domingo, 29 de julho de 2007

Story of an Untold Tale - Prologue - Part.02 - Echoes

A sensação era de movimento. De corrida, de liberdade e de fúria. Corriam, corriam pela mata escura, como se suas vidas dependessem disso. Gruíam e uivavam como cães famintos e ensandecidos. Enquanto a mata se curvava submissa ao vento forte, enquanto os astros resplandeciam sua luz no solo frio e coberto de folhas. Eles caçavam. Em bando. Com fúria.
- Aarrugh hauhrhauhr – Um urro malévolo misto de escárnio e fome rasgava o ar. Outros o seguiam, fortes, roucos, torpes, como se buscassem na escuridão algo que pudessem devorar.
- O relevo era irregular, elas avançavam rapidamente entre solavancos e pulos sempre em frente, utilizavam das arvores e rochas como se fossem parte deles, de apóio a impulso a floresta era seu lar, e mais que isso, eles eram a floresta.
- Rugo, rugoo! – pairou o grito no ar
Eles pararam. Na beira do riacho que corria manso, covarde ante as feras que o circundavam. Eram quatro. Tinham mais de dois metros de altura. O maior deles tinha três metros e meio. Curvado.
È difícil descrevê-los. Eram misto de feras e seres humanóides. Eram lobos, enormes lobos, que andavam em duas patas, tinham braços providos de garras pontiagudas e mandíbulas enormes, cheias de dentes. Que nesse momento esbravejavam!
- Rugo daí crar rineckt owr thugor!!!
Quem falava era Yogov, um lobo vermelho de peito largo, olhos amarelos e fundos. Sob a pelagem um saiote cinza, feito da pele de algum animal azarado que cruzara seu caminho numa noite como esta, segurando o saiote, um cordão grosso de couro negro enfeitado com garras, de vários tamanhos e formas, algumas ainda presas aos dedos de seus antigos donos.Sob o braço direito uma fita de couro enrolada adornada com pedras e penas. Sob o peito, espirais pintadas com tinta negra, sob os olhos e abaixo do queixo, mais traços pretos e fortes, nas costas duas enormes cicatrizes, aparentemente de cortes bem profundos, feito abaixo dos ombros para dentro das linhas dos rins, em forma de x.
Yogov rosnava para aquele que, de início, parecia liderar a corrida. Um lobo de pelos pretos e orelhas compridas, com uma trança curta pendendo ao lado esquerdo do rosto. E com uma espada larga rústica amarrada ao grande cinturão.
- Rugo rugoo! Nós já perdemos a trilha deles a tempos! Não adianta, não vamos alcançá-los!
- impaciente yogov – questionava rugo com certa malícia – será porque foi você que não deu conta deles!?
- Rooaaarckt – com essa rosnado Yogov saltou para frente e tentando morder Rugo, que rapidamente, ao perceber a investida do companheiro dá um passo para o lado, escapando por centímetros dos dentes afiados de Yogov e retribuindo a dentada com uma cabeçada, no rosto do rival.
Dando mais um passo para trás Rugo continua, firmente – Sua impaciência só mostra o quanto foi incompetente Yog.. aplaque sua fúria antes que a minha acenda-se.
A voz de Yogov parecia crescer , ficando rouca e cavernosa a medida que dizia – Você não tem autoridade para isso Rugooo. Orth nath alrck rustheforthallf!
- Arck muspelhein in ip sothtier – complementava uma terceira voz, pacífica e serena como sangue seco espalhado pelas folhas. Era Hogarth, o terceiro lobo, ligeiramente mais alto, mas bem menos corpulento que seus outros amigos, de pelo cinza claro que escurecia na extremidade dos braços e das pernas, que além de trapos amarrados ao antebraços tinha apenas um oboé rústico preso ao pescoço, por um cordão de plantas. Usava dentes como brincos nas duas orelhas e parecia, ligeiramente, mancar da pata esquerda.
- embora não seja, ele está sendo, então, trate de respeitá-lo pequenino – dizia ao se dirigir a Yogov, que era o menor do bando.
- e além disso, independente do que tenha acontecido, a responsabilidade sobre eles ainda é nossa. Nossas peles serão alvo da dança negra do ódio e dentes que não o de donzelas ardentes. Caminharemos pois como pares ye?
Yogov parecia resmungar, mas sua fúria vinha sendo aplacada pelas palavras verdadeiras de Hogarth.
Rugo agachou-se no riacho e lavou o rosto com as mãos. Levantou-se, olhou para o maior deles.
- embora andasse sempre curvado, quando erguia completamente seu corpo, Suporath quase alcançava os cinco metros. Só de braços eram quase dois metros. Seus pelos negros como a noite, eriçados nas costas formavam uma espécie de crina que terminava apenas um pouco acima da testa. Músculos, muitos músculos, aparentemente todos eles, se encontravam ressaltados naquele gigante. Seus olhos também negros, pareciam quietos, seus dentes, saltando para fora da boca, pareciam bem afiados, os dois caninos foram adornados com brincos, com mais de 10 cm de diâmetro. Como se não bastasse toda esta imponência outro detalhe chamava atenção na figura, ele tinha dois rabos.
- Ainda consegue farejá-los Supa?
- O cheiro é muito fraco. Eles devem estar evitando. De alguma maneira. Não suficiente pra seguir uma trilha. Segura. Não não!
Fez-se silêncio por um minuto. Hogarth sentou-se numa rocha, coçou a perna direita. Yogov rosnou. Andava em círculos. Rugo também.
- Quantas cruzadas? 15, 20?
- Mais mais, Supa sentiria o cheiro por até 30 cruzadas de distância não é ? – indagou Rugo
O gigante confirmou com a cabeça.
- um graça de chuva? – perguntou Hogarth num lampejo de idéia.
- Demoraria muito – respondeu Rugo
- Chamaria outros – completou Yogov.
O bando continuou parado, pensando. Parece que toda a pressa antiga, se dissipara, precisavam decidir.
Repentinamente Rugo bradou:
- vamos sair do território
- O que? Indagou Hogarth saltando da pedra?
- sabes que..
- Sim sei Yogov.
- sigo-te então.
- Irmãos, sair do território? Se descobrirem arrancarão nossos dentes pela manhã e nos espetarão com eles antes da primeira refeição. É arriscado demais
- Devemos cumprir o chamado. Cumprir.
- embora seja arriscado, embora não devemos, podemos fazer. Precisamos. Somos bons, além do que, vai ser divertido.
- Yogov tem razão Hogarth, podemos pegar a trilha do lança escura, os alcançaremos no próximo entardecer. – afirmou Rugo
- E você Suporath, alguma preocupação?
O lobo saltou a frente e uivou alto.
- Auuuurh.. Os outros o seguiram. Rugo, Yogov e depois Hogarth. E tão repentinamente quanto pararam, eles partiram. Correndo rápido pela floresta a caminho da escuridão para um lugar tão que eles não ao conheciam ao certo, mas de certo, era o único lugar que precisavam ir.

Um comentário:

Anônimo disse...
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