quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Piloeira

desses dons do café
dessa pele mocaccino
desse latte, leche, liberdad

aquela vontade de te mastigar
de sentir teu corpo morno, quentinho
a fumaça saindo da caneca
e aquele lugar estratégicamente colocado entre a orelha e o pescoço.

sabe, quando eu tomo muita coca e vejo tudo tremendo?
e não consigo ficar parado.
e não consigo parar de pensar.

você é uma coca, com potência de expresso e sabor de chocolate.
me deixa vendo tudo tremendo.
não consigo ficar parado.
não consigo parar de pensar.

seus tons.
porque você é colorida.
e sua meia risada, aquela que você começa e termina com um sorriso.

sua pele é como a espuma de sorver aos poucos
de deixar escorregar sob os lábios
de sabor suave, leve.

esse corpo de montanhas espanholas.
ibéricas.
portuguesas, claro.

tudo culpa daquela mantinha.
que chamo de nossa, mais por possessão que por qualquer outro motivo.

e da minha mente.
que abriga toda a sorte de fantasias.
que você folheia, folheia e deixa permear seus pensamentos, sem querer.

sua única indagação, nem mais me preocupa.
porque, essas coisas não me preocupam.
já construi tudo, aqui dentro da cabeça.

como em um bom café quentinho nos dias de ficar em casa.
me acorda, e também me faz adormecer.
entre cor, sabor e temperatura.
mais de pó ou de grão, tens tudo.

és minha fruta favorita.
cheira a café da manhã.

Nenhum comentário: