Grande viagem
Eu nasci
Sou o som.
Eu nasci.
Sou o som.
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